Venezuela chama embaixador por declarações de Espanha sobre eleição
O governo da Venezuela chamou nesta segunda-feira para consultas seu embaixador em Madri, após o chanceler espanhol, José Manuel García Margallo, pedir "um diálogo franco" entre governo e oposição diante do resultado das eleições de domingo, informou o chanceler Elías Jaua.
"O presidente Nicolás Maduro, em virtude destas declarações, decidiu chamar para consultas nosso embaixador Bernardo Álvarez no Reino da Espanha para que venha à Venezuela para avaliar (...) em que contexto isto ocorreu", afirmou Jaua à TV estatal da Venezuela.
Maduro, herdeiro político do finado presidente Hugo Chávez, ganhou as eleições por uma margem mínima de votos sobre o líder da oposição, Henrique Capriles, que impugnou os resultados e exigiu a recontagem dos votos.
Antes de participar de um almoço com empresários em Barcelona, o chanceler espanhol evitou dar por definitivos os resultados da eleição e assinalou que "qualquer que seja o veredito final após a recontagem", está claro "que há uma polarização muito forte na Venezuela" que exige um "diálogo franco".
"Nos reservamos, como República Bolivariana da Venezuela, a ações que podem ocorrer nos próximos dias se persiste esta atitude de não reconhecimento por parte do governo de Espanha através de seu chanceler", disse Jaua.
Ao expressar a "mais contundente e firme rejeição" a estas declarações, Jaua afirmou que o chanceler espanhol "ignora implicitamente os resultados firmes e claros divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral".
"Aqui não há qualquer dúvida sobre quem ganhou as eleições", insistiu o chanceler venezuelano.
Capriles convocou uma mobilização popular contra a decretação de Maduro como presidente eleito antes da recontagem dos votos.
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
-
Maduro e opositor fazem comícios em Caracas e marcam início da corrida eleitoral
-
Brasil pede eleições 'livres' na Venezuela e respeito ao resultado
-
Maduro aceita proposta para retomar conversações diretas com EUA
-
Candidatos à presidência da Venezuela concordam em respeitar resultados das eleições; oposição principal se abstém