ELN reivindica atentado em Bogotá e governo colombiano critica a guerrilha
Bogotá, 27 Fev 2017 (AFP) - O ELN, última guerrilha ativa na Colômbia e atualmente em diálogo de paz com o governo, "está muito equivocado" se pensa que com ataques como o que matou um policial em Bogotá conseguirá um cessar-fogo, afirmou nesta segunda-feira o chefe dos negociadores do governo colombiano.
O Exército de Libertação Nacional (ELN), criado em 1964, assumiu o ataque com explosivos contra uma patrulha policial em 19 de fevereiro perto de uma praça de touros em Bogotá, que deixou um policial morto e várias pessoas gravemente feridas, além de ter provocado danos materiais.
"O resultado foi de 26 policiais feridos, enquanto nossa força se retirou sem feridos", afirmou o grupo insurgente em um comunicado publicado na conta de sua rádio oficial, ELN Ranpal.
O policial Albeiro Garibello faleceu na quarta-feira passada, vítima do "impacto do explosivo detonado no setor de La Macarena", informaram as autoridades.
O ELN e o governo de Juan Manuel Santos iniciaram em 7 de fevereiro em Quito diálogos de paz para tentar superar mais de meio século de conflito armado.
Santos, vencedor do Nobel da Paz, pretende fechar um acordo com o ELN para alcançar a "paz completa", após a assinatura em novembro de um histórico acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), principal e mais antiga guerrilha do país.
Em Quito, o chefe dos negociadores do governo, Juan Camilo Restrepo, criticou o ataque e disse que o mesmo afasta a possibilidade de cessar-fogo.
"Se o ELN acredita que com atos terroristas como o de La Macarena (cuja autoria reconhece agora com cinismo) vai pressionar um cessar-fogo está muito equivocado. O cessar-fogo será alcançado quando o ELN compreender que a ele se chega desescalando, não escalando o conflito", escreveu Juan Camilo Restrepo no Twitter.
Pouco depois, em sua conta ELN-Paz e com a hashtag #CeseBilateralYa, a guerrilha recordou que Santos impôs o "diálogo em meio ao conflito" e escreveu que "desde o início o ELN desejava um cessar bilateral".
A guerrilha pediu uma trégua, algo que Santos descartou a princípio por considerar que fortaleceria o grupo rebelde, que segundo estimativas oficiais teria 1.500 combatentes.
No dia 16 de fevereiro, as partes anunciaram que estudavam as maneiras de conseguir chegar a um cessar-fogo bilateral o mais rápido possível.
Horas antes de assumir o ataque fatal em Bogotá, o ELN também havia reivindicado o ataque com explosivos contra uma patrulha militar em 14 de fevereiro na região leste da Colômbia, que deixou dois soldados feridos, assim como vários atentados contra o oleoduto Caño Limón Coveñas.
No domingo, Restrepo já havia criticado as ações "terroristas" do ELN, atribuídas pelas autoridades a esta guerrilha, com a advertência de que afastam a possibilidade de obter um cessar-fogo nas negociações que acontecem em Quito.
O violento conflito armado na Colômbia, com o envolvimento de guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, deixaram 260.000 mortos, 60.000 desparecidos e 6,9 milhões de deslocados, de acordo com números oficiais.
ad/fp
Twitter
O Exército de Libertação Nacional (ELN), criado em 1964, assumiu o ataque com explosivos contra uma patrulha policial em 19 de fevereiro perto de uma praça de touros em Bogotá, que deixou um policial morto e várias pessoas gravemente feridas, além de ter provocado danos materiais.
"O resultado foi de 26 policiais feridos, enquanto nossa força se retirou sem feridos", afirmou o grupo insurgente em um comunicado publicado na conta de sua rádio oficial, ELN Ranpal.
O policial Albeiro Garibello faleceu na quarta-feira passada, vítima do "impacto do explosivo detonado no setor de La Macarena", informaram as autoridades.
O ELN e o governo de Juan Manuel Santos iniciaram em 7 de fevereiro em Quito diálogos de paz para tentar superar mais de meio século de conflito armado.
Santos, vencedor do Nobel da Paz, pretende fechar um acordo com o ELN para alcançar a "paz completa", após a assinatura em novembro de um histórico acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), principal e mais antiga guerrilha do país.
Em Quito, o chefe dos negociadores do governo, Juan Camilo Restrepo, criticou o ataque e disse que o mesmo afasta a possibilidade de cessar-fogo.
"Se o ELN acredita que com atos terroristas como o de La Macarena (cuja autoria reconhece agora com cinismo) vai pressionar um cessar-fogo está muito equivocado. O cessar-fogo será alcançado quando o ELN compreender que a ele se chega desescalando, não escalando o conflito", escreveu Juan Camilo Restrepo no Twitter.
Pouco depois, em sua conta ELN-Paz e com a hashtag #CeseBilateralYa, a guerrilha recordou que Santos impôs o "diálogo em meio ao conflito" e escreveu que "desde o início o ELN desejava um cessar bilateral".
A guerrilha pediu uma trégua, algo que Santos descartou a princípio por considerar que fortaleceria o grupo rebelde, que segundo estimativas oficiais teria 1.500 combatentes.
No dia 16 de fevereiro, as partes anunciaram que estudavam as maneiras de conseguir chegar a um cessar-fogo bilateral o mais rápido possível.
Horas antes de assumir o ataque fatal em Bogotá, o ELN também havia reivindicado o ataque com explosivos contra uma patrulha militar em 14 de fevereiro na região leste da Colômbia, que deixou dois soldados feridos, assim como vários atentados contra o oleoduto Caño Limón Coveñas.
No domingo, Restrepo já havia criticado as ações "terroristas" do ELN, atribuídas pelas autoridades a esta guerrilha, com a advertência de que afastam a possibilidade de obter um cessar-fogo nas negociações que acontecem em Quito.
O violento conflito armado na Colômbia, com o envolvimento de guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, deixaram 260.000 mortos, 60.000 desparecidos e 6,9 milhões de deslocados, de acordo com números oficiais.
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