Suposto sanitário de ouro invade campanha eleitoral na Turquia
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Lefteris Pitarakis/AP
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan
A campanha para as eleições legislativas turcas de 7 de junho invadiu a intimidade do palácio presidencial, depois que o presidente Recep Tayyip Erdogan desafiou o chefe da oposição a provar que o assento do vaso sanitário do local é de ouro.
Esta inédita polêmica político-sanitária foi lançada no fim de semana pelo presidente do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Kemal Kiliçdaroglu, que criticou o gigantesco e luxuoso palácio de Erdogan que, segundo ele, reflete a megalomania e a tendência autoritária do chefe de Estado.
Durante uma reunião pública no sábado em Izmir (oeste), este dirigente acusou "os homens de Ancara" de "construir palácios, comprar automóveis Mercedes (...) e assentos de ouro (para cobrir) os vasos sanitários".
Em uma entrevista no domingo à rede de televisão pública TRT, Erdogan respondeu com toda seriedade as alegações de seu adversário, convidando-o a verificar pessoalmente.
"Convido-o a vir fazer uma visita (...) pergunto-me se será capaz de encontrar um assento de vaso sanitário de ouro em um banheiro". "Se isso acontecer, renunciarei à presidência", acrescentou Erdogan.
Com solenidade semelhante, a presidência da República divulgou nesta segunda-feira que havia enviado um convite oficial a Kiliçdaroglu.
Inaugurado no outono (hemisfério norte) passado, o novo palácio presidencial, que tem mil quartos e custou 490 milhões de euros (US$ 550 milhões), é alvo favorito dos opositores do presidente islamita-conservador.
O partido de Erdogan, o AKP - no poder desde 2002 - é favorito, embora se apresente debilitado às eleições de domingo.
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