Argentina negocia com fundos em NY e anuncia pré-acordo com italianos

Em Los Angeles

Nova York, 3 Fev 2016 (AFP) - A Argentina informou, nesta terça-feira, "avanços" em suas negociações com fundos credores em Nova York para resolver o multimilionário litígio por sua dívida em "default" e anunciou um pré-acordo com detentores de bônus italianos de US$ 1,35 bilhão.

O ministro argentino da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, afirmou que se chegou a um "pré-acordo com 50.000 'bonistas' de títulos italianos" por títulos em "default" desde 2001 por US$ 900 milhões. Este é, segundo ele, um "primeiro passo" para uma solução global do caso.

No acordo, a Argentina se compromete a "pagar à vista 150% do valor original do capital desses juros", o que significa um montante de US$ 1,35 bilhão, de acordo com a nota divulgada pela Força-Tarefa Argentina, com sede na Itália.

As negociações aconteceram no fim de semana em Nova York. Os detentores de títulos italianos exigiam US$ 2,5 bilhões em capital e juros punitivos no Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimentos (CIRCI-ICSID), o tribunal de controvérsias do Banco Mundial.

Esses proprietários de títulos são um grupo de credores que, assim como no caso dos fundos especulativos nos Estados Unidos, haviam-se recusado a participar das trocas da dívida de 2005 e de 2010. Essas negociações contaram com a adesão de 93% dos credores, que aceitaram um reembolso parcial.

O anúncio foi feito pouco antes do início de uma nova rodada de discussões, em Nova York, da missão liderada pelo secretário argentino das Finanças, Luis Caputo, com proprietários de títulos, após a reunião de segunda-feira com os fundos especulativos NML Capital e Aurelius e outros demandantes.

"Estamos avançando dia a dia", disse Caputo à imprensa à noite, após oito horas de negociações no escritório do mediador judicial Daniel Pollack, no centro de Manhattan.

Nesta terça, o ministro Prat-Gay admitiu dificuldades com um grupo de credores que "querem cobrar uma taxa de juros inaceitável".

"Para um acordo, é preciso duas partes", respondeu, considerando "importante o exemplo dos detentores de títulos italianos, porque os juros representam um terço do que pediam".

O ministro acrescentou que, neste pré-acordo, a Argentina "reconhece o capital e juros prudentes que reflitam a taxa de juros dos últimos anos e que é muito menor do que este grupo tinha acordado no CIRCI-ICSID".

"Vamos respeitar o capital e seremos duros na negociação dos juros", advertiu, fazendo um apelo pela "boa predisposição" dos litigantes.

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