Países ocidentais preparam ataque contra a Síria

DAMASCO, 28 Ago 2013 (AFP) - Os países ocidentais, com os Estados Unidos à frente, se mostravam dispostos nesta quarta-feira a executar uma ação militar contra o regime sírio, acusado de usar armas químicas, apesar das advertências de Rússia e Irã de que uma intervenção desestabilizaria a região.

Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, convencidos da responsabilidade do regime sírio em um ataque com armas químicas perto de Damasco estavam dispostos a realizar ataques seletivos para enviar uma mensagem ao governo de Bashar al-Assad contra o uso de gases tóxicos, mas sem a intenção de derrubar o presidente sírio.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira aos membros do Conselho de Segurança que se unam para "atuar pela paz" na Síria.

"O Conselho deve unir-se para atuar pela paz", declarou Ban Ki-moon em Haia.

"Chegamos ao momento mais grave deste conflito", completou.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente americano, Barack Obama, que conversaram na terça-feira por telefone, "não têm nenhuma dúvida sobre a responsabilidade do regime de Assad em um ataque químico", destacou Downing Street nesta quarta-feira.

"Os responsáveis por este uso espantoso de armas químicas na Síria não deixam espaço para dúvidas: é o regime sírio", afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden, para quem "aqueles que utilizam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefensos devem prestar contas".

O governo dos Estados Unidos pretende divulgar esta semana parte de um relatório dos serviços de inteligência que aponta a responsabilidade do regime sírio no ataque de 21 de agosto.

Segundo a revista Foreign Policy, os serviços de informação americanos ouviram, após o ataque da semana passada, uma conversa de uma autoridade do ministério sírio da Defesa com um diretor da unidade de armas químicas, na qual ele pedia "respostas sobre um ataque com um agente neurotóxico que matou mais de 1.000 pessoas".

A revista destaca que a gravação é o principal argumento do governo americano para para mostrar seu convencimento do uso de armas químicas por parte da Síria.

Nesta quarta-feira, os investigadores da ONU seguiram para um dos locais do ataque químico atribuído ao regime sírio, depois da suspensão da missão na terça-feira por motivos de segurança.

Uma fonte do governo americano destacou que uma eventual intervenção será limitada a uma campanha pontual de lançamento de mísseis de cruzeiro Tomahawk a partir de quatro destróieres.

Mas Rússia e Irã, aliados do regime de Assad, advertiram para as consequências regionais de uma intervenção.

Em uma conversa telefônica com o enviado da Liga Árabe e da ONU Lakhdar Brahimi, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, "destacou a falta de alternativa a uma solução político-diplomática e que as tentativas para alcançar uma solução militar levarão apenas a uma desestabilização ainda maior da situação no país e na região".

O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, também alertou que uma intervenção americana seria um "desastre para a região", que segundo ele já é um barril de pólvora.

O regime sírio, que nega o uso de armas químicas, advertiu que se defenderá no caso de ataque.

bur-cco/fp

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