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França: seis homens e uma mulher disputam indicação socialista às presidenciais

22/01/2017 09h53

Paris, 22 Jan 2017 (AFP) - Seis homens e uma mulher concorrem neste domingo no primeiro turno das primárias organizadas pelo Partido Socialista (PS) francês e seus aliados para eleger um candidato para as eleições presidenciais de abril.

- Manuel Valls -Primeiro-ministro do presidente socialista François Hollande, Manuel Valls renunciou ao cargo para se dedicar à campanha presidencial. Nascido na Espanha há 54 anos e naturalizado francês aos 20, encarna a concepção da esquerda reformista, mas sua personalidade inflexível e seu discurso favorável ao empresariado lhe valeram uma forte rejeição dentro de suas próprias fileiras.

Apesar disso, apresenta-se como o candidato da "reconciliação". "Eu quero unir a esquerda", proclamou no início de dezembro ao anunciar sua candidatura, poucos dias após Hollande, em queda livre nas pesquisas, renunciar à disputa para um segundo mandato, deixando o caminho livre.

Valls, considerado o candidato socialista mais à direita, concorreu às primárias do PS em 2011, mas recebeu apenas 5% dos votos.

- Arnaud Montebourg -Faltando três meses para a eleição presidencial, Arnaud Montebourg é apontado como o principal adversário de Valls. Ministro da Economia de Hollande até 2014, foi retirado do governo por sua postura crítica à linha econômica adotada pelo executivo.

Conhecido por seu apoio à produção local, Montebourg, de 54 anos, milita por um Estado forte e protecionista. É contra as medidas de austeridade e aposta nas pequenas e médias empresas para reanimar a economia.

Nas primárias de 2011, este advogado antiglobalização, a quem muitos criticam por sua "moralização" e "excessos", chegou em terceiro lugar com 16% dos votos.

- Benoît Hamon -Ex-porta-voz do Partido Socialista, Benoît Hamon foi ministro da Educação do presidente Francois Hollande até 2014.

Ele deixou o governo depois de criticar publicamente a orientação social-liberal da dupla Hollande-Valls. Desde então, tornou-se, com Montebourg, uma das figuras mais emblemáticas do movimento dos ex-ministros rebeldes da maioria socialista.

Membro da ala esquerda do PS, Hamon é a favor da intervenção do Estado na economia. Defende a criação de uma renda universal que garantiria um aporte incondicional universal para todos. Milita a favor da descriminalização da maconha.

- Vincent Peillon -Eurodeputado de 2004 a 2012, Vincent Peillon foi nomeado ministro da Educação em 2012. Afastado do governo na reestruturação de 2014, este doutor em filosofia de 56 anos deixou a política nacional esse ano para dedicar-se ao seu cargo europeu e ao ensino.

Entre suas medidas mais emblemáticas durante sua passagem pelo ministério da Educação está uma campanha nas escolas para eliminar os estereótipos de gênero, o que suscitou duras críticas dos conservadores e da extrema direita.

Ele quer ocupar o espaço do centro do PS, que segundo ele ficou livre após o abandono de Hollande. Sua visão de uma Europa forte distingue daquela de Montebourg e Hamon.

- Sylvia Pinel -Sylvia Pinel é a única mulher na disputa destas eleições internas e a candidata mais jovem, com 39 anos.

Presidente do Partido Radical de Esquerda (PRG), esta deputada e ex-ministra no governo do presidente Hollande foi investida por seu partido para disputar as eleições socialistas, abandonando a ideia de uma candidatura independente.

Seu programa inclui políticas econômicas liberais. No plano social, é a favor da eutanásia e de conceder direito de voto aos estrangeiros.

- François de Rugy -François de Rugy, 43 anos, apresenta-se como "o único candidato ecologista" das primárias organizadas pelo PS. Este deputado, ex-membro do Partido Europa Ecologia-Verdes, tem poucas possibilidades de ser escolhido, mas espera impor as temática ecologista na campanha.

- Jean-Luc Bennahmias -Jean-Luc Bennahmias, de 62 anos, é o representante da União dos Democratas e Ecologistas (UDE) para esta votação. Este ex-eurodeputado busca "reconstruir uma maioria progressista" que vá "além da esquerda".

Apoia a adoção de uma renda universal para todos os cidadãos como uma solução básica contra a pobreza.