Chefe de governo de união nacional é hostilizado ao chegar a Trípoli
Trípoli, 30 Mar 2016 (AFP) - O chefe do governo de união nacional líbio, apoiado pela ONU, chegou nesta quarta-feira a Trípoli por via marítima, onde as autoridades rivais o receberam com advertências e ameaças.
País dividido em facções e mergulhado no caos desde a queda do regime de Muamar Kadhafi, a Líbia enfrenta o avanço do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A chegada de Sarraj, procedente da vizinha Tunísia, apoiado pela ONU e pela União Europeia, tem como objetivo alcançar uma autoridade unificada em todo o país, mas logo foi desafiada pelo governo da milícia Fajr Libya, que domina o Parlamento instalado em Trípoli,
Ao cair da noite era possível ouvir disparos isolados na capital. Várias avenidas estavam bloqueadas por grupos de homens armados, alguns com uniformes e outros civis com kalashnikovs.
Sarraj é presidente do Conselho Presidencial (CP), e chegou à base naval de Trípoli a bordo de uma embarcação militar líbia, o "Assaddada", segundo a página oficial do Facebook do Conselho Presidencial.
Em uma mensagem transmitida pela televisão, Khalifa el Ghwell, chefe do governo não reconhecido internacionalmente, denunciou como "ilegal" o governo encabeçado por Sarraj e afirmou que ele deve deixar Trípoli ou se render.
"Os que entraram ilegal e clandestinamente devem se render ou voltar por onde vieram", senão terão que "assumir as consequências legais", acrescentou.
O vice-presidente do Conselho Geral Nacional (CGN), não reconhecido pela comunidade internacional, Awad Abdelsadeq, reiterou estas ameaças.
Os membros do Conselho Presidencial "entraram ilegalmente em território líbio (...), ajudados por soldados e alguns traidores para mergulhar o pais em um sombrio túnel", disse este parlamentar à emissora Al Nabaa.
A prioridade é a 'reconciliação'Sarraj foi recebido por altos membros da Marinha e autoridades locais, entre eles Aref el-Khoja, ministro do Interior do governo de Fajr Libya, uma clara demonstração da divisão reinante no interior das autoridades de Trípoli.
Vestindo uniformes azul escuro e quepes brancos, dez altos oficiais militares da Marinha se alinharam para saudá-lo, antes de escoltá-lo para o salão de honra.
Em um curto discurso, Sarraj se comprometeu a fazer da "reconciliação e da solução das crises securitária e econômica" suas prioridades.
A parte externa da base é guardada por veículos armados com baterias antiaéreas com a insígnia do ministério do Interior e por homens armados à paisana que garantiam a proteção de Sarraj e de seis - de um total de nove - membros do CP.
Ignora-se por enquanto onde o governo de Sarraj será sediado. Segundo informações não confirmadas, a princípio, poderia operar na base naval.
'Etapa importante'Pouco após de sua chegada a Trípoli, o emissário da ONU na Líbia, Martin Kobler, saudou uma "etapa importante na transição democrática na Líbia". Ele defendeu, em sua conta no Twitter, uma transferência de poder "pacífica".
"A chegada do presidente do Conselho à capital representa uma oportunidade única para os líbios de todos os bandos para se unir e se reconciliar", disse em um comunicado a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
A UE tem pronto um pacote de apoio "imediato e substancial" que alcança os cem milhões de euros, a utilizar em diferentes áreas e que será entregue em função das "prioridades" que enumerem as autoridades líbias, acrescentou.
O governo de união foi alcançado após um acordo político firmado no fim de 2015 no Marrocos, sob o patrocínio da ONU, por deputados dos dois parlamentos rivais e isto apesar da oposição dos líderes destas instruções.
bur-rb/tp/jz/mvv/lr
País dividido em facções e mergulhado no caos desde a queda do regime de Muamar Kadhafi, a Líbia enfrenta o avanço do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
A chegada de Sarraj, procedente da vizinha Tunísia, apoiado pela ONU e pela União Europeia, tem como objetivo alcançar uma autoridade unificada em todo o país, mas logo foi desafiada pelo governo da milícia Fajr Libya, que domina o Parlamento instalado em Trípoli,
Ao cair da noite era possível ouvir disparos isolados na capital. Várias avenidas estavam bloqueadas por grupos de homens armados, alguns com uniformes e outros civis com kalashnikovs.
Sarraj é presidente do Conselho Presidencial (CP), e chegou à base naval de Trípoli a bordo de uma embarcação militar líbia, o "Assaddada", segundo a página oficial do Facebook do Conselho Presidencial.
Em uma mensagem transmitida pela televisão, Khalifa el Ghwell, chefe do governo não reconhecido internacionalmente, denunciou como "ilegal" o governo encabeçado por Sarraj e afirmou que ele deve deixar Trípoli ou se render.
"Os que entraram ilegal e clandestinamente devem se render ou voltar por onde vieram", senão terão que "assumir as consequências legais", acrescentou.
O vice-presidente do Conselho Geral Nacional (CGN), não reconhecido pela comunidade internacional, Awad Abdelsadeq, reiterou estas ameaças.
Os membros do Conselho Presidencial "entraram ilegalmente em território líbio (...), ajudados por soldados e alguns traidores para mergulhar o pais em um sombrio túnel", disse este parlamentar à emissora Al Nabaa.
A prioridade é a 'reconciliação'Sarraj foi recebido por altos membros da Marinha e autoridades locais, entre eles Aref el-Khoja, ministro do Interior do governo de Fajr Libya, uma clara demonstração da divisão reinante no interior das autoridades de Trípoli.
Vestindo uniformes azul escuro e quepes brancos, dez altos oficiais militares da Marinha se alinharam para saudá-lo, antes de escoltá-lo para o salão de honra.
Em um curto discurso, Sarraj se comprometeu a fazer da "reconciliação e da solução das crises securitária e econômica" suas prioridades.
A parte externa da base é guardada por veículos armados com baterias antiaéreas com a insígnia do ministério do Interior e por homens armados à paisana que garantiam a proteção de Sarraj e de seis - de um total de nove - membros do CP.
Ignora-se por enquanto onde o governo de Sarraj será sediado. Segundo informações não confirmadas, a princípio, poderia operar na base naval.
'Etapa importante'Pouco após de sua chegada a Trípoli, o emissário da ONU na Líbia, Martin Kobler, saudou uma "etapa importante na transição democrática na Líbia". Ele defendeu, em sua conta no Twitter, uma transferência de poder "pacífica".
"A chegada do presidente do Conselho à capital representa uma oportunidade única para os líbios de todos os bandos para se unir e se reconciliar", disse em um comunicado a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
A UE tem pronto um pacote de apoio "imediato e substancial" que alcança os cem milhões de euros, a utilizar em diferentes áreas e que será entregue em função das "prioridades" que enumerem as autoridades líbias, acrescentou.
O governo de união foi alcançado após um acordo político firmado no fim de 2015 no Marrocos, sob o patrocínio da ONU, por deputados dos dois parlamentos rivais e isto apesar da oposição dos líderes destas instruções.
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