Candidatos das presidenciais francesas lançam suas últimas cartas
Paris, 20 Abr 2017 (AFP) - Os candidatos à presidência francesa jogarão suas últimas cartas nesta quinta-feira na televisão, a três dias do primeiro turno das eleições mais incertas da história do país, e onde quatro aspirantes têm chances de passar à segunda etapa.
Os nove homens e duas mulheres que aspiram suceder o presidente socialista François Hollande, que desistiu de se apresentar para a reeleição, serão entrevistados na televisão pública e tentarão convencer os eleitores antes do encerramento oficial da campanha na noite desta sexta-feira.
A França se encaminha para uma de suas eleições mais imprevisíveis de todos os tempos, com uma disputa muito apertada entre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, o centrista Emmanuel Macron, o conservador François Fillon e o radical de esquerda Jean-Luc Mélenchon.
A candidata anti-imigração e antieuropeia Le Pen, que segundo as pesquisas conseguirá chegar ao segundo turno, no dia 7 de maio, perdeu terreno nos últimos dias para outro grande favorito, o centrista e pró-europeu Emmanuel Macron, com 23% das intenções de voto cada um.
O conservador François Fillon, que se mantém na disputa apesar de acusado em março passado por desvio de fundos públicos, e o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, que registrou um surpreendente pulo nas pesquisas, estão empatados em quase 20%.
A diferença entre os quatro é tão apertada que todos estão dentro da margem de erro e, portanto, qualquer um pode se classificar para o segundo turno.
Se os prognósticos se cumprirem, a líder da Frente Nacional perderá no segundo turno para qualquer um dos demais candidatos, pelo efeito da concentração de votos contra a extrema-direita, como aconteceu em 2002.
Incerteza e abstençãoEm meio a tantas incertezas, os candidatos centrarão seu foco nesta quinta-feira nos indecisos e em tentar mitigar o nível de abstenção, em um momento em que mais de 25% dos franceses ainda não decidiram em quem votarão no domingo.
Para evitar uma forte abstenção, Hollande pediu nesta quinta-feira "a todos os franceses que votem".
Um grupo de intelectuais e artistas americanos, incluindo o acadêmico Noam Chomsky e os atores Mark Ruffalo e Danny Glover lançaram na quarta-feira uma petição em que incentivam os franceses a não repetir o cenário Clinton x Trump, e dão seu apoio a Mélenchon, segundo eles em melhor posição no primeiro turno.
A atriz americana Pamela Anderson, próxima de Julian Assange, expressou nesta quinta seu apoio ao líder da esquerda, justificando que Mélenchon aceitou dar asilo ao fundador do WikiLeaks.
Macron, por sua vez, recebeu um "telefonema amistoso" do ex-presidente americano Barack Obama para falar da "importante eleição presidencial na França", segundo um porta-voz de Obama, que indicou que este contato não significava apoio ao candidato centrista.
Palanque midiáticoNa noite desta quinta-feira, os 11 candidatos serão entrevistados separadamente durante 15 minutos cada um, na última grande tribuna midiática antes do encerramento da campanha.
Ao final das 11 entrevistas, cada candidato terá dois minutos e meio a mais para fazer sua conclusão.
A televisão pública francesa desistiu de organizar um debate eleitoral entre todos os candidatos, como o de princípio de abril, ante a negativa de alguns deles de participar tão pouco tempo antes do final da campanha.
"Com ao menos 20%/25% de indecisos entre as pessoas que vão votar, estes três dias serão cruciais para cerca de dez milhões de eleitores. Apesar de não se tratar de um debate, qualquer programa pode ter um grande impacto em plena batalha pelo voto útil", assinalou Chloé Morin, diretora do Observatório de Opinião da Fundação Jean-Jaurès.
bur-meb/pc/cn/mr
Os nove homens e duas mulheres que aspiram suceder o presidente socialista François Hollande, que desistiu de se apresentar para a reeleição, serão entrevistados na televisão pública e tentarão convencer os eleitores antes do encerramento oficial da campanha na noite desta sexta-feira.
A França se encaminha para uma de suas eleições mais imprevisíveis de todos os tempos, com uma disputa muito apertada entre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, o centrista Emmanuel Macron, o conservador François Fillon e o radical de esquerda Jean-Luc Mélenchon.
A candidata anti-imigração e antieuropeia Le Pen, que segundo as pesquisas conseguirá chegar ao segundo turno, no dia 7 de maio, perdeu terreno nos últimos dias para outro grande favorito, o centrista e pró-europeu Emmanuel Macron, com 23% das intenções de voto cada um.
O conservador François Fillon, que se mantém na disputa apesar de acusado em março passado por desvio de fundos públicos, e o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, que registrou um surpreendente pulo nas pesquisas, estão empatados em quase 20%.
A diferença entre os quatro é tão apertada que todos estão dentro da margem de erro e, portanto, qualquer um pode se classificar para o segundo turno.
Se os prognósticos se cumprirem, a líder da Frente Nacional perderá no segundo turno para qualquer um dos demais candidatos, pelo efeito da concentração de votos contra a extrema-direita, como aconteceu em 2002.
Incerteza e abstençãoEm meio a tantas incertezas, os candidatos centrarão seu foco nesta quinta-feira nos indecisos e em tentar mitigar o nível de abstenção, em um momento em que mais de 25% dos franceses ainda não decidiram em quem votarão no domingo.
Para evitar uma forte abstenção, Hollande pediu nesta quinta-feira "a todos os franceses que votem".
Um grupo de intelectuais e artistas americanos, incluindo o acadêmico Noam Chomsky e os atores Mark Ruffalo e Danny Glover lançaram na quarta-feira uma petição em que incentivam os franceses a não repetir o cenário Clinton x Trump, e dão seu apoio a Mélenchon, segundo eles em melhor posição no primeiro turno.
A atriz americana Pamela Anderson, próxima de Julian Assange, expressou nesta quinta seu apoio ao líder da esquerda, justificando que Mélenchon aceitou dar asilo ao fundador do WikiLeaks.
Macron, por sua vez, recebeu um "telefonema amistoso" do ex-presidente americano Barack Obama para falar da "importante eleição presidencial na França", segundo um porta-voz de Obama, que indicou que este contato não significava apoio ao candidato centrista.
Palanque midiáticoNa noite desta quinta-feira, os 11 candidatos serão entrevistados separadamente durante 15 minutos cada um, na última grande tribuna midiática antes do encerramento da campanha.
Ao final das 11 entrevistas, cada candidato terá dois minutos e meio a mais para fazer sua conclusão.
A televisão pública francesa desistiu de organizar um debate eleitoral entre todos os candidatos, como o de princípio de abril, ante a negativa de alguns deles de participar tão pouco tempo antes do final da campanha.
"Com ao menos 20%/25% de indecisos entre as pessoas que vão votar, estes três dias serão cruciais para cerca de dez milhões de eleitores. Apesar de não se tratar de um debate, qualquer programa pode ter um grande impacto em plena batalha pelo voto útil", assinalou Chloé Morin, diretora do Observatório de Opinião da Fundação Jean-Jaurès.
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