Investigação conclui que 'ação selvagem' matou Roberto Curti
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Imagens gravadas por câmera no taser (pistola de choque) de um dos policiais mostra que jovem foi atingido por choque elétrico quando já estava algemado no chão
A funcionária australiana Mary Jerram, encarregada de investigar a ação policial que levou à morte de Roberto Curti em Sydney, concluiu nesta quarta-feira (14) que os agentes agiram de forma "selvagem" ao interpelar o jovem brasileiro.
A funcionária de Nova Gales do Sul que investiga a morte de Roberto Curti, 21, recomendou que os cinco policiais envolvidos sejam alvo de uma ação disciplinar e que haja uma imediata revisão dos critérios de uso de armas (de choque) Taser pela polícia local.
Os policiais interpelaram Roberto Curti na rua, após o jovem consumir LSD com dois amigos, acreditando que o brasileiro havia assaltado uma loja de conveniência minutos antes.
Roberto recebeu ao menos 14 choques com armas Taser, foi jogado ao chão e teve spray de pimenta pulverizado contra o rosto, em uma ação "negligente, descuidada, perigosa e de força excessiva", destacou Jerram. "Houve abuso da força policial em vários momentos".
O uso da arma Teaser foi "selvagem e fora de controle" contra o jovem brasileiro, com os policiais agindo "sem a menor ideia do que havia ocorrido" antes de interpelar Roberto Curti.
Os policiais afirmaram que Roberto Curti parecia um "super-humano", reagindo com extrema força, mas as câmeras revelam que ele foi rapidamente algemado após ser jogado ao chão.
Mary Jerram concluiu que mesmo após estar com os braços e as pernas imobilizados, Roberto Curti foi atingido por disparos de Taser e jatos de spray de pimenta no rosto. Minutos depois, desfaleceu e não pode mais ser revivido.