Boko Haram mata quase 200 pessoas em 36 horas na Nigéria
Kano, Nigéria, 3 Jul 2015 (AFP) - Homens abatidos durante a oração, fieis fuzilados, adolescentes suicidas: em pleno mês sagrado do Ramadã, a Nigéria, com quase 200 pessoas mortas pelo Boko Haram nas últimas 36 horas, tem sua semana mais violenta desde a posso do novo presidente.
A onda de ataques, que começou na quarta-feira, atingiu várias aldeias no estado de Borno (nordeste), o epicentro da insurgência islâmica, agora filiada ao grupo Estado Islâmico (EI).
Investido em 29 de maio presidente do país mais populoso da África, o presidente Muhammadu Buhari condenou a nova onda de violência "desumana" e "bárbara". Segundo Buhari, que fez da luta contra a Boko Haram sua prioridade, este derramamento de sangue demonstra a necessidade de "formar uma coalizão internacional mais eficaz" contra o grupo armado.
Minas e cadáveres Os islamitas atacaram primeiro a aldeia de Kukawa, perto do Lago Chade, na quarta-feira à noite. Logo depois da quebra do jejum, eles executaram pelo menos 97 pessoas, fiéis muçulmanos e seus filhos, que oravam na mesquita. E também as mulheres, abatidas em casa.
Menos de duas horas depois, a cerca de 50 km de distância, perto da cidade de Monguno, 48 outros fiéis reunidos para a oração da noite onde foram fuzilados, enquanto duas aldeias foram completamente arrasadas.
Baana Kole, um residente de Kukawa que encontrou refúgio em Maiduguri, capital do estado de Borno, descreveu à AFP uma cidade fantasma atormentada pelos insurgentes, cujas ruas ainda estão repletas de cadáveres.
"Os moradores que se esconderam nas árvores viram quando eles plantaram várias minas, eles nos alertaram quando retornamos à aldeia para começar a enterrar os nossos mortos", contou.
"Ainda há vários corpos caídos em todos os lugares em Kukawa. Nós tivemos que abandoná-los porque não poderíamos trazê-los com a gente."
Menina-bombaNesta quinta-feira, uma adolescente matou 12 pessoas ao se explodir em uma mesquita de Malari, vilarejo próximo de Konduga - a 35 km de Maiduguri - pouco após o início da oração.
"Enquanto as pessoas estavam na mesquita para as orações, ela correu para dentro e se explodiu", contou o segurança Danlami Ajaokuta.
Segundo a fonte, a menina-bomba tinha aproximadamente 15 anos e não era conhecida na cidade.
O atentado ainda não foi reivindicado, mas o modus operandi corresponde às ações do grupo islamita Boko Haram, que já usou inúmeras vezes meninas como bombas humanas.
Na madrugada, outro vilarejo do estado de Borno foi atacado, o de Miringa. Os islamitas armados selecionaram 11 homens em suas casas, os arrastaram para a rua e os mataram por fugir do recrutamento forçado do grupo armado.
E nesta tarde, ao menos 29 pessoas foram mortas em ataque na cidade de Mussa. "Os terroristas (...) atiraram contra tudo o que viam", relatou à AFP Sunday Wabba, um líder local. "Até o momento contamos 29 corpos", acrescentou.
De acordo com uma contagem da AFP, os massacres cometidos pelo Boko Haram fizeram 423 mortos desde a ascensão ao poder do novo presidente.
Uma operação militar regional lançada em fevereiro pela Nigéria e países vizinhos permitiu o poder nigeriano recuperar quase todas as cidades do nordeste controladas pelo Boko Haram, e expulsar o grupo armado de seu reduto na floresta de Sambisa.
Mas os islamitas continuam operantes, especialmente na região do Lago Chade.
A região do Lago Chade "é um vasto território que escapa ao controle das autoridades", e o Boko Haram é um grupo "muito móvel", considera o professor Kyari Mohammed, um especialista em Boko Haram.
abu-cdc/tmo/mr
A onda de ataques, que começou na quarta-feira, atingiu várias aldeias no estado de Borno (nordeste), o epicentro da insurgência islâmica, agora filiada ao grupo Estado Islâmico (EI).
Investido em 29 de maio presidente do país mais populoso da África, o presidente Muhammadu Buhari condenou a nova onda de violência "desumana" e "bárbara". Segundo Buhari, que fez da luta contra a Boko Haram sua prioridade, este derramamento de sangue demonstra a necessidade de "formar uma coalizão internacional mais eficaz" contra o grupo armado.
Minas e cadáveres Os islamitas atacaram primeiro a aldeia de Kukawa, perto do Lago Chade, na quarta-feira à noite. Logo depois da quebra do jejum, eles executaram pelo menos 97 pessoas, fiéis muçulmanos e seus filhos, que oravam na mesquita. E também as mulheres, abatidas em casa.
Menos de duas horas depois, a cerca de 50 km de distância, perto da cidade de Monguno, 48 outros fiéis reunidos para a oração da noite onde foram fuzilados, enquanto duas aldeias foram completamente arrasadas.
Baana Kole, um residente de Kukawa que encontrou refúgio em Maiduguri, capital do estado de Borno, descreveu à AFP uma cidade fantasma atormentada pelos insurgentes, cujas ruas ainda estão repletas de cadáveres.
"Os moradores que se esconderam nas árvores viram quando eles plantaram várias minas, eles nos alertaram quando retornamos à aldeia para começar a enterrar os nossos mortos", contou.
"Ainda há vários corpos caídos em todos os lugares em Kukawa. Nós tivemos que abandoná-los porque não poderíamos trazê-los com a gente."
Menina-bombaNesta quinta-feira, uma adolescente matou 12 pessoas ao se explodir em uma mesquita de Malari, vilarejo próximo de Konduga - a 35 km de Maiduguri - pouco após o início da oração.
"Enquanto as pessoas estavam na mesquita para as orações, ela correu para dentro e se explodiu", contou o segurança Danlami Ajaokuta.
Segundo a fonte, a menina-bomba tinha aproximadamente 15 anos e não era conhecida na cidade.
O atentado ainda não foi reivindicado, mas o modus operandi corresponde às ações do grupo islamita Boko Haram, que já usou inúmeras vezes meninas como bombas humanas.
Na madrugada, outro vilarejo do estado de Borno foi atacado, o de Miringa. Os islamitas armados selecionaram 11 homens em suas casas, os arrastaram para a rua e os mataram por fugir do recrutamento forçado do grupo armado.
E nesta tarde, ao menos 29 pessoas foram mortas em ataque na cidade de Mussa. "Os terroristas (...) atiraram contra tudo o que viam", relatou à AFP Sunday Wabba, um líder local. "Até o momento contamos 29 corpos", acrescentou.
De acordo com uma contagem da AFP, os massacres cometidos pelo Boko Haram fizeram 423 mortos desde a ascensão ao poder do novo presidente.
Uma operação militar regional lançada em fevereiro pela Nigéria e países vizinhos permitiu o poder nigeriano recuperar quase todas as cidades do nordeste controladas pelo Boko Haram, e expulsar o grupo armado de seu reduto na floresta de Sambisa.
Mas os islamitas continuam operantes, especialmente na região do Lago Chade.
A região do Lago Chade "é um vasto território que escapa ao controle das autoridades", e o Boko Haram é um grupo "muito móvel", considera o professor Kyari Mohammed, um especialista em Boko Haram.
abu-cdc/tmo/mr