Obama faz visita em família à ilha de Goreia, símbolo da escravidão
O presidente americano, Barack Obama, visitou nesta quinta-feira, com sua esposa Michelle e suas duas filhas, a ilha senegalesa de Goreia, que simboliza o tráfico negreiro, em uma etapa carregada de emoção, que, segundo ele, "dá mais motivação para defender os direitos humanos".
"Isto é um testemunho do que pode acontecer quando nós não somos vigilantes o bastante na defesa dos direitos humanos", declarou Obama depois de ter visitado a Casa dos Escravos da ilha e sua conhecida Porta "Sem Retorno" na entrada do Oceano Atlântico.
De lá que saíram para os Estados Unidos milhares de africanos arrancados de sua terra.
"É um momento muito forte", afirmou Obama, acrescentando: "Evidentemente, para um afro-americano, um presidente afro-americano, ter a possibilidade de visitar este local, dá mais motivação para defender os direitos em todo o mundo".
Barack Obama, de pai queniano, estava acompanhado em Goreia de seu esposa, Michelle, uma descendente de escravos, e de suas filhas Malia e Sasha.
Antes dele, seus antecessores Bill Clinton e George W. Bush também tinham visitado o local em 1998 e em 2003, respectivamente.
A visita de Obama ao Senegal ocorre no momento em que o herói da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, de 94 anos, luta pela vida em uma clínica de Pretória. O primeiro presidente negro sul-africano visitou a ilha em 1991, um ano depois de sua libertação, após ter passado 27 anos nas prisões do regime racista.
Goreia e a Casa dos Escravos são conhecidas por terem sido o ponto de partida de vários escravos negros acorrentados e transportados de navio para os países do continente americano por vários séculos.
A ilha fica localizada a quatro quilômetros de Dacar, e, apesar de uma polêmica sobre o número de escravos que passaram por lá, ela continua sendo um símbolo do tráfico negreiro e recebe milhares de visitantes todos os anos.