Indiana violentada recebe prêmio póstumo nos EUA
A jovem indiana morta violentamente por estupradores, cujo caso abalou o mundo, está entre as nove mulheres premiadas nesta sexta-feira (8), nos Estados Unidos, por sua valentia.
A jovem estudante, que ficou conhecida simplesmente como "Nirbhaya" ou "sem medo", foi premiada com o "International Women of Courage Award".
"Nirbhaya" morreu no hospital devido aos graves ferimentos decorrentes dos estupros e da surra que sofreu após ser atacada dentro de um ônibus em Nova Délhi.
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"Sua valentia inspirou milhões de homens e mulheres a se unir em torno de uma mensagem simples: 'nunca mais'", destacou o secretário americano de Estado, John Kerry, na homenagem póstuma à jovem de 23 anos.
"Jamais imaginamos que nossa filha se tornaria um dia a filha de todo o mundo", escreveram os pais da jovem em uma mensagem lida por Kerry durante a cerimônia.
"Apesar do final terrível, seu caso tem fortalecido todas as mulheres que lutam para melhorar o sistema. As mulheres da Índia e do restante do mundo rejeitam ser estigmatizadas e não ficarão mais em silêncio", disse Kerry.
Também receberam o prêmio a poeta tibetana Tsering Woeser, a quem as autoridades chinesas negaram o passaporte para viajar aos EUA, a blogueira vietnamita Ta Phong Tan, sob prisão domiciliar, e a advogada defensora dos direitos humanos síria Razan Zeitunah, escondida por razões de segurança.
O prêmio foi entregue diretamente à primeira membro feminina da Afghan National Interdiction Unit, Malalai Bahaduri, que teve o nariz quebrado por um tio quando decidiu entrar para as forças armadas; à jornalista russa Elena Milashina, que tem recebido ameaças por seu trabalho sobre o tráfico de drogas e morte de jornalistas, e à ativista para a democracia na Nigéria Josephine Obiajulu Odumakin.
A ativista somali Fartuun Adam, que lidera o Elman Peace and Human Rights Center, e a hondurenha Julieta Castellanos, que formou uma organização civil após o golpe de 2009, também foram condecoradas.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, afirmou que "quando estas mulheres presenciaram crimes horríveis ou viram ignorados direitos humanos básicos, falaram em voz alta, arriscando tudo o que tinham para exigir justiça".
O evento foi marcado pela notícia do cancelamento do prêmio previsto para a ativista egípcia Samira Ibrahim, após a descoberta de que ela realizou declarações apoiando os atentados do 11 de Setembro e a morte de israelenses.