Centenas de holandeses, incluindo Seedorf, envolvidos nos "Panama Papers"

No Vaticano

Haia, 5 Abr 2016 (AFP) - Centenas de holandeses fundaram empresas offshore em paraísos fiscais através do Panamá, informa o jornal Trouw, após a publicação dos "Panama Papers", que menciona o ex-jogador de futebol Clarence Seedorf, um famoso empresário e um suposto traficante de armas.

"Os documentos parecem mostrar que o uso de contas em paraísos fiscais é uma prática muito ampla entre as pequenas empresas holandesas, mas também para as fundações e os grupos empresariais", afirma o jornal, associado ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que coordena a grande investigação sobre evasão fiscal em todo o mundo.

"Entre os holandeses na lista figuram alguns nomes famosos, como o jogador Clarence Seedorf, membros da família Van der Vorm, o fundador da (marca de prêt-à-porter) Mexx, Rattan Chadha, mas também John Bredenkamp", destaca o jornal, um "holandês na lista de sanções dos Estados Unidos por comércio ilegal de armas com o Zimbábue.

Seedorf, ex-jogador do Ajax, Real Madrid, Milan e Botafogo, teria concluído em 2005 um acordo de patrocínio com uma joalheria italiana para sua escuderia. O contrato depois foi revendido por meio de offshores em várias ocasiões, segundo o jornal, que questiona se o atleta foi vítima de seus sócios ou se beneficiou da montagem.

Jos van der Vorm, também citado nos documentos, foi membro entre 1979 e 1986 do departamento do Conselho de Estado holandês especializado em impostos. De acordo com o Trouw, ele teria ocultado do fisco mais de 7,6 milhões de euros herdados de um tio-avô.

Rattan Chadha, fundador da Mexx e da rede de hotéis CitizenM, teria uma empresa nas Bahamas em 2001, administrada pelo escritório de advocacia envolvido, Mossak Fonseca.

John Bredenkamp, sul-africano naturalizado holandês, segundo o jornal, possuiria ao menos 13 empresas administradas por meio do mesmo esquema, das quais "pelo menos cinco se encontram em listas internacionais de sanções por seu suposto envolvimento na venda de armas ao presidente do Zimbábue".

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