Após referendo escocês, Reino Unido estará mais descentralizado
EDIMBURGO, 19 Set 2014 (AFP) - A Escócia não será independente, mas terá mais autonomia, de acordo com a promessa do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que também concederá novos poderes a Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte.
A "devo-max", como é conhecida a transferência de mais poderes, não figurava na quinta-feira como opção na cédula de votação do referendo de independência.
Mas os três principais partidos políticos do Reino Unido fizeram a promessa à Escócia, no caso de vitória do "não" à independência.
Após admitir a derrota, o primeiro-ministro escocês e líder da campanha independentista, Alex Salmond, se apressou a recordar os compromissos assumidos por Cameron, seus aliados liberal-democratas e a oposição trabalhista.
"Os partidos unionistas se comprometeram no final da campanha a dar mais poderes à Escócia. E a Escócia espera que os compromissos sejam cumpridos rapidamente", disse Salmond.
Cameron respondeu pouco depois.
"Vamos honrar este compromisso", disse o primeiro-ministro, que prometeu que a política descentralizadora beneficiará também as outras três nações do Reino Unido: Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra.
Mudança global de governança
Depois de declarar na segunda-feira a "morte do status quo" no Reino Unido, Cameron deve detalhar em breve uma revisão da governança local.
Os analistas afirmam que Londres precisa efetivamente entregar a Salmond o controle total da política escocesa para evitar a convocação de novas consultas separatistas.
As negociações terão início entre os conservadores, os liberal-democratas e os trabalhistas para dar mais poderes ao Parlamento escocês, criado em 1999 e que já controla áreas como saúde e educação, assim como para as outras três nações.
Em novembro, as autoridades britânicas devem começar a esboçar os novos poderes, incluindo um possível maior controle sobre os impostos. Os projetos de lei sobre a descentralização podem estar concluídos até janeiro.
O calendário acelerado foi estabelecido quando ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, trabalhista, entrou no debate 10 dias antes da votação, quando as pesquisas apontavam a vitória do 'sim'.
Brown prometeu então à Escócia "uma forma moderna de autonomia".
Uma pesquisa mostrou que 67% dos escoceses eram partidários a mais poderes do Parlamento local nas áreas fiscal e de bem-estar social no caso de vitória do "não".
Mas alguns apontam que os prazos estabelecidos por Brown não são realistas, em consequência das divergências entre os três partidos britânicos.
Para a professora Nicola McEwen, da Universidade de Edimburgo, a elaboração rápida de uma nova legislação pode ter benefícios a curto prazo, mas não representa uma solução duradoura.
O Partido Nacional Escocês (SNP) de Alex Salmond poderia apresentar propostas, que poderiam ser completamente diferentes do que está agora sobre a mesa, destaca McEwen.
"A 'devo-max' é a solução para a Escócia ou o próximo problema?", questionou no domingo Nick Butler, professor do King's College de Londres.
A "devo-max", como é conhecida a transferência de mais poderes, não figurava na quinta-feira como opção na cédula de votação do referendo de independência.
Mas os três principais partidos políticos do Reino Unido fizeram a promessa à Escócia, no caso de vitória do "não" à independência.
Após admitir a derrota, o primeiro-ministro escocês e líder da campanha independentista, Alex Salmond, se apressou a recordar os compromissos assumidos por Cameron, seus aliados liberal-democratas e a oposição trabalhista.
"Os partidos unionistas se comprometeram no final da campanha a dar mais poderes à Escócia. E a Escócia espera que os compromissos sejam cumpridos rapidamente", disse Salmond.
Cameron respondeu pouco depois.
"Vamos honrar este compromisso", disse o primeiro-ministro, que prometeu que a política descentralizadora beneficiará também as outras três nações do Reino Unido: Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra.
Mudança global de governança
Depois de declarar na segunda-feira a "morte do status quo" no Reino Unido, Cameron deve detalhar em breve uma revisão da governança local.
Os analistas afirmam que Londres precisa efetivamente entregar a Salmond o controle total da política escocesa para evitar a convocação de novas consultas separatistas.
As negociações terão início entre os conservadores, os liberal-democratas e os trabalhistas para dar mais poderes ao Parlamento escocês, criado em 1999 e que já controla áreas como saúde e educação, assim como para as outras três nações.
Em novembro, as autoridades britânicas devem começar a esboçar os novos poderes, incluindo um possível maior controle sobre os impostos. Os projetos de lei sobre a descentralização podem estar concluídos até janeiro.
O calendário acelerado foi estabelecido quando ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, trabalhista, entrou no debate 10 dias antes da votação, quando as pesquisas apontavam a vitória do 'sim'.
Brown prometeu então à Escócia "uma forma moderna de autonomia".
Uma pesquisa mostrou que 67% dos escoceses eram partidários a mais poderes do Parlamento local nas áreas fiscal e de bem-estar social no caso de vitória do "não".
Mas alguns apontam que os prazos estabelecidos por Brown não são realistas, em consequência das divergências entre os três partidos britânicos.
Para a professora Nicola McEwen, da Universidade de Edimburgo, a elaboração rápida de uma nova legislação pode ter benefícios a curto prazo, mas não representa uma solução duradoura.
O Partido Nacional Escocês (SNP) de Alex Salmond poderia apresentar propostas, que poderiam ser completamente diferentes do que está agora sobre a mesa, destaca McEwen.
"A 'devo-max' é a solução para a Escócia ou o próximo problema?", questionou no domingo Nick Butler, professor do King's College de Londres.
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