Presidente armênio é reeleito; oposição denuncia fraude

De Erevan (Armênia)

  • Karen Minasyan/AFP

    Mulher deposita voto em urna em Erevan. Os armênios compareceram nesta segunda-feira (18) aos locais de votação durante as eleições presidenciais

    Mulher deposita voto em urna em Erevan. Os armênios compareceram nesta segunda-feira (18) aos locais de votação durante as eleições presidenciais

O presidente armênio, Serge Sarkisian, foi reeleito nesta segunda-feira (18), com 58,64 % dos votos, de acordo com os resultados oficiais completos divulgados pela comissão eleitoral central.

Seu principal rival, o ex-ministro de Relações Exteriores Raffi Hovannisian, ficou em segundo com 36,75% dos votos após a apuração de todos os colégios eleitorais.

Mais cedo, Hovannisian tinha se recusado a reconhecer os resultados preliminares e tinha se apresentado como o verdadeiro vencedor das eleições.

No entanto, Eduard Sharmazanov, porta-voz do Partido Republicano, de Sarkisian, tinha rebatido as críticas ao declarar que o presidente em fim de mandato "era o único favorito" e considerou a votação "a melhor na história da Armênia independente", repudiando acusações de fraude.

A polícia local também rejeitou as acusações de Hovannisian ao chamá-las de "ficção".

O candidato de oposição tinha declarado que "Sarkisian deve ser o primeiro presidente da Armênia a reconhecer a vitória do povo".

Seu porta-voz, Hovser Hurchudian, denunciou pouco antes a realização de eleições "vergonhosas, marcadas por uma quantidade enorme de fraudes" e convocou protestos para a tarde desta terça-feira.

"Recebemos por volta das 18h00 centenas de mensagens dando parte de violações maciças do código eleitoral, como votos múltiplos, intimidação e compra de votos", segundo um comunicado difundido pela equipe de campanha de Hovannisian.

Bagratian denunciou também "infrações maciças" e não descartou "ações de protesto".

A polícia local rejeitou as acusações, qualificando-as de "invenções evidentes".

As eleições foram acompanhadas por mais de 600 observadores internacionais. Os da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa (OSCE) darão seu balanço na terça-feira.

Três das principais forças de oposição, que têm 48 das 131 cadeiras do Parlamento, se negaram a participar das eleições.

Em 2008, a vitória de Sarkisian na presidencial, contestada pela oposição, gerou protestos que degeneraram em confrontos com a polícia, nos quais morreram 10 pessoas.

A campanha presidencial de 2013 também teve episódios violentos.

Um dos candidatos, Parou¯r Ha¯rikian, ficou gravemente ferido após ser baleado no ombro no dia 31 de janeiro e outro chegou a fazer uma greve de fome.

As autoridades esperam que não haverá tumultos depois do anúncio dos resultados para melhorar as perspectivas de integração europeia deste pequeno país de três milhões de habitantes que ao contrário dos seus vizinhos não tem petróleo.

Vazguen Akobian, carpinteiro de 53 anos votou em Sarkisian. "Ele tem nervos de aço e, como chefe do exército, é capaz de tomar as decisões certas", opinou.

Já Siranouch Mnatsmkanian, 67 ans, disse que o país precisava de um presidente "diferente" como Hovannissian. "Ele nasceu e cresceu nos Estados Unidos, tem uma mentalidade ocidental e prometeu combater a corrupção", ressaltou.

Os problemas econômicos da Armênia, país abalado pelo desemprego e a corrupção, foram o tema de maior destaque na campanha.

De acordo com o Banco Mundial, 36% dos armênios vivem abaixo da linha de pobreza. Nas últimas duas décadas, cerca de um milhão de armênios deixaram o país para tentar melhorar de vida no exterior.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos