EUA perderam uma verdadeira amiga com a morte de Thatcher, diz Obama
O presidente Barack Obama afirmou hoje (8) que, com a morte da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, os Estados Unidos perderam uma verdadeira amiga e o mundo uma defensora da liberdade.
Reformas econômicas radicais marcaram governo de Thatcher
"Como partidária sem remorsos de nossa aliança transatlântica, ela sabia que, com força e determinação, podíamos ganhar a Guerra Fria e estender a promessa de liberdade", afirmou Obama em um comunicado.
Obama, que completou 29 anos e foi eleito editor da Harvard Law Review em 1990, o ano em que Thatcher deixou o poder, disse que a primeira mulher a ser chefe de Governo da Grã-Bretanha era um exemplo para as meninas de que "não existe teto de vidro que não possa ser quebrado."
"Com a morte da baronesa Margaret Thatcher, o mundo perdeu uma das grandes campeãs da liberdade, e a América perdeu uma verdadeira amiga", completou Obama. "Como primeira-ministra, ela ajudou a restaurar a confiança e o orgulho que sempre foi a marca registrada da Grã-Bretanha em seu melhor".
Conheça as frases mais famosas de Thatcher
"Na política, se você quer que algo seja falado, peça a um homem. Se quer que algo seja feito, peça a uma mulher" (1982)
"Gosto de estar no centro das coisas" (1984)
Obama destacou que os americanos nunca esquecerão que Thatcher ficou ao lado do presidente Ronald Reagan para acabar com a Guerra Fria. Também disse que ela era uma recordação de que as correntes da História podem ser moldadas com "convicção moral, coragem inflexível e vontade de ferro".
"Michelle e eu enviamos nossos pensamentos à família Thatcher e a todo o povo britânico, enquanto continuamos o trabalho ao qual ela dedicou sua vida - povos livres lado a lado, determinados a escrever seu próprio destino".
Margaret Thatcher
Líderes mundiais lamentaram
O atual primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que Thatcher era uma grande britânica. "Com muita tristeza que fiquei sabendo da morte da Lady Thatcher. Nós perdemos uma grande líder, uma grande premiê e uma grande britânica", escreveu no Twitter.
Em uma breve entrevista, Cameron afirmou que Thatcher salvou o Reino Unido. "A verdade sobre Margaret Thatcher é que ela não apenas liderou o nosso país. Ela salvou o nosso país", disse Cameron. "Ela morre como a maior primeira-ministra do Reino Unido em tempos de paz."
Cameron, que está na Espanha, cancelou uma viagem que faria à França e voltará ainda nesta segunda-feira (8) ao Reino Unido.
A rainha Elizabeth 2ª expressou seu pesar pela morte da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e enviará uma mensagem particular à família, informou hoje o Palácio de Buckingham.
"A rainha está aflita por saber da morte da baronesa Thatcher e Vossa Majestade enviará uma mensagem particular de solidariedade à família", dizia um breve comunicado da residência oficial da Família Real britânica.
O ex-primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido Tony Blair disse que Thatcher foi uma figura política "imponente" e teve um profundo "impacto global".
"Muito poucos líderes conseguiram mudar não só o panorama político de seu país, mas do mundo inteiro", afirmou Blair em um comunicado. Margaret Thatcher, que governou o Reino Unido de 1979 até 1990, era "uma verdadeira líder", acrescentou.
Blair disse que "algumas das mudanças" realizadas por Thatcher se mantiveram, "pelo menos em certos aspectos", quando ele se tornou primeiro-ministro, em 1997, e também foram imitadas por "governos de todo o mundo".
Além disso, Blair elogiou a personalidade de Thatcher: "como pessoa era amável e de espírito generoso e sempre se mostrou incrivelmente disposta a me ajudar como primeiro-ministro, apesar de sermos de pólos políticos opostos".
"Inclusive se não concordava com ela em certos aspectos, em algumas ocasiões fortemente em desacordo, não poderia deixar de respeitar sua personalidade e sua contribuição à nação britânica", disse Blair, que foi líder do Partido Trabalhista entre 1994 e 2007.
O ex-presidente americano George Bush pai elogiou a ex-primeira-dama, a quem chamou de "líder de caráter incomum e uma das mais ferozes defensoras da liberdade" no século XX. "Barbara e eu ficamos profundamente tristes ao nos inteiramos da morte da baronesa Thatcher, e estendemos nossas sentidas condolências a seus filhos e entes queridos", disse.
O também ex-presidente americano Bill Clinton manifestou sua tristeza e caracterizou Thatcher como uma "mulher de Estado emblemática e uma líder sem medo", além de grande aliada dos Estados Unidos. "O Reino Unido perdeu uma mulher de Estado emblemática e uma líder sem medo. Os Estados Unidos perdem uma de suas amigas mais queridas e aliadas mais apreciadas", afirmou Clinton.
Thatcher e o ex-presidente americano Ronald Reagan eram "almas gêmeas políticas", afirmou a viúva do ex-chefe de Estado americano, Nancy Reagan.
"Todos sabem que meu marido e Lady Thatcher mantiveram uma relação muito especial como líderes de seus respectivos países durante um dos períodos mais difíceis e cruciais da História moderna. Ronnie e Margaret eram almas gêmeas políticas, comprometidos com a liberdade e decididos a acabar com o comunismo".
"Foi uma personalidade corajosa, uma mulher que aprendeu que um líder deve ter convicções firmes, porque as pessoas não têm como decidir por elas mesmas a menos que seus líderes lhes indiquem a direção a seguir", afirmou à CNN o secretário de Estado de Richard Nixon e Gerald Ford.
"Ela não acreditava que seu trabalho consistia em alcançar compromissos, e sim em ter convicções", afirmou Kissinger, Prêmio Nobel da Paz 1973.
Ele também evocou o gosto de Thatcher por discutir sobre política externa e "sua capacidade de expressar claramente seu ponto de vista, conservando uma abertura de espírito pelo outro".
O ex-presidente americano George Bush pai elogiou Thatcher, a quem chamou de "líder de caráter incomum e uma das mais ferozes defensoras da liberdade" no século 20.
"Barbara e eu ficamos profundamente tristes ao nos inteiramos da morte da baronesa Thatcher, e estendemos nossas sentidas condolências a seus filhos e entes queridos", afirmou Bush, que foi presidente durante os últimos anos do governo Thatcher.
Em um comunicado, Bush se refere a Thatcher como "uma das mais ferozes defensoras da liberdade e do livre mercado, uma líder de carácter incomum que ergueu alto a bandeira de suas convicções".
"Ela ajudou a construir um mundo mais livre e melhor".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lamentou a morte de Margaret Thatcher, que definiu como "uma forte amiga" de Israel e do "povo judeu".
"Lamentamos a morte da ex-primeira ministra do Reino Unido, a baronesa Thatcher. Foi uma grande líder, uma mulher de princípios, decisiva, forte, uma grande mulher", afirmou Netanyahu em comunicado divulgado por seu escritório.
Segundo Netanyahu, que não se dedicava à política quando ela governava, Thatcher "foi uma forte amiga de Israel e do povo judeu" e "inspirou toda uma nova geração de políticos".
Em 1986, foi a primeira chefe de governo do Reino Unido a visitar Israel, que integrava o mandato britânico da Palestina entre 1923 e 1948, embora suas posturas para Israel fossem menos complexas e passavam em grande medida pela defesa dos históricos interesses britânicos no mundo árabe e a dinâmica da Guerra Fria.
Thatcher ganhou a simpatia dos judeus graças a sua defesa da emigração para Israel de membros dessa religião da União Soviética nos anos 1980 e pelo alto número de ministros judeus em seus governos.
"Soube com grande tristeza da morte de Margaret Thatcher. Primeira-ministra durante muitos anos, marcou o Reino Unido moderno como poucos o fizeram, antes ou depois dela. Foi uma líder extraordinária de nossa época", declarou Merkel citada em um comunicado.
O presidente francês François Hollande saudou a memória de Thatcher, enfatizando que ela sempre teve uma relação franca e leal com a França.
"Ao longo de sua vida política, com convicções conservadoras que ela assumia plenamente, foi apegada ao esplendor do Reino Unido e à defesa de seus interesses", declarou Hollande, citado em um comunicado da presidência francesa.
Também saudou seu "impulso decisivo" para a construção do túnel sob o Canal da Mancha que une os dois países.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, expressou suas condolências pela morte da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher e destacou que a política conservadora será lembrada tanto por suas "contribuições" como pelas "reservas" em relação à União Europeia (UE).
"Em meu nome e no da Comissão Europeia, gostaria de dizer que estou profundamente entristecido pela notícia da morte da baronesa Thatcher", disse o chefe do Executivo comunitário em comunicado.
Barroso ressaltou que Thatcher foi a primeira mulher que ocupou o cargo de primeira-ministra no Reino Unido e defendeu que a governante "foi sem dúvida uma grande estadista" e uma figura "circunspecta, embora comprometida" com a UE.
"Será recordada tanto por suas contribuições como por suas reservas ao nosso projeto comum", disse Barroso.
O presidente da Comissão Europeia lembrou que Thatcher assinou o Ata Única Europeia e ajudou a criar o mercado comum no continente.
Barroso também afirmou que Thatcher liderou os esforços para "incorporar à família europeia os países do centro e do leste da Europa que estavam formalmente detrás da Cortina de Ferro".
"O Reino Unido, sob a liderança de Thatcher, apoiou muito a ampliação da União Europeia", destacou o político português.
O antigo dirigente soviético Mikhail Gorbachev disse que Thatcher ficará para a história. "Margaret Thatcher era uma grande personalidade política e uma pessoa brilhante. Ela permanecerá na memória e na história", declarou, citado pela agência Interfax.
O ex-presidente polonês e histórico líder do sindicato Solidariedade, Lech Walesa, afirmou que Thatcher contribuiu para a queda do comunismo na Europa.
"Lástima. Era uma grande personalidade que fez muito pelo mundo, que contribuiu para a queda do comunismo na Polônia e na Europa do Leste, com (o presidente americano também morto) Ronald Reagan, o Papa João Paulo 2° e o sindicato Solidariedade", declarou Lech Walesa.
O presidente da Comissão Europeia , José Manuel Barroso, disse que Thatcher "foi, sem dúvida, uma grande mulher de Estado, a primeira mulher primeira-ministra de seu país, e uma atriz cautelosa, mas engajada na União Europeia", destacando que a ex-dirigente foi "uma pessoa-chave, e também circunspecta" em relação à construção do projeto europeu.
Para o mandatário chileno, a morte de Thatcher representa uma perda enorme não somente para a Inglaterra, mas para todo o mundo. "Quero expressar meus pêsames e minha solidariedade com a família de Margaret Thatcher e com o povo inglês porque ela foi uma mulher que fez uma grande contribuição para a Inglaterra", assim como para a queda "do muro de Berlim, da Cortina de Ferro", destacou.
O presidente da Colômbia, por sua vez, disse lamentar a morte da Dama de Ferro, como era conhecida, pois ela era uma mulher "controversa, valente, com caráter e amiga" de seu país.
O papa Francisco expressou seu pesar pela morte de Thatcher, destacando seus valores cristãos e "a promoção da liberdade no concerto das nações".
A declaração foi repassada pelo cardeal secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, em um telegrama enviado ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e tornado público pela Santa Sé. O pontífice, disse Bertone, ressaltou os valores cristãos nos quais Thatcher "baseou seu compromisso com o serviço público e a promoção da liberdade no concerto das nações".
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