Israel revela carta inédita do nazista Eichmann
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Ammar Awad/Reuters
Carta em que o nazista Adolf Eichmann pedia clemência foi revelada em Israel durante cerimônia para marcar o dia de memória pelas vítimas do Holocausto
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, tornou públicos nesta quarta-feira (27) documentos nunca divulgados antes, incluindo uma carta com um pedido de clemência escrita pelo criminoso nazista Adolf Eichmann antes de sua execução.
A carta com o pedido foi escrita ao então presidente Yitzjak Ben-Zvi. Rivlin apresentou manuscrito durante uma cerimônia na residência oficial de Jerusalém por ocasião do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto.
Agentes do serviço de inteligência israelense, Mossad, capturaram Eichmann em 1960 na Argentina, de onde ele foi levado para Israel. Ele foi julgado e condenado à morte em 1961.
Na carta, o criminoso nazista afirma que o tribunal israelense responsável por seu julgamento exagerou seu papel na organização da logística da "solução final" de Adolf Hitler, cujo plano para exterminar os judeus da Europa matou seis milhões de pessoas.
"Devemos distinguir os chefes responsáveis das pessoas como eu, que foram forçadas a servir como simples instrumentos entre suas mãos", escreveu Eichmann na carta, segundo trechos antecipados pelo gabinete de Rivlin.
"Eu não era um chefe responsável, então não me sinto culpado", completa a carta.
"Não posso reconhecer como justo o veredicto do tribunal e peço, senhor presidente, que exerça seu direito de conceder o perdão e ordene que a pena de morte não seja aplicada".
Adolf Eichmann assinou a carta, com data de 29 de maio de 1962 em Jerusalém, mas foi executado dois dias depois.