Adolescente muçulmano preso por engano aceita convite de Obama
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Vernon Bryant/The Dallas Morning News via AP e Twitter/Reprodução
O adolescente muçulmano de 14 anos que foi interrogado porque levou para a escola um relógio digital fabricado por ele mesmo --e que a polícia confundiu com uma bomba-- declarou nesta quinta-feira (17) que aceita o convite feito por Barack Obama para conhecer a Casa Branca.
"Sim, vou aceitar seu convite e espero vê-lo em breve", declarou Ahmed Mohamed referindo-se ao presidente, que o parabenizou pela fabricação do relógio.
"Lindo relógio, Ahmed. Quer trazê-lo à Casa Branca?", escreveu o presidente em sua conta no Twitter.
"Deveríamos incentivar mais as crianças a gostarem mais de ciência. Isso é o que faz a grandeza dos Estados Unidos", acrescentou.
Cool clock, Ahmed. Want to bring it to the White House? We should inspire more kids like you to like science. It's what makes America great.
— President Obama (@POTUS) September 16, 2015
As grandes instituições de Silicon Valley também dirigiram mensagens de solidariedade a Ahmed, que foi convidado para a Feira de Ciência do Google, um concuso internacional para jovens talentos.
O prestigioso MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) igualmente tuitou convidando-o para uma visita.
"O MIT, sonho em conhecer", declarou o adolescente, dando a impressão que conhecer este centro de ensino o empolga mais do que ir à Casa Branca.
Making things = inventing the future. We are delighted that Ahmed is interested in #STEM and in MIT! –President Reif pic.twitter.com/
— MIT (@MIT) 17 setembro 2015
O caso gerou muitas reações na internet, onde os internautas acusam os policiais do Texas (sul) de ter agido com sentimentos islamofóbicos.
Ahmed Mohamed levou na segunda-feira (14) à escola um pequeno dispositivo caseiro, composto por uma tela digital e um circuito eletrônico, com o objetivo de mostrá-lo ao professor de tecnologa.
Mas o aparelho apitou enquanto sua turma estava na aula de inglês e foi confiscado pelo professor.
"O diretor e policiais me levaram a uma sala, onde fui interrogado por cinco policiais, me revistaram e confiscaram meu tablet e meu invento", relatou o adolescente ao jornal Dallas Morning News.
"Posteriormente, me levaram a um centro de detenção juvenil, onde me revistaram, registraram as minhas impressões digitais e tiraram fotos", acrescentou o adolescente entrevistado em sua casa, onde tem muitos circuitos eletrônicos.
O jovem inventor, que vive em Irving, perto de Dallas, disse que durante o interrogatório foi impedido de telefonar para os pais.
O jovem foi liberado pela polícia, mas recebeu uma suspensão de três dias na escola.