Fotógrafo da AFP é preso na Nicarágua sem acusação

De Manágua

O fotógrafo chileno da AFP (Agence France-Presse) Héctor Retamal foi preso pela polícia da Nicarágua há quatro dias, sem nenhuma acusação contra ele ter sido apresentada, e a agência reclama a sua libertação imediata.

Retamal, 37, foi preso na noite da última terça-feira, perto da residência presidencial, informou a polícia. Ele cobria a reunião do presidente Daniel Ortega com o chanceler da Autoridade Palestina, Riad Malki.

Desde então, o fotógrafo permanece incomunicável na unidade da polícia responsável por casos de terrorismo, narcotráfico e crime organizado.

Retamal não teve acesso a um advogado, e, nestes quatro dias, pôde apenas receber, em duas ocasiões, a visita do cônsul do Chile, Diego Rivera, a última delas na noite de quinta-feira.

"A prisão é ilegal. A polícia tem 48 horas para investigar e colocá-lo sob as ordens de um juiz. Mas ele continua preso", criticou hoje o advogado Raúl Arevalo, que entrou com um recurso pedindo a libertação de Retamal.

"Estamos preocupados com nosso colega, e reclamamos a sua libertação imediata, dentro dos processos judiciais", disse o diretor para a América Central da AFP, Marcelo Brusa. "Não sabemos de que ele é acusado."

A embaixada francesa também se mobilizou, tomando medidas em favor da libertação do fotógrafo.

A presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros da Nicarágua (Acen), Sonia González, pediu na quinta-feira à porta-voz presidencial e primeira-dama, Rosario Murillo, medidas para resolver a situação.

Retamal cobriu para a AFP, entre outros assuntos, o terremoto no Haiti, em 2009, e o caso dos mineradores presos no Chile, em 2010. Na América Central, fez reportagens na Guatemala, Nicarágua e Costa Rica.

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