Risco de crise humanitária dos imigrantes nos Bálcãs preocupa UE

Bruxelas, 24 Fev 2016 (AFP) - A Comissão Europeia e a Presidência rotativa da UE se declararam nesta terça-feira preocupadas com a situação na rota migratória dos Bálcãs e disseram temer uma possível crise humanitária em alguns países, como a Grécia.

"Estamos preocupados com os acontecimentos ao longo da rota dos Bálcãs e com a crise humanitária que pode ocorrer em alguns países, em particular na Grécia", escreveram o comissário encarregado das Migrações, Dimitris Avramopoulos, e o ministro holandês que se ocupa desta questão, Klaas Dijkhoff, em um comunicado conjunto.

Desde domingo, a Macedônia se nega a autorizar a passagem por seu território dos afegãos provenientes da Grécia e que buscam chegar ao norte da Europa.

Esta decisão, à qual se soma um maior controle dos exilados que ainda podem entrar na Macedônia (iraquianos e sírios), pode deixar milhares de pessoas provenientes da Turquia bloqueadas na Grécia.

Segundo as autoridades gregas, este endurecimento dos controles resulta de uma decisão conjunta tomada em 18 de fevereiro no Zagreb pela Polícia dos países da rota dos Bálcãs (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia e Áustria).

"Entendemos a pressão que os diferentes países envolvidos enfrentam", afirmaram Avramopoulos e Dijkhoff, que dizem estar em contato permanente com todos os países da região para acompanhar de perto a evolução da situação nos países fronteiriços.

Sobrecarregada com a chegada de pelo menos 102 mil deslocados desde o início do ano, a Grécia manifestou sua insatisfação à UE, criticando a falta de coordenação conjunta do tema.

Em conversa com o colega holandês, Mark Rutte, cujo país exerce a presidência rotativa do bloco, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, alegou que este endurecimento do controle dos fluxos migratórios vai contra "o que se decidiu por unanimidade durante a cúpula europeia" da semana passada, anunciou o gabinete do chefe de governo grego.

Nesse sentido, o ministro grego da Defesa, Panos Kammenos, relatou ter telefonado para sua colega alemã, Ursula von der Leyen.

Atenas também criticou que seu país não tenha sido convidada para uma reunião na quarta-feira. Nela, ministros de Albânia, Bósnia, Bulgária, Kosovo, Croácia, Macedônia, Montenegro, Sérvia e Eslovênia discutirão o quadro atual. Embora a Grécia considere que a Áustria está minando os esforços para chegar a uma solução conjunta, Viena respondeu que a reunião já estava marcada.

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