Discussões tensas na Ucrânia entre governo e oposição
KIEV, 14 dez 2013 (AFP) - O poder e a oposição na Ucrânia se encontraram nesta sexta-feira para negociações, após quatro semanas de contestação e na véspera de novas manifestações em massa.
"O poder não levou em conta nenhuma de nossas exigências. Esta mesa redonda não passa de um simulacro", declarou o campão do mundo de boxe e líder do partido de oposição Udar, Vitali Klitschko, citado pela agência Interfax.
Após hesitação, os três líderes da oposição pró-europeia - Vitali Klitschko, Arseni Yatseniuk (líder do partido da opositora presa Yulia Timochenko) e o nacionalista Oleg Tiagnybok - aceitaram se encontrar com o governo para apresentar suas exigências e escutar respostas.
Mas, apesar da promessa do presidente de anistia para os manifestantes detidos durante as mobilizações das últimas semanas, nada de concreto foi decidido.
"Peço a todos os ucranianos que estão nas ruas que se acalmem e parem com o confronto", declarou Yanukovich após o encontro.
Após o fracasso de uma ação da polícia na quarta-feira contras os manifestantes, as forças de ordem se retiraram após o afluxo de milhares de pessoas - e com o apoio de representantes da UE e dos Estados Unidos, a oposição convocou novas manifestações em massa para domingo ao meio-dia (8h00 no horário de Brasília) em Kiev.
A oposição exige a saída do governo e a assinatura de um acordo de associação com a UE, suspenso abruptamente no final de novembro por Yanukovich.
Durante a mesa redonda de hoje, Vladimir Klitschko alertou o presidente contra qualquer repressão policial.
"Falo a você, Viktor Yanukovich. Você tem responsabilidade pessoal sobre o que acontece no país", declarou durante as negociações
"Sabemos que há planos para resolver a situação pela força. Isso terá consequências catastróficas para o país, e para vocês pessoalmente", acrescentou o boxeador, enquanto Yanukovich fazia anotações.
O encontro foi organizado pelo ex-presidente Leonid Kravchuk, que tentou na semana passada mediar junto a outros dois ex-chefes de Estado, Viktor Yuchtchenko e Leonid Kuchma, um diálogo entre as duas partes.
Esta iniciativa recebeu o apoio nesta sexta-feira do oligarca mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, que denunciou o inaceitável uso da força na quarta-feira contra os manifestantes.
"É preciso chegar a uma decisão que beneficie a Ucrânia em curto, médio e longo prazo", declarou este empresário muito influente, originário como o presidente Yanukovich da cidade de Donetsk, no leste do país, e ainda considerado como uma une "eminência parda" do poder.
O ministro lituano das Relações Exteriores, Linas Linkevicius, cujo país assegura a presidência rotativa da UE, indicou que se colega ucraniano Leonid Kojara assegurou que a força não seria usada contra os manifestantes.
O governo dos Estados Unidos exortou as autoridades da Ucrânia a permitir os protestos deste final de semana em Kiev, e a evitar confrontos entre a polícia e os manifestantes.
"É imperativo que as manifestações deste final de semana possam ser realizadas de forma pacífica", disse a porta-voz do departamento de Estado Marie Harf sobre os protestos.
"É claro que vamos permanecer atentos ao que vai ocorrer nos próximos dias".
O senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain estará neste final de semana em Kiev para manifestar seu apoio à oposição, mas se reunirá com representantes de todas as partes em conflito.
Os protestos - sem precedentes na Ucrânia desde a Revolução Laranja de 2004 - começaram por causa da rejeição das autoridades em assinar um acordo de associação com a União Europeia no final de novembro para se aproximar de Moscou.
Neste contexto, o presidente russo Vladimir Putin apresentou na quinta-feira as vantagens econômicas de uma aproximação com Moscou à Ucrânia.
bur-lpt/mr/lr
"O poder não levou em conta nenhuma de nossas exigências. Esta mesa redonda não passa de um simulacro", declarou o campão do mundo de boxe e líder do partido de oposição Udar, Vitali Klitschko, citado pela agência Interfax.
Após hesitação, os três líderes da oposição pró-europeia - Vitali Klitschko, Arseni Yatseniuk (líder do partido da opositora presa Yulia Timochenko) e o nacionalista Oleg Tiagnybok - aceitaram se encontrar com o governo para apresentar suas exigências e escutar respostas.
Mas, apesar da promessa do presidente de anistia para os manifestantes detidos durante as mobilizações das últimas semanas, nada de concreto foi decidido.
"Peço a todos os ucranianos que estão nas ruas que se acalmem e parem com o confronto", declarou Yanukovich após o encontro.
Após o fracasso de uma ação da polícia na quarta-feira contras os manifestantes, as forças de ordem se retiraram após o afluxo de milhares de pessoas - e com o apoio de representantes da UE e dos Estados Unidos, a oposição convocou novas manifestações em massa para domingo ao meio-dia (8h00 no horário de Brasília) em Kiev.
A oposição exige a saída do governo e a assinatura de um acordo de associação com a UE, suspenso abruptamente no final de novembro por Yanukovich.
Durante a mesa redonda de hoje, Vladimir Klitschko alertou o presidente contra qualquer repressão policial.
"Falo a você, Viktor Yanukovich. Você tem responsabilidade pessoal sobre o que acontece no país", declarou durante as negociações
"Sabemos que há planos para resolver a situação pela força. Isso terá consequências catastróficas para o país, e para vocês pessoalmente", acrescentou o boxeador, enquanto Yanukovich fazia anotações.
O encontro foi organizado pelo ex-presidente Leonid Kravchuk, que tentou na semana passada mediar junto a outros dois ex-chefes de Estado, Viktor Yuchtchenko e Leonid Kuchma, um diálogo entre as duas partes.
Esta iniciativa recebeu o apoio nesta sexta-feira do oligarca mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, que denunciou o inaceitável uso da força na quarta-feira contra os manifestantes.
"É preciso chegar a uma decisão que beneficie a Ucrânia em curto, médio e longo prazo", declarou este empresário muito influente, originário como o presidente Yanukovich da cidade de Donetsk, no leste do país, e ainda considerado como uma une "eminência parda" do poder.
O ministro lituano das Relações Exteriores, Linas Linkevicius, cujo país assegura a presidência rotativa da UE, indicou que se colega ucraniano Leonid Kojara assegurou que a força não seria usada contra os manifestantes.
O governo dos Estados Unidos exortou as autoridades da Ucrânia a permitir os protestos deste final de semana em Kiev, e a evitar confrontos entre a polícia e os manifestantes.
"É imperativo que as manifestações deste final de semana possam ser realizadas de forma pacífica", disse a porta-voz do departamento de Estado Marie Harf sobre os protestos.
"É claro que vamos permanecer atentos ao que vai ocorrer nos próximos dias".
O senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain estará neste final de semana em Kiev para manifestar seu apoio à oposição, mas se reunirá com representantes de todas as partes em conflito.
Os protestos - sem precedentes na Ucrânia desde a Revolução Laranja de 2004 - começaram por causa da rejeição das autoridades em assinar um acordo de associação com a União Europeia no final de novembro para se aproximar de Moscou.
Neste contexto, o presidente russo Vladimir Putin apresentou na quinta-feira as vantagens econômicas de uma aproximação com Moscou à Ucrânia.
bur-lpt/mr/lr