Morales assume presidência da Guatemala com desafio de combater corrupção e violência
Cidade da Guatemala, 12 Jan 2016 (AFP) - Jimmy Morales, de 46 anos, um comediante sem experiência política, assume nesta quinta-feira a presidência da Guatemala com o compromisso de combater a corrupção que provocou a queda de Otto Pérez, assim como a insegurança que aterroriza a população.
Em 2015, o número de homicídios no país chegou a cerca de 6.000.
Com uma ampla vantagem sobre sua oponente - a ex-primeira-dama socialdemocrata Sandra Torres -, Morales foi eleito em 25 de outubro passado por uma população cansada dos políticos tradicionais.
"Há muita expectativa, diante da necessidade de promover mudanças no país e solucionar os problemas que se tem. Jimmy Morales está assumindo em um contexto cheio de expectativa, de esperança e de demandas que se espera que sejam atendidas", disse à AFP o analista político José Carlos Sanabria, da Associação de Pesquisas e Estudos Sociais.
Ainda sem ter conseguido superar os problemas sociais que detonaram a sangrenta guerra civil (1960-1996) e sem controlar a corrupção e a violência associada às gangues e ao tráfico de drogas, a Guatemala entrou em uma severa crise em abril do ano passado, quando se revelou uma fraude milionária no sistema nacional alfandegário. O escândalo levou milhares às ruas para protestar.
Liderada pela Procuradoria e pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), um ente ligado à ONU, a investigação levou Pérez e sua então vice-presidente Roxana Baldetti a deixarem seus cargos para enfrentar a Justiça. Ambos são acusados de liderar uma rede que cobrava propina de empresários para sonegar impostos.
A insatisfação popular com a "velha política", como chamou Morales, deu-lhe o benefício da dúvida nas urnas. Agora, ele terá de pôr em prática seu compromisso de combater a corrupção, reduzir a pobreza que afeta 59,3% dos 16 milhões de guatemaltecos, principalmente nos povoados indígenas, e diminuir a violência que se materializa em uma taxa de 35,4 homicídios a cada 100.000 habitantes. Este é um dos mais altos índices da região.
Cartas debaixo da mangaMorales mantém a composição de seu gabinete de governo em segredo e deve anunciá-lo a poucas horas de sua posse. Para Sanabria, está é uma de suas "principais fraquezas".
"Isso alimenta as dúvidas, o ceticismo e as críticas em relação a Jimmy Morales, que, em alguma medida, também desperdiçou o importante processo de transição", acrescentou o analista.
O presidente de transição e ex-magistrado da Corte de Constitucionalidade, Alejandro Maldonado, que substituiu Pérez após sua renúncia em setembro, disse à imprensa que um dos principais desafios do novo governante é trabalhar pela transparência no país.
Morales conquistou fama há 15 anos com o programa humorístico "Moralejas", coproduzido com seu irmão Sammy para a televisão. Um de seus principais personagens foi Neto, protagonista de filme de 2007. Na produção, este vaqueiro ingênuo do leste do país fica a um passo de ganhar a Presidência, mas desiste no último momento para pedir aos eleitores que reflitam antes de elegerem suas autoridades.
Poucos convidadosMorales receberá a faixa presidencial na tarde de quinta-feira, durante uma cerimônia no Teatro Nacional, no centro histórico da Cidade da Guatemala.
Segundo o Ministério guatemalteco das Relações Exteriores, por instrução de Morales e por restrições orçamentárias, reduziu-se a quantidade de convidados para a posse. Até agora, confirmaram presença o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, e o vice-presidente americano, Joe Biden.
Também participam o presidente do México, Enrique Peña Nieto; do Equador, Rafael Correa; e dos países da América Central. A única exceção é a Nicarágua, que será representada pelo vice-presidente Omar Halleslevens.
Em seguida, acontece uma cerimônia católica na Catedral Metropolitana e, na sexta-feira, um serviço evangélico, religião de Morales.
Em 2015, o número de homicídios no país chegou a cerca de 6.000.
Com uma ampla vantagem sobre sua oponente - a ex-primeira-dama socialdemocrata Sandra Torres -, Morales foi eleito em 25 de outubro passado por uma população cansada dos políticos tradicionais.
"Há muita expectativa, diante da necessidade de promover mudanças no país e solucionar os problemas que se tem. Jimmy Morales está assumindo em um contexto cheio de expectativa, de esperança e de demandas que se espera que sejam atendidas", disse à AFP o analista político José Carlos Sanabria, da Associação de Pesquisas e Estudos Sociais.
Ainda sem ter conseguido superar os problemas sociais que detonaram a sangrenta guerra civil (1960-1996) e sem controlar a corrupção e a violência associada às gangues e ao tráfico de drogas, a Guatemala entrou em uma severa crise em abril do ano passado, quando se revelou uma fraude milionária no sistema nacional alfandegário. O escândalo levou milhares às ruas para protestar.
Liderada pela Procuradoria e pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), um ente ligado à ONU, a investigação levou Pérez e sua então vice-presidente Roxana Baldetti a deixarem seus cargos para enfrentar a Justiça. Ambos são acusados de liderar uma rede que cobrava propina de empresários para sonegar impostos.
A insatisfação popular com a "velha política", como chamou Morales, deu-lhe o benefício da dúvida nas urnas. Agora, ele terá de pôr em prática seu compromisso de combater a corrupção, reduzir a pobreza que afeta 59,3% dos 16 milhões de guatemaltecos, principalmente nos povoados indígenas, e diminuir a violência que se materializa em uma taxa de 35,4 homicídios a cada 100.000 habitantes. Este é um dos mais altos índices da região.
Cartas debaixo da mangaMorales mantém a composição de seu gabinete de governo em segredo e deve anunciá-lo a poucas horas de sua posse. Para Sanabria, está é uma de suas "principais fraquezas".
"Isso alimenta as dúvidas, o ceticismo e as críticas em relação a Jimmy Morales, que, em alguma medida, também desperdiçou o importante processo de transição", acrescentou o analista.
O presidente de transição e ex-magistrado da Corte de Constitucionalidade, Alejandro Maldonado, que substituiu Pérez após sua renúncia em setembro, disse à imprensa que um dos principais desafios do novo governante é trabalhar pela transparência no país.
Morales conquistou fama há 15 anos com o programa humorístico "Moralejas", coproduzido com seu irmão Sammy para a televisão. Um de seus principais personagens foi Neto, protagonista de filme de 2007. Na produção, este vaqueiro ingênuo do leste do país fica a um passo de ganhar a Presidência, mas desiste no último momento para pedir aos eleitores que reflitam antes de elegerem suas autoridades.
Poucos convidadosMorales receberá a faixa presidencial na tarde de quinta-feira, durante uma cerimônia no Teatro Nacional, no centro histórico da Cidade da Guatemala.
Segundo o Ministério guatemalteco das Relações Exteriores, por instrução de Morales e por restrições orçamentárias, reduziu-se a quantidade de convidados para a posse. Até agora, confirmaram presença o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, e o vice-presidente americano, Joe Biden.
Também participam o presidente do México, Enrique Peña Nieto; do Equador, Rafael Correa; e dos países da América Central. A única exceção é a Nicarágua, que será representada pelo vice-presidente Omar Halleslevens.
Em seguida, acontece uma cerimônia católica na Catedral Metropolitana e, na sexta-feira, um serviço evangélico, religião de Morales.