Suíços rejeitam expulsão automática de delinquentes estrangeiros

Genebra, 28 Fev 2016 (AFP) - Os suíços rejeitaram em referendo este domingo a proposta da direita populista de expulsar automaticamente os delinquentes estrangeiros, segundo as primeiras estimativas do instituto de pesquisas Gfs.

Os eleitores que votaram não totalizaram 59%. Este cálculo tem uma margem de erro de + o - 3%.

Em 2010, os suíços aceitaram, com quase 53% dos votos, uma iniciativa do primeiro partido suíço, a União Democrática do Centro (UDC, direita populista), a favor de expulsar os delinquentes estrangeiros. Mas o parlamento introduziu no ano passado uma cláusula que permite aos juízes evitar, em alguns casos, a expulsão automática dois condenados.

Desta vez os eleitores se pronunciaram sobre a aplicação do sistema automático e a ampliação da lista de motivos que justificam a expulsão.

A proposta pretende principalmente expulsar os estrangeiros que tenham sido condenados nos últimos dez anos e que sejam julgados culpados de cometer infrações menores como lesões corporais simples ou participar em uma briga.

O governo e o parlamento julgaram a proposta da UDC contrárias às regras fundamentais da democracia.

Nenhum outro partido nacional, nem os sindicatos ou círculos econômicos, apoiaram a iniciativa.

- Prognóstico apertado -Mas, segundo a última pesquisa realizada pelo instituto Gfs, publicada em 17 de fevereiro, os dois campos estão quase empatados, com uma leve vantagem para quem se opõe à proposta, com 49% das intenções de votos frente aos 46% para o sim.

Cinco por cento se mostraram indecisos, o que deixa o resultado ainda em aberto.

A UDC sacudiu o panorama político suíço nos últimos anos, principalmente com bem sucedidas campanhas para proibir a construção de minaretes e impedir a imigração em massa.

E agora denuncia que sete em cada dez pessoas no país são estrangeiras.

Seus cartazes eleitorais mostram uma ovelha negra expulsa da bandeira suíça por um ovino branco.

Os suíços realizam referendos a cada três meses. A adoção de uma proposta requer uma dupla maioria, a de eleitores e a dos cantões.

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