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Forças líbias lamentam 52 mortes em combates na capital

27/05/2017 08h39

Trípoli, 27 Mai 2017 (AFP) - As forças leais ao Governo de União Nacional (GNA) líbio lamentaram neste sábado 52 mortes em suas fileiras nos combates travados no dia anterior na capital Trípoli, alegando ter repelido um ataque de grupos rivais.

Neste sábado de manhã, primeiro dia de jejum do Ramadã, a situação era relativamente calma na capital, apesar dos tiros esporádicos no sul de Trípoli.

Hashem Bishr, um oficial da segurança, indicou que as forças pró-GNA repeliram na sexta-feira um ataque de grupos rivais que tentavam tomar posições no centro da cidade, mas que os combates fizeram 52 mortos entre os grupos armados alinhados ao GNA.

Bishr mencionou especialmente a "execução" de 17 membros de uma força leal no distrito de Abu Slim, ao sul da capital, onde os combates formam mais violentos.

Não foi possível verificar estas informações com fontes independentes.

O número de mortos fornecido na sexta-feira à noite pelo ministério da Saúde líbio chegava a 28 mortos e mais de 100 feridos, sem especificar quem eram as vítimas.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU condenaram na sexta-feira o aumento da violência em Trípoli, "exortando todas as partes na Líbia a exercer a moderação".

"A voz da razão deveria prevalecer em benefício do país", afirmou. "Não se pode perseguir objetivos políticos com violência. Os civis devem ser protegidos", declarou o enviado da ONU para a Líbia, Martin Kobler

As forças pró-GNA anunciaram em suas páginas do Facebook ter derrotado seus rivais, mantendo assim suas posições na capital.

Também assumiram o controle da prisão onde estavam detidos os principais líderes do antigo regime, incluindo o último primeiro-ministro de Muammar Kadhafi, Baghdadi al-Mahmudi, e o ex-chefe de inteligência, Abdallah Senussi, ambos condenados à morte em 2015.

Os agentes penitenciários se viram obrigados a deixar o local, depois do ataque lançado por um grupo armado leal ao GNA, segundo uma fonte judicial, informando que dois guardas morreram na ofensiva.

A prisão de Al-Hadhba era controlada por um grupo islâmico dirigido por Khaled Sherif, ex-vice-ministro da Defesa do antigo governo da coalizão Fajr Libya, que tomou o poder em Trípoli em 2014.

Os ministérios da Justiça e Interior do GNA informaram posteriormente que os detentos em Al-Hadhba "estão bem".

O ex-chefe do governo estabelecido pela Fajr Libya, Khalifa Ghweil, e outro líder da coalizão, Salah Badi, foram acusados pelo GNA de estarem por trás da violência de sexta-feira.

As forças fiéis ao GNA conseguiram ganhar influência em Trípoli quando após violentos combates expulsaram em março grupos rivais de seus redutos, no centro da cidade e arredores. Desde então, reina uma calma incomum na capital.

O GNA, apoiado pela ONU, obteve a adesão de algumas milícias da capital desde sua entrada em funções, em março de 2016, mas vários setores de Trípoli permanecem fora de seu controle.