EUA e Irã fazem inédita troca de prisioneiros

Em N'Djamena

Washington, 16 Jan 2016 (AFP) - Estados Unidos e Irã fizeram, neste sábado, uma troca de prisioneiros sem precedentes, depois que Teerã libertou quatro iraniano-americanos e Washington concedeu indulto a sete iranianos, seis deles com dupla cidadania - informou uma fonte do governo americano.

Segundo os termos do compromisso, outros 14 iranianos ficaram livres de acusações por parte da Justiça americana, acrescentou o mesmo funcionário, no momento em que os EUA e outras grandes potências estão reunidos em Viena para pôr em prática o esperado e histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano.

"Oferecemos o indulto a sete iranianos, dos quais seis têm dupla nacionalidade e são também cidadãos americanos que haviam sido condenados, ou estavam à espera de julgamento nos Estados Unidos", completou a fonte.

Ao mesmo tempo, "os Estados Unidos também eliminaram todos os pedidos à Interpol de emissão de uma circular vermelha (de captura) e desconsideraram as acusações contra 14 iranianos, cujos pedidos de extradição eram pouco prováveis de ter sucesso", acrescentou.

Os libertados no Irã são o ex-marine Amir Hekmati, detido desde agosto de 2011; o pastor Said Abdeini, desde 2012; o correspondente do jornal americano The Washington Post em Teerã Jason Rezaian, retido desde 2014; e Nosratollah Khosravi-Roodsari, confirmou a fonte americana.

O acordo também compromete Teerã a "continuar cooperando com os Estados Unidos para estabelecer o que aconteceu com Robert Levinson", um ex-agente do FBI, a Polícia Federal americana, desaparecido há vários anos no Irã.

O jornalista Jason Rezaian foi preso em julho de 2014, acusado de "espionagem" e condenado no final do ano passado a uma pena, cuja duração nunca foi divulgada. O "Post" celebrou, hoje, a libertação de Rezaian feita por Teerã.

O embaixador do Irã na ONU, Gholam-Ali Koshroo, declarou neste sábado à televisão pública de seu país que a Suíça teve "um papel positivo e facilitou a troca de prisioneiros".

"Os dois países agiram por razões humanitárias. As autoridades americanas pediram a cooperação de autoridades iranianas, e o governo suíço, enquanto facilitador, desempenhou um papel positivo", relatou, acrescentando que "o procedimento de libertação está em curso" em ambas as partes.

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