Centenas de prisões após atentado de Páscoa no Paquistão
Lahore, Paquistão, 29 Mar 2016 (AFP) - As autoridades paquistanesas anunciaram nesta terça-feira a prisão de mais de 200 pessoas em conexão com o atentado suicida que matou 73 pessoas em Lahore, no domingo de Páscoa.
As autoridades informaram sobre uma onda de operações no rescaldo do ataque na cidade natal do primeiro-ministro Nawaz Sharif e capital da província de Punjab, governada por seu irmão Shahbaz, acusado de fazer vista grossa para os islamitas.
"Mais de 5.000 pessoas foram revistadas e interrogadas, e a maioria foi libertada, mas cerca de 216 foram detidas para que investigação possa se aprofundar", declarou nesta terça-feira o ministro da Justiça provincial, Rana Sanaullah.
Em declarações à imprensa, ele acrescentou que 56 operações foram realizadas nas últimas 24 horas pelos serviços de polícia, do exército e da inteligência em Punjab.
Outras estavam em curso na província, a mais populosa do Paquistão, "contra ativistas religiosos e extremistas", disse ele, acrescentando que uma equipe de cinco membros era responsável pela coordenação da investigação do ataque.
O ramo paquistanês do Talibã assumiu a responsabilidade. O Jamaat-ul-Ahrar zombou do primeiro-ministro Sharif, escrevendo em um tuíte que a guerra estava em sua "casa".
Neste contexto, os parques da cidade foram reabertos sob forte vigilância, após o ataque anti-cristão cometido no parque Gulshan-e-Iqbal, lotado por ocasião da Páscoa.
O número de vítimas do atentado voltou a aumentar, chegando a 73, após a morte de um menino de 16 anos gravemente ferido, segundo os médicos.
"O menino havia perdido seu pai e irmã na explosão, e sua mãe está hospitalizada com ferimentos graves", disse à AFP o Dr. Tariq Mohsin.
O primeiro-ministro Nawaz Sharif prometeu, na segunda-feira à noite, em um discurso televisionado, vingar o ataque que atingiu o feudo eleitoral do seu partido, o PML-N no poder.
"Os terroristas não vão enfraquecer nossa determinação. Nossa luta continuará até a completa eliminação da ameaça terrorista", disse Sharif.
Mas nesta terça-feira, Ehsanullah Ehsan, porta-voz do Jamaat-ul-Ahrar, zombou das palavras do primeiro-ministro.
"Após o ataque em Lahore, Nawaz Sharif ressucitou antigas canções, para dar falsas garantias" de segurança, escreveu no Twitter.
"Nawaz Sharif deve saber que a guerra chegou a sua casa, e com a vontade de Deus, os mujahedeens serão vitoriosos", declarou.
O ataque no domingo de Páscoa foi o mais mortífero cometido no Paquistão este ano, e é um duro golpe para as muitas promessas das autoridades em termos de segurança.
Após o ataque, as medidas de segurança foram reforçadas em torno das 550 igrejas de Punjab, segundo o ministro Sanaullah.
De acordo com Kashir Nawab, um cristão de trinta anos de Youhanabad, uma "sombra fúnebre" recobria nesta terça-feira o bairro onde parentes vieram oferecer suas condolências às casas enlutadas.
"Todo mundo tem medo, e os cristãos, em particular, sentem-se inseguros", disse Nawab.
Os cristãos, que representam cerca de 2% da população deste país predominantemente muçulmano, são discriminados e alvos frequentes de ataques.
Um duplo atentado suicida cometido pelo Talibã contra igrejas em Lahore matou 17 pessoas em março de 2015.
E um atentado na saída de um missa dominical fez mais de 80 vítimas em setembro de 2013, em Peshawar.
Uma ofensiva militar contra os islamitas armados foi intensificada no ano passado, tornando 2015 o ano menos mortal em termos de ataques desde o surgimento do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Talibã paquistanês) em 2007.
Mas os observadores apontam que o Talibã ainda é capaz de realizar ataques de grande escala como o da Páscoa.
As autoridades informaram sobre uma onda de operações no rescaldo do ataque na cidade natal do primeiro-ministro Nawaz Sharif e capital da província de Punjab, governada por seu irmão Shahbaz, acusado de fazer vista grossa para os islamitas.
"Mais de 5.000 pessoas foram revistadas e interrogadas, e a maioria foi libertada, mas cerca de 216 foram detidas para que investigação possa se aprofundar", declarou nesta terça-feira o ministro da Justiça provincial, Rana Sanaullah.
Em declarações à imprensa, ele acrescentou que 56 operações foram realizadas nas últimas 24 horas pelos serviços de polícia, do exército e da inteligência em Punjab.
Outras estavam em curso na província, a mais populosa do Paquistão, "contra ativistas religiosos e extremistas", disse ele, acrescentando que uma equipe de cinco membros era responsável pela coordenação da investigação do ataque.
O ramo paquistanês do Talibã assumiu a responsabilidade. O Jamaat-ul-Ahrar zombou do primeiro-ministro Sharif, escrevendo em um tuíte que a guerra estava em sua "casa".
Neste contexto, os parques da cidade foram reabertos sob forte vigilância, após o ataque anti-cristão cometido no parque Gulshan-e-Iqbal, lotado por ocasião da Páscoa.
O número de vítimas do atentado voltou a aumentar, chegando a 73, após a morte de um menino de 16 anos gravemente ferido, segundo os médicos.
"O menino havia perdido seu pai e irmã na explosão, e sua mãe está hospitalizada com ferimentos graves", disse à AFP o Dr. Tariq Mohsin.
O primeiro-ministro Nawaz Sharif prometeu, na segunda-feira à noite, em um discurso televisionado, vingar o ataque que atingiu o feudo eleitoral do seu partido, o PML-N no poder.
"Os terroristas não vão enfraquecer nossa determinação. Nossa luta continuará até a completa eliminação da ameaça terrorista", disse Sharif.
Mas nesta terça-feira, Ehsanullah Ehsan, porta-voz do Jamaat-ul-Ahrar, zombou das palavras do primeiro-ministro.
"Após o ataque em Lahore, Nawaz Sharif ressucitou antigas canções, para dar falsas garantias" de segurança, escreveu no Twitter.
"Nawaz Sharif deve saber que a guerra chegou a sua casa, e com a vontade de Deus, os mujahedeens serão vitoriosos", declarou.
O ataque no domingo de Páscoa foi o mais mortífero cometido no Paquistão este ano, e é um duro golpe para as muitas promessas das autoridades em termos de segurança.
Após o ataque, as medidas de segurança foram reforçadas em torno das 550 igrejas de Punjab, segundo o ministro Sanaullah.
De acordo com Kashir Nawab, um cristão de trinta anos de Youhanabad, uma "sombra fúnebre" recobria nesta terça-feira o bairro onde parentes vieram oferecer suas condolências às casas enlutadas.
"Todo mundo tem medo, e os cristãos, em particular, sentem-se inseguros", disse Nawab.
Os cristãos, que representam cerca de 2% da população deste país predominantemente muçulmano, são discriminados e alvos frequentes de ataques.
Um duplo atentado suicida cometido pelo Talibã contra igrejas em Lahore matou 17 pessoas em março de 2015.
E um atentado na saída de um missa dominical fez mais de 80 vítimas em setembro de 2013, em Peshawar.
Uma ofensiva militar contra os islamitas armados foi intensificada no ano passado, tornando 2015 o ano menos mortal em termos de ataques desde o surgimento do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Talibã paquistanês) em 2007.
Mas os observadores apontam que o Talibã ainda é capaz de realizar ataques de grande escala como o da Páscoa.