Obama apoia Macri para que Argentina se reconecte com economia global
Buenos Aires, 23 Mar 2016 (AFP) - O presidente americano, Barack Obama, apoiou nesta quarta-feira, em Buenos Aires, o empenho de Maurício Macri para que a Argentina retome seu papel na região e no mundo, após uma década de atritos com os governos de centro-esquerda dos Kirchner.
"Percebemos as mudanças, o mundo também se deu conta. Com o presidente Macri, a Argentina está retomando seu papel tradicional de liderança na região e no mundo", disse Obama em coletiva de imprensa, ao lado de Macri, na Casa Rosada.
Obama disse que "Estados Unidos e Argentina podem ser fortes parceiros globais para promover os valores universais que compartilhamos", disse Obama ao iniciar uma visita de dois dias à terceira economia latino-americana.
Macri é um liberal e pró-mercado, antítese dos governos Cristina e Néstor Kirchner (entre 2003 e 2015) que enfatizaram o papel do Estado com regulação da iniciativa privada.
Obama considerou as primeiras medidas econômicas de Macri como um "exemplo" regional, desde que assumiu em 10 de dezembro do ano passado.
"Estou impressionado porque ele (Macri) se movimentou rapidamente com muitas reformas que prometeu para gerar um crescimento econômico sustentável e inclusivo, para reconectar a Argentina com a economia global e a comunidade mundial", acrescentou.
O presidente argentino agradeceu a Obama por ele ter liberado os arquivos militares e de inteligência nos EUA sobre a última ditadura argentina (1976-1983).
"Agora que se comemora (na quinta-feira) 40 anos do golpe militar que consolidou o capítulo mais obscuro de nossa história, quero agradecer à liberação dos arquivos (que até então eram considerados confidenciais)", disse Macri.
Organismos de direitos humanos solicitaram a liberação a Washington. Embora os Estados Unidos tenham tornado milhares de documentos públicos em 2002, ainda faltam arquivos.
Obama prestará uma homenagem aos milhares de vítimas da ditadura na quinta-feira em uma visita ao Parque da Memória.
Mate e bicicletaMacri considerou a visita de Obama "um gesto de amizade frente a uma nova mudança na Argentina. "Compartilhamos valores profundos, respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades individuais, pela democracia, pela justiça e pela paz", acrescentou.
Macri afirmou também que compartilha com Obama a visão sobre os desafios do século XXI, que será "o do conhecimento, a tecnologia, a inovação, o empreendedorismo". "Sua liderança é muito inspiradora por empreender mudanças com audácia e convicção", disse o presidente argentino a Obama.
Ao resumir os acordos assinados na quarta-feira em Buenos Aires, o presidente argentino destacou o de "potencializar o intercâmbio em educação, ciência e tecnologia, a criação de trabalho, estímulo ao comércio e os investimentos", além do combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro.
Ambos os governos assinaram uma declaração conjunta em apoio à OEA e ao sistema interamericano de direitos humanos.
Depois, Obama conversou com jovens argentinos, e lhes contou que experimentou a erva mate, tradicional na região da rio da Prata, que havia conhecido nos livros Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, e lamentou não ter encontrado o astro Lionel Messi, que está no país antes do jogo com o Chile.
Como 'souvenir' local, Macri presenteou Obama com uma bicicleta elétrica feita com tecnologia argentina, e sua esposa recebeu da primeira-dama argentina um poncho típico dos Andes.
"Fizemos uma autocrítica"Acompanhado por sua esposa Michelle, suas filhas Sasha e Malia e sua sogra, Obama chegou a Buenos Aires depois de uma visita histórica a Cuba, onde propôs apagar as marcas da Guerra Fria.
Na Argentina, onde não se percebe qualquer comoção contra ou a favor a sua presença, esperava-se que o presidente americano admitisse o papel dos Estados Unidos no sanguinário regime militar, estabelecido há quatro décadas. Obama não cumpriu o esperado, mas disse que os EUA fizeram uma autocrítica pela questão dos direitos humanos nos anos 70. "Fizemos uma autocrítica", afirmou.
Paralelamente, o Vaticano confirmou nessa quarta-feira que em poucos meses abrirá os arquivos relativos à última ditadura argentina por desejo do papa Francisco.
Centenas de organizações humanitárias, sindicais e sociais protestarão nessa quinta-feira para repetir o 'nunca mais' à ditadura e contra o acordo de pagamento proposto por Macri para saldar uma dívida bilionária com financistas conhecidos como "fundos abutres".
Grupos menores de esquerda protestaram nessa quarta-feira contra a presença de Obama.
Olhar para frenteMacri receberá Obama nessa quarta-feira para um jantar no Centro Cultural Kirchner, una de las últimas obras públicas inauguradas pela ex-presidente.
"Acho que a Argentina é um bom exemplo de uma mudança que ocorreu nas relações dos EUA com outros governos e outros países em geral", disse Obama à rede CNN.
Após elogiar Macri como "um presidente que reconhece que estamos nessa era" e que "olha para frente", afirmou que embora tenha tido uma relação cordial com Kirchner durante eventos do G-20, "suas políticas de governo eram sempre antiamericanas".
A visita de Obama é a primeira de um presidente americano à Argentina desde a ida de George W. Bush em 2005 durante à Cúpula das Américas, que enterrou o projeto de uma Área de Livre Comércio entre as Américas (Alca).
pb-dm/fj/dm/yow/fr/cc/mvv
"Percebemos as mudanças, o mundo também se deu conta. Com o presidente Macri, a Argentina está retomando seu papel tradicional de liderança na região e no mundo", disse Obama em coletiva de imprensa, ao lado de Macri, na Casa Rosada.
Obama disse que "Estados Unidos e Argentina podem ser fortes parceiros globais para promover os valores universais que compartilhamos", disse Obama ao iniciar uma visita de dois dias à terceira economia latino-americana.
Macri é um liberal e pró-mercado, antítese dos governos Cristina e Néstor Kirchner (entre 2003 e 2015) que enfatizaram o papel do Estado com regulação da iniciativa privada.
Obama considerou as primeiras medidas econômicas de Macri como um "exemplo" regional, desde que assumiu em 10 de dezembro do ano passado.
"Estou impressionado porque ele (Macri) se movimentou rapidamente com muitas reformas que prometeu para gerar um crescimento econômico sustentável e inclusivo, para reconectar a Argentina com a economia global e a comunidade mundial", acrescentou.
O presidente argentino agradeceu a Obama por ele ter liberado os arquivos militares e de inteligência nos EUA sobre a última ditadura argentina (1976-1983).
"Agora que se comemora (na quinta-feira) 40 anos do golpe militar que consolidou o capítulo mais obscuro de nossa história, quero agradecer à liberação dos arquivos (que até então eram considerados confidenciais)", disse Macri.
Organismos de direitos humanos solicitaram a liberação a Washington. Embora os Estados Unidos tenham tornado milhares de documentos públicos em 2002, ainda faltam arquivos.
Obama prestará uma homenagem aos milhares de vítimas da ditadura na quinta-feira em uma visita ao Parque da Memória.
Mate e bicicletaMacri considerou a visita de Obama "um gesto de amizade frente a uma nova mudança na Argentina. "Compartilhamos valores profundos, respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades individuais, pela democracia, pela justiça e pela paz", acrescentou.
Macri afirmou também que compartilha com Obama a visão sobre os desafios do século XXI, que será "o do conhecimento, a tecnologia, a inovação, o empreendedorismo". "Sua liderança é muito inspiradora por empreender mudanças com audácia e convicção", disse o presidente argentino a Obama.
Ao resumir os acordos assinados na quarta-feira em Buenos Aires, o presidente argentino destacou o de "potencializar o intercâmbio em educação, ciência e tecnologia, a criação de trabalho, estímulo ao comércio e os investimentos", além do combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro.
Ambos os governos assinaram uma declaração conjunta em apoio à OEA e ao sistema interamericano de direitos humanos.
Depois, Obama conversou com jovens argentinos, e lhes contou que experimentou a erva mate, tradicional na região da rio da Prata, que havia conhecido nos livros Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, e lamentou não ter encontrado o astro Lionel Messi, que está no país antes do jogo com o Chile.
Como 'souvenir' local, Macri presenteou Obama com uma bicicleta elétrica feita com tecnologia argentina, e sua esposa recebeu da primeira-dama argentina um poncho típico dos Andes.
"Fizemos uma autocrítica"Acompanhado por sua esposa Michelle, suas filhas Sasha e Malia e sua sogra, Obama chegou a Buenos Aires depois de uma visita histórica a Cuba, onde propôs apagar as marcas da Guerra Fria.
Na Argentina, onde não se percebe qualquer comoção contra ou a favor a sua presença, esperava-se que o presidente americano admitisse o papel dos Estados Unidos no sanguinário regime militar, estabelecido há quatro décadas. Obama não cumpriu o esperado, mas disse que os EUA fizeram uma autocrítica pela questão dos direitos humanos nos anos 70. "Fizemos uma autocrítica", afirmou.
Paralelamente, o Vaticano confirmou nessa quarta-feira que em poucos meses abrirá os arquivos relativos à última ditadura argentina por desejo do papa Francisco.
Centenas de organizações humanitárias, sindicais e sociais protestarão nessa quinta-feira para repetir o 'nunca mais' à ditadura e contra o acordo de pagamento proposto por Macri para saldar uma dívida bilionária com financistas conhecidos como "fundos abutres".
Grupos menores de esquerda protestaram nessa quarta-feira contra a presença de Obama.
Olhar para frenteMacri receberá Obama nessa quarta-feira para um jantar no Centro Cultural Kirchner, una de las últimas obras públicas inauguradas pela ex-presidente.
"Acho que a Argentina é um bom exemplo de uma mudança que ocorreu nas relações dos EUA com outros governos e outros países em geral", disse Obama à rede CNN.
Após elogiar Macri como "um presidente que reconhece que estamos nessa era" e que "olha para frente", afirmou que embora tenha tido uma relação cordial com Kirchner durante eventos do G-20, "suas políticas de governo eram sempre antiamericanas".
A visita de Obama é a primeira de um presidente americano à Argentina desde a ida de George W. Bush em 2005 durante à Cúpula das Américas, que enterrou o projeto de uma Área de Livre Comércio entre as Américas (Alca).
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