Partido conservador do presidente Erdogan vence legislativas na Turquia
Ancara, 1 Nov 2015 (AFP) - O partido islâmico-conservador do presidente turco Recep Tayyip Erdogan venceu as eleições legislativas antecipadas deste domingo e voltará a ter a maioria absoluta no parlamento, segundo resultados divulgados pelos canais locais.
Com quase todas as urnas apuradas, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) tem quase 49,2%% dos votos e 316 cadeiras em um total de 550, informam os canais CNN-Türk e NTV.
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) estaria em segundo lugar, com 24,5%, seguido pelo Partido da Ação Nacionalista (MHP, direita), com 12%, o que melhorou seu desempenho em relação à eleição anterior.
Outra surpresa do dia foi o mau resultado do Partido Democrático dos Povos (HDP, pró-curdo), depois de sua entrada triunfal na câmara em junho passado. Desta vez, só obteve 10% dos votos, um resultado ruim, mas que garante que permaneça no parlamento.
Após a divulgação dos resultados, policiais e ativistas curdos entraram em confronto em Diyarbakir, a principal cidade curda da Turquia.
Os distúrbios começaram diante da sede do partido pró-curdo HDP.
Para realizar as mudanças na Constituição pedidas por Erdogan a fim de conseguir mais poder, é necessária a maioria de dois terços do parlamento (367 deputados).
Os adversários de Erdogan tentaram sem sucesso durante a campanha criticar sua tendência autoritária, que levou nos últimos dias ao fechamento de redes e jornais da oposição.
Após o resultado, a população expressou sua tristeza ou sua alegria diante da vitória inesperada.
Medo da instabilidadeOs 54 milhões de eleitores turcos compareceram em massa às urnas para eleger o novo Parlamento, em um contexto de alta tensão devido à retomada do conflito curdo, à violência jihadista procedente da Síria e às alegadas tendências autoritárias do governo.
Mas quase nenhuma pesquisa previu a vitória do AKP, o que decepcionou a muitos turcos.
"Estou muito triste, mas este resultado mostra que o povo se adaptou à atual situação", declarou Sevim, um estudante de direito da Universidade de Istambul.
"O medo da instabilidade na Turquia, junto com a estratégia de Erdogan de se apresentar como o homem forte que pode proteger o povo venceram", analisou, por sua parte, Soner Cagaptay, do Washington Institute
Erdogan e seu primeiro-ministro e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, se apresentaram como os únicos que podem garantir a segurança e unidade do país.
"Nosso povo claramente expressou nas eleições de 1º de novembro que prefere o serviço e os projetos à polêmica", disse Erdogan em um comunicado, na sua primeira reação aos resultados eleitorais. "Os eleitores demonstraram um forte desejo de unidade e integridade da Turquia", disse ele.
Davutoblu, que votou em Konya, reduto conservador no centro do país, comemorou a vitória de Erdogan.
"Hoje é um dia de vitória. A vitória pertence ao povo", afirmou, diante de uma multidão de simpatizantes do AKP.
Após a confirmação da maioria absoluta no parlamento, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu pediu unidade neste "dia de vitória".
"Ninguém deve cair no derrotismo. Hoje não houve perdedores, somente ganhadores", disse Davutoglu em um discurso diante de milhares de simpatizantes do AKP em Konya (centro), no qual prometeu "reconstruir uma nova Turquia com todos os cidadãos". "Hoje é um dia de vitória", declarou.
O líder do HDP, Selahattin Demirtas, reconheceu ter perdido espaço em relação a junho (13% contra pouco mais de 10% hoje), mas denunciou uma eleição "injusta", realizada sob a ameaça jihadista.
"Foi uma gran vitória", disso. "Perdemos um milhão de votos, mas continuamos de pé diante dos massacres (cometidos pelo governo) e do fascimo", completou.
Kemal Kiliçdaroglu, do CHP, também ressaltou o clima de violência durante a campanha eleitoral. "Respeitamos os resultados nas eleições (...) mas o poder, todos os poderes, deveriam respeitar a supremacia do direito. Ninguém deve se considerar acima da lei", afirmou.
Em 7 de junho, o AKP de Erdogan sofreu uma importante derrota. Apesar de ter chegado em primeiro, com 40,6% dos votos, perdeu a maioria absoluta que possuía há treze anos no Parlamento, mergulhando a Turquia na instabilidade política.
Este revés trouxe à tona a ambição do chefe de Estado de impor ao país uma "superpresidência" com prerrogativas reforçadas.
As pesquisas de opinião creditavam dessa vez ao AKP de 40 a 43% dos votos, um resultado insuficiente para governar sozinho.
O conflito armado que opõe desde 1984 os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) às forças de segurança turcas foi retomado no sudeste de maioria curda do país, enterrando o frágil processo de paz iniciado há três anos.
A guerra que arrasa há quatro anos a Síria também chegou até a Turquia após o atentado suicida realizado por dois membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que fez 102 mortos entre militantes pró-curdos.
Esse aumento da violência preocupa cada vez mais abertamente os aliados ocidentais da Turquia, começando com a União Europeia que tem enfrentado um crescente fluxo de refugiados, principalmente sírios, a partir de seu território.
Com quase todas as urnas apuradas, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) tem quase 49,2%% dos votos e 316 cadeiras em um total de 550, informam os canais CNN-Türk e NTV.
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) estaria em segundo lugar, com 24,5%, seguido pelo Partido da Ação Nacionalista (MHP, direita), com 12%, o que melhorou seu desempenho em relação à eleição anterior.
Outra surpresa do dia foi o mau resultado do Partido Democrático dos Povos (HDP, pró-curdo), depois de sua entrada triunfal na câmara em junho passado. Desta vez, só obteve 10% dos votos, um resultado ruim, mas que garante que permaneça no parlamento.
Após a divulgação dos resultados, policiais e ativistas curdos entraram em confronto em Diyarbakir, a principal cidade curda da Turquia.
Os distúrbios começaram diante da sede do partido pró-curdo HDP.
Para realizar as mudanças na Constituição pedidas por Erdogan a fim de conseguir mais poder, é necessária a maioria de dois terços do parlamento (367 deputados).
Os adversários de Erdogan tentaram sem sucesso durante a campanha criticar sua tendência autoritária, que levou nos últimos dias ao fechamento de redes e jornais da oposição.
Após o resultado, a população expressou sua tristeza ou sua alegria diante da vitória inesperada.
Medo da instabilidadeOs 54 milhões de eleitores turcos compareceram em massa às urnas para eleger o novo Parlamento, em um contexto de alta tensão devido à retomada do conflito curdo, à violência jihadista procedente da Síria e às alegadas tendências autoritárias do governo.
Mas quase nenhuma pesquisa previu a vitória do AKP, o que decepcionou a muitos turcos.
"Estou muito triste, mas este resultado mostra que o povo se adaptou à atual situação", declarou Sevim, um estudante de direito da Universidade de Istambul.
"O medo da instabilidade na Turquia, junto com a estratégia de Erdogan de se apresentar como o homem forte que pode proteger o povo venceram", analisou, por sua parte, Soner Cagaptay, do Washington Institute
Erdogan e seu primeiro-ministro e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, se apresentaram como os únicos que podem garantir a segurança e unidade do país.
"Nosso povo claramente expressou nas eleições de 1º de novembro que prefere o serviço e os projetos à polêmica", disse Erdogan em um comunicado, na sua primeira reação aos resultados eleitorais. "Os eleitores demonstraram um forte desejo de unidade e integridade da Turquia", disse ele.
Davutoblu, que votou em Konya, reduto conservador no centro do país, comemorou a vitória de Erdogan.
"Hoje é um dia de vitória. A vitória pertence ao povo", afirmou, diante de uma multidão de simpatizantes do AKP.
Após a confirmação da maioria absoluta no parlamento, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu pediu unidade neste "dia de vitória".
"Ninguém deve cair no derrotismo. Hoje não houve perdedores, somente ganhadores", disse Davutoglu em um discurso diante de milhares de simpatizantes do AKP em Konya (centro), no qual prometeu "reconstruir uma nova Turquia com todos os cidadãos". "Hoje é um dia de vitória", declarou.
O líder do HDP, Selahattin Demirtas, reconheceu ter perdido espaço em relação a junho (13% contra pouco mais de 10% hoje), mas denunciou uma eleição "injusta", realizada sob a ameaça jihadista.
"Foi uma gran vitória", disso. "Perdemos um milhão de votos, mas continuamos de pé diante dos massacres (cometidos pelo governo) e do fascimo", completou.
Kemal Kiliçdaroglu, do CHP, também ressaltou o clima de violência durante a campanha eleitoral. "Respeitamos os resultados nas eleições (...) mas o poder, todos os poderes, deveriam respeitar a supremacia do direito. Ninguém deve se considerar acima da lei", afirmou.
Em 7 de junho, o AKP de Erdogan sofreu uma importante derrota. Apesar de ter chegado em primeiro, com 40,6% dos votos, perdeu a maioria absoluta que possuía há treze anos no Parlamento, mergulhando a Turquia na instabilidade política.
Este revés trouxe à tona a ambição do chefe de Estado de impor ao país uma "superpresidência" com prerrogativas reforçadas.
As pesquisas de opinião creditavam dessa vez ao AKP de 40 a 43% dos votos, um resultado insuficiente para governar sozinho.
O conflito armado que opõe desde 1984 os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) às forças de segurança turcas foi retomado no sudeste de maioria curda do país, enterrando o frágil processo de paz iniciado há três anos.
A guerra que arrasa há quatro anos a Síria também chegou até a Turquia após o atentado suicida realizado por dois membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que fez 102 mortos entre militantes pró-curdos.
Esse aumento da violência preocupa cada vez mais abertamente os aliados ocidentais da Turquia, começando com a União Europeia que tem enfrentado um crescente fluxo de refugiados, principalmente sírios, a partir de seu território.