Irã confirma ação aérea contra jihadistas no Iraque

LONDRES, 06 dez 2014 (AFP) - Um alto dirigente iraniano confirmou nesta sexta-feira que a força aérea de seu país bombardeou posições do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque, em entrevista ao jornal The Guardian.

O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Ebrahim Rahimpur, disse ao jornal que o Irã realizou ataques aéreos para "defender os interesses de nossos amigos no Iraque", em referência ao governo em Bagdá e aos curdos na região autônoma do Curdistão iraquiano, que também lutam contra o EI.

"Neste assunto, não tivemos qualquer tipo de coordenação com os americanos. Apenas coordenamos com o governo iraquiano", disse Rahimpur, destacando que os ataques foram realizados a pedido de Bagdá.

As declarações do vice-chanceler são a primeira confirmação oficial de Teerã sobre os ataques iranianos contra os jihadistas.

Rahimpur disse que o Irã queria intervir para evitar o agravamento da situação no Iraque, como ocorreu na vizinha Síria, que se encontra mergulhada em uma guerra civil há mais de três anos e meio e já matou quase 200 mil pessoas.

"Não permitiremos que as condições no Iraque desçam ao nível da Síria, onde foram criadas por atores externos (...), e é óbvio que nossa ajuda (ao Iraque) será mais forte que na Síria, já que estão mais próximos de nós".

Teerã, que nega ter tropas no Iraque, não foi chamado para integrar a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, que proclamou um califado em uma ampla região no norte da Síria e do Iraque.

Na quarta-feira, o Pentágono informou que os ataques da aviação iraniana contra o EI no Iraque ocorreram em zonas do leste do país onde não operam as forças dos Estados Unidos.

Altos funcionários do departamento de Defesa assinalaram que os ataques com aviões Phantom F-4 iranianos realizados no final de semana passado aconteceram com parte de um acordo acertado com as forças americanas sobre atuação em zonas diferenciadas no Iraque.

"Há um entendimento tácito de que não vamos operar no mesmo espaço", disse à AFP um funcionário da Defesa.

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