Oposição desafia Maduro com nova marcha após 26 mortes em um mês
Caracas, 25 Abr 2017 (AFP) - A oposição venezuelana organiza nova manifestação nesta quarta-feira, no centro de Caracas, em um novo desafio ao presidente Nicolás Maduro, pressionado a convocar eleições gerais por uma onda de protestos que deixou 26 mortos em um mês.
"Não posso tolerar a violência. Lamento a morte de 26 pessoas, sejam do governo ou da oposição", declarou a procuradora-geral Luisa Ortega, em uma declaração à imprensa, a primeira desde o início dos protestos em 1º de abril.
As mobilizações organizadas pela oposição terminaram muitas vezes em confronto entre a polícia e manifestantes, distúrbios e saques, que deixaram 437 feridos e 1.289 detidos.
Um dia depois de um "bloqueio" de manifestantes contra Maduro nas avenidas mais importantes do país, que terminou em violência e deixou três mortos, os opositores organizam um protesto que pretende chegar à Defensoria do Povo, uma das instituições que acusam de servir ao governo.
"Vamos avançando. Não nos renderemos. Se conseguirmos manter esta pressão, vamos conseguir a mudança. Na quarta-feira voltaremos às ruas", afirmou o vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, Freddy Guevara.
"Amanhã seguiremos nas ruas contra a ditadura (...). Este é o momento de colocarmos em teste nossa resistência", disse Guevara, precisando que o objetivo da marcha é chegar à Defensoria do Povo, no coração de Caracas e considerado reduto chavista.
Mas até agora as manifestações com destino ao coração da cidade foram bloqueadas pelas forças de segurança, que as dispersam com gás lacrimogêneo, jatos de água e balas de borracha.
Nesta terça-feira, o Parlamento, único poder controlado pela oposição, dará prosseguimento ao debate sobre o processo de destituição dos magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusados de ter dado um "golpe de Estado" quando, no final de março, decidiram assumir as funções da Assembleia Nacional.
Embora o TSJ tenha recuado na decisão após uma forte pressão internacional, a oposição iniciou em 1º de abril uma onda de protestos para exigir eleições gerais e respeito à autonomia do Parlamento.
Marcha sem retornoA oposição acusa o governo de repressão e o governo atribui aos adversários "atos de terrorismo" para dar um golpe de Estado e resultar em uma intervenção estrangeira.
"As ações de resistência que colocam o ditador contra a parede têm custos muito graves: mortos e presos", disse Guevara, do partido Vontade Popular, do líder opositor detido Leopoldo López.
O governo acusa em particular os deputados Guevara, José Guerra, Tomás Guanipa e Julio Borges, presidente do Parlamento, ameaçados de detenção.
"Quantos mortos a mais os extremistas da oposição precisam para abandonar a violência como forma de fazer política? Quantos mais?", questionou o general Vladimir Padrino López, comandante das Forças Armadas, aliado chave ao qual Maduro deu grande poder econômico e político.
Guerra e Guanipa comparecerão nesta terça-feira à Procuradoria para rebater as acusações do governo, ao mesmo tempo que a Assembleia Nacional também debaterá sobre a ação dos "coletivos", como são chamados os grupos chavistas que segundo a oposição estão fortemente armados e provocam terror entre a população.
A Organização dos Estados Americanos avaliará a possibilidade de convocar uma reunião de chanceleres sobre a crise na Venezuela durante uma sessão extraordinária de seu Conselho Permanente, nesta quarta-feira.
Para o analista Luis Vicente León, a Venezuela está diante de dois cenários: o aumento da pressão da oposição, com repressão do governo, apesar do repúdio e das sanções internacionais; ou a pressão chega ao nível máximo e consegue dividir internamente o chavismo e o setor militar.
"Isto é uma marcha sem retorno até que consigamos que os venezuelanos decidam como sair da crise. Convoco toda a Venezuela a sair às ruas", disse Borges.
Além da profunda crise política, a Venezuela sofre uma severa recessão econômica, com escassez de alimentos e remédios, além de uma inflação que, segundo o FMI, deve chegar a 720,5% este ano, a maior do mundo.
Irritados com a crise, sete em cada 10 venezuelanos reprovam a gestão de Maduro, que tem mandato até 2019.
Em uma tentativa de diminuir a tensão, Maduro reiterou seu chamado ao diálogo. Na segunda à noite, reuniu-se com o ex-presidente dominicano Leonel Fernández, um dos facilitadores da fracassada negociação mediada pelo Vaticano no final de 2016.
Neste contexto, a Eurocâmara voltará na quinta-feira a condenar a "brutal repressão" na Venezuela contra "protestos pacíficos", segundo a proposta de resolução apresentada conjuntamente pelos principais grupos parlamentares.
O Parlamento Europeu "condena energicamente a brutal repressão exercida pelas forças de segurança venezuelanos, assim como grupos armados ilegais, contra os protestos pacíficos que resultaram em mais de 20 mortos", aponta a proposta.
"Não posso tolerar a violência. Lamento a morte de 26 pessoas, sejam do governo ou da oposição", declarou a procuradora-geral Luisa Ortega, em uma declaração à imprensa, a primeira desde o início dos protestos em 1º de abril.
As mobilizações organizadas pela oposição terminaram muitas vezes em confronto entre a polícia e manifestantes, distúrbios e saques, que deixaram 437 feridos e 1.289 detidos.
Um dia depois de um "bloqueio" de manifestantes contra Maduro nas avenidas mais importantes do país, que terminou em violência e deixou três mortos, os opositores organizam um protesto que pretende chegar à Defensoria do Povo, uma das instituições que acusam de servir ao governo.
"Vamos avançando. Não nos renderemos. Se conseguirmos manter esta pressão, vamos conseguir a mudança. Na quarta-feira voltaremos às ruas", afirmou o vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, Freddy Guevara.
"Amanhã seguiremos nas ruas contra a ditadura (...). Este é o momento de colocarmos em teste nossa resistência", disse Guevara, precisando que o objetivo da marcha é chegar à Defensoria do Povo, no coração de Caracas e considerado reduto chavista.
Mas até agora as manifestações com destino ao coração da cidade foram bloqueadas pelas forças de segurança, que as dispersam com gás lacrimogêneo, jatos de água e balas de borracha.
Nesta terça-feira, o Parlamento, único poder controlado pela oposição, dará prosseguimento ao debate sobre o processo de destituição dos magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusados de ter dado um "golpe de Estado" quando, no final de março, decidiram assumir as funções da Assembleia Nacional.
Embora o TSJ tenha recuado na decisão após uma forte pressão internacional, a oposição iniciou em 1º de abril uma onda de protestos para exigir eleições gerais e respeito à autonomia do Parlamento.
Marcha sem retornoA oposição acusa o governo de repressão e o governo atribui aos adversários "atos de terrorismo" para dar um golpe de Estado e resultar em uma intervenção estrangeira.
"As ações de resistência que colocam o ditador contra a parede têm custos muito graves: mortos e presos", disse Guevara, do partido Vontade Popular, do líder opositor detido Leopoldo López.
O governo acusa em particular os deputados Guevara, José Guerra, Tomás Guanipa e Julio Borges, presidente do Parlamento, ameaçados de detenção.
"Quantos mortos a mais os extremistas da oposição precisam para abandonar a violência como forma de fazer política? Quantos mais?", questionou o general Vladimir Padrino López, comandante das Forças Armadas, aliado chave ao qual Maduro deu grande poder econômico e político.
Guerra e Guanipa comparecerão nesta terça-feira à Procuradoria para rebater as acusações do governo, ao mesmo tempo que a Assembleia Nacional também debaterá sobre a ação dos "coletivos", como são chamados os grupos chavistas que segundo a oposição estão fortemente armados e provocam terror entre a população.
A Organização dos Estados Americanos avaliará a possibilidade de convocar uma reunião de chanceleres sobre a crise na Venezuela durante uma sessão extraordinária de seu Conselho Permanente, nesta quarta-feira.
Para o analista Luis Vicente León, a Venezuela está diante de dois cenários: o aumento da pressão da oposição, com repressão do governo, apesar do repúdio e das sanções internacionais; ou a pressão chega ao nível máximo e consegue dividir internamente o chavismo e o setor militar.
"Isto é uma marcha sem retorno até que consigamos que os venezuelanos decidam como sair da crise. Convoco toda a Venezuela a sair às ruas", disse Borges.
Além da profunda crise política, a Venezuela sofre uma severa recessão econômica, com escassez de alimentos e remédios, além de uma inflação que, segundo o FMI, deve chegar a 720,5% este ano, a maior do mundo.
Irritados com a crise, sete em cada 10 venezuelanos reprovam a gestão de Maduro, que tem mandato até 2019.
Em uma tentativa de diminuir a tensão, Maduro reiterou seu chamado ao diálogo. Na segunda à noite, reuniu-se com o ex-presidente dominicano Leonel Fernández, um dos facilitadores da fracassada negociação mediada pelo Vaticano no final de 2016.
Neste contexto, a Eurocâmara voltará na quinta-feira a condenar a "brutal repressão" na Venezuela contra "protestos pacíficos", segundo a proposta de resolução apresentada conjuntamente pelos principais grupos parlamentares.
O Parlamento Europeu "condena energicamente a brutal repressão exercida pelas forças de segurança venezuelanos, assim como grupos armados ilegais, contra os protestos pacíficos que resultaram em mais de 20 mortos", aponta a proposta.
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