Milhares de sauditas pedem fim do sistema de tutela das mulheres
Riad, Arábia Saudita, 27 Set 2016 (AFP) - Milhares de sauditas assinaram uma petição que solicita o fim do sistema que obriga as mulheres a contar com a autorização de um tutor para trabalhar, estudar ou até mesmo viajar no reino ultraconservador.
A petição solicita ao rei Salman da Arábia Saudita, que está no poder há 20 meses, a proibição do sistema de tutela dos homens sobre as mulheres no país.
A ativista Aziz Yusef informou à AFP que o documento recebeu 14.700 assinaturas.
Os organizadores da iniciativa pedem que as 10 milhões de mulheres do reino sejam tratadas como "cidadãs de pleno direito" e que seja fixada "uma idade para a maioria das mulheres a partir da qual serão adultas e responsáveis por seus próprios atos", disse Aziza al-Yusef.
A professora universitária aposentada afirmou que tentou, em vão, entregar na segunda-feira ao gabinete real a petição, que segundo ela será transmitida por e-mail.
Na Arábia Saudita, que aplica de modo rigoroso a lei islâmica, as mulheres precisam de autorização de um tutor para "trabalhar, viajar, consultar o médico, obter um documento de identidade ou passaporte" e, inclusive, para casar, recordam os signatários.
O reino também é o único país do mundo no qual as mulheres não têm o direito de dirigir.
- O tutor, um filho -O tutor é, a princípio, o pai ou o marido, mas também pode ser um irmão, um filho ou um sobrinho.
Os ativistas destacam que até uma ex-detenta precisa de um tutor quando é libertada, o que significa que ela pode permanecer na prisão caso o protetor se recuse a recebê-la.
"Sofremos com este sistema de tutela", declarou Nasima al-Sadah, uma ativista da província Oriental.
A campanha foi lançada há dois meses no Twitter.
Yusef explicou que a campanha ganhou força após a publicação de um relatório da organização Human Rights Watch (HRW).
"O sistema de tutela masculina na Arábia Saudita é o principal obstáculo aos direitos das mulheres neste país, apesar das reformas limitadas da última década", advertiu a organização de defesa dos direitos humanos.
"Basta de humilhação, quero minha liberdade", escreveu uma internauta em um tuíte.
As militantes afirmam que obter a autorização de um tutor aberto não representa problemas, mas a dificuldade é que deve dar sua aprovação por escrito.
"É uma norma do governo, em vigor há 30 anos", lamenta Sadah.
- Desemprego de 33,8% -Para as ativistas, acabar com o sistema de tutela ajudaria as sauditas a trabalhar, no momento em que o reino tenta reforçar a presença das mulheres no mercado de trabalho.
"Isto não pode acontecer com metade da população paralisada", afirma Yusef.
Em abril, o vice-príncipe herdeiro saudita, Mohamed Ben Salman, anunciou um plano ambicioso com o título "Visão 2030" para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo.
Com o Programa de Transformação Nacional que fixa objetivos para a instauração do "Visão 2030", a participação das mulheres no mercado de trabalho deve passar de 23% a 28% até 2020.
A taxa de desemprego entre as mulheres sauditas subiu no ano passado a 33,8%, de acordo com a empresa de consultoria Jadwa Investment.
Em março de 2014, um grupo de militantes sauditas lançou uma iniciativa similar. As ativistas solicitaram em uma petição ao Makhlis al-Shura, o conselho consultivo, a promulgação de um código de estatuto pessoal e ações contra o casamento de menores de idade, o repúdio e o assédio sexual.
A petição solicita ao rei Salman da Arábia Saudita, que está no poder há 20 meses, a proibição do sistema de tutela dos homens sobre as mulheres no país.
A ativista Aziz Yusef informou à AFP que o documento recebeu 14.700 assinaturas.
Os organizadores da iniciativa pedem que as 10 milhões de mulheres do reino sejam tratadas como "cidadãs de pleno direito" e que seja fixada "uma idade para a maioria das mulheres a partir da qual serão adultas e responsáveis por seus próprios atos", disse Aziza al-Yusef.
A professora universitária aposentada afirmou que tentou, em vão, entregar na segunda-feira ao gabinete real a petição, que segundo ela será transmitida por e-mail.
Na Arábia Saudita, que aplica de modo rigoroso a lei islâmica, as mulheres precisam de autorização de um tutor para "trabalhar, viajar, consultar o médico, obter um documento de identidade ou passaporte" e, inclusive, para casar, recordam os signatários.
O reino também é o único país do mundo no qual as mulheres não têm o direito de dirigir.
- O tutor, um filho -O tutor é, a princípio, o pai ou o marido, mas também pode ser um irmão, um filho ou um sobrinho.
Os ativistas destacam que até uma ex-detenta precisa de um tutor quando é libertada, o que significa que ela pode permanecer na prisão caso o protetor se recuse a recebê-la.
"Sofremos com este sistema de tutela", declarou Nasima al-Sadah, uma ativista da província Oriental.
A campanha foi lançada há dois meses no Twitter.
Yusef explicou que a campanha ganhou força após a publicação de um relatório da organização Human Rights Watch (HRW).
"O sistema de tutela masculina na Arábia Saudita é o principal obstáculo aos direitos das mulheres neste país, apesar das reformas limitadas da última década", advertiu a organização de defesa dos direitos humanos.
"Basta de humilhação, quero minha liberdade", escreveu uma internauta em um tuíte.
As militantes afirmam que obter a autorização de um tutor aberto não representa problemas, mas a dificuldade é que deve dar sua aprovação por escrito.
"É uma norma do governo, em vigor há 30 anos", lamenta Sadah.
- Desemprego de 33,8% -Para as ativistas, acabar com o sistema de tutela ajudaria as sauditas a trabalhar, no momento em que o reino tenta reforçar a presença das mulheres no mercado de trabalho.
"Isto não pode acontecer com metade da população paralisada", afirma Yusef.
Em abril, o vice-príncipe herdeiro saudita, Mohamed Ben Salman, anunciou um plano ambicioso com o título "Visão 2030" para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo.
Com o Programa de Transformação Nacional que fixa objetivos para a instauração do "Visão 2030", a participação das mulheres no mercado de trabalho deve passar de 23% a 28% até 2020.
A taxa de desemprego entre as mulheres sauditas subiu no ano passado a 33,8%, de acordo com a empresa de consultoria Jadwa Investment.
Em março de 2014, um grupo de militantes sauditas lançou uma iniciativa similar. As ativistas solicitaram em uma petição ao Makhlis al-Shura, o conselho consultivo, a promulgação de um código de estatuto pessoal e ações contra o casamento de menores de idade, o repúdio e o assédio sexual.
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