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Igreja Católica estuda excomungar corruptos e mafiosos

Para Francisco já excomungou a "Ndrangheta", a poderosa máfia calabresa - Filippo Monteforte/AFP
Para Francisco já excomungou a 'Ndrangheta', a poderosa máfia calabresa Imagem: Filippo Monteforte/AFP

Em Roma (Itália)

18/06/2017 10h30

O Vaticano está estudando uma medida para excomungar todos os mafiosos e corruptos, qualquer que seja seu país de origem, informou neste domingo (18) a imprensa italiana ao término de uma reunião internacional celebrada na Santa Sé.

Um grupo de 50 pessoas de vários países - altos prelados, magistrados, diplomatas e chefes de polícia - se reuniu no Vaticano para participar do "Debate Internacional sobre a Corrupção".

O jornal italiano "La Repubblica" afirma que se trata de "uma mudança histórica", já que coloca no mesmo plano corruptos e mafiosos. A excomunhão é a pena mais severa dada pela Igreja católica contra seus membros.

O papa Francisco já excomungou em julho de 2014 a 'Ndrangheta', a poderosa máfia calabresa, durante uma visita a esta região no sul da Itália.

Bispos locais também excomungaram mafiosos sicilianos, mas a Igreja continuar sem ter um documento jurídico de valor universal.

Mas as relações entre a Igreja e o crime organizado são ambíguas: mafiosos promovem procissões, influencia sobre prelados, fazem malversação de obra de caridade, compram imóveis do Vaticano.

A decisão do Vaticano de contemplar a excomunhão "é um sinal muito importante (...) pelo peso que a Igreja tem", disse ao jornal "La Stampa" Federico Cafiero de Raho, procurador-geral de Reggio di Calabria.