Marechal líbio anuncia libertação total de Benghazi
Bengasi, Líbia, 6 Jul 2017 (AFP) - O marechal Khalifa Haftar, que domina o leste da Líbia, anunciou na noite de quarta-feira a libertação total de Benghazi dos grupos extremistas, após três anos de violentos combates.
"Após uma luta continua contra o terrorismo e os seus agentes. Depois de mais de três anos, anunciamos a libertação de Benghazi do terrorismo. Uma libertação total", declarou o marechal Haftar em discurso à televisão.
A Líbia está imersa no caos desde a queda do ex-ditador Muammar Kadhafi em 2011.
Em 2014, o marechal lançou a operação "Dignidade" para recuperar a cidade de Benghazi, reduto da revolução líbia de 2011 que caiu nas mãos dos extremistas.
Entre os grupos armados ativos na cidade está o Conselho da Shura dos Revolucionários de Benghazi, coalizão de milícias islâmicas a qual pertencem, entre outros, supostos membros do grupo Estado Islâmico (EI), e a Ansar Asharia, grupo que tem proximidade com a Al-Qaeda que anunciou a sua dissolução no final de maio.
Em seu discurso, o marechal Haftar homenageou as "caravanas de mártires" mortos em combate contra os extremistas e acrescentou que Benghazi entrava hoje "em uma nova era de paz, segurança, reconciliação [...] e reconstrução".
Horas antes, o Exército Nacional Líbio (ENL), autoproclamado por Haftar, anunciou a tomada dos últimos bairros de Benghazi, a segunda cidade do país a 1.000 km ao leste de Trípoli.
O xeque Al-Mabruk, morador do bairro de Al-Sabri, reconhece não obstante ter "pago caro" após perder um filho nos combates junto com as forças de Haftar.
Como ele, milhares de habitantes foram às ruas para celebrar a vitória. Centenas de veículos desfilaram em meio a um barulho ensurdecedor de buzinas, com músicas de fundo, provocando enormes engarrafamentos sob um céu iluminado por fogos de artifício.
- Interlocutor indispensável -Duas autoridades disputam o poder na Líbia: o Governo de União Nacional, com sede em Trípoli e reconhecido pela comunidade internacional, e um Executivo não reconhecido e radicado no leste do país, ligado a Haftar.
Este marechal ocupou cargos importantes durante o regime de Kadhafi e morou nos Estados Unidos. Seus rivais, em particular as milícias de Misrata, acusam-lhe de querer instaurar um regime militar na Líbia.
Seus inimigos colocam sob suspeita as suas capacidades militares. O ENL sofreu muitas baixas e tem dificuldades de acabar com os extremistas no leste.
O marechal contava com o apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, e desde o começo de 2017 com a Rússia.
O acordo político inter-líbio concluído em 2015 não prevê nenhum cargo para o marechal, apesar de ser um interlocutor indispensável, sobretudo depois de se apoderar de quatro terminais petroleiros no leste, de onde é exportada a maior parte do petróleo líbio.
O ENL não comunicou recentemente um balanço de vítimas. O último conhecido falava em 48 soldados mortos nos confrontos em junho, segundo fontes médicas de Benghazi.
"Após uma luta continua contra o terrorismo e os seus agentes. Depois de mais de três anos, anunciamos a libertação de Benghazi do terrorismo. Uma libertação total", declarou o marechal Haftar em discurso à televisão.
A Líbia está imersa no caos desde a queda do ex-ditador Muammar Kadhafi em 2011.
Em 2014, o marechal lançou a operação "Dignidade" para recuperar a cidade de Benghazi, reduto da revolução líbia de 2011 que caiu nas mãos dos extremistas.
Entre os grupos armados ativos na cidade está o Conselho da Shura dos Revolucionários de Benghazi, coalizão de milícias islâmicas a qual pertencem, entre outros, supostos membros do grupo Estado Islâmico (EI), e a Ansar Asharia, grupo que tem proximidade com a Al-Qaeda que anunciou a sua dissolução no final de maio.
Em seu discurso, o marechal Haftar homenageou as "caravanas de mártires" mortos em combate contra os extremistas e acrescentou que Benghazi entrava hoje "em uma nova era de paz, segurança, reconciliação [...] e reconstrução".
Horas antes, o Exército Nacional Líbio (ENL), autoproclamado por Haftar, anunciou a tomada dos últimos bairros de Benghazi, a segunda cidade do país a 1.000 km ao leste de Trípoli.
O xeque Al-Mabruk, morador do bairro de Al-Sabri, reconhece não obstante ter "pago caro" após perder um filho nos combates junto com as forças de Haftar.
Como ele, milhares de habitantes foram às ruas para celebrar a vitória. Centenas de veículos desfilaram em meio a um barulho ensurdecedor de buzinas, com músicas de fundo, provocando enormes engarrafamentos sob um céu iluminado por fogos de artifício.
- Interlocutor indispensável -Duas autoridades disputam o poder na Líbia: o Governo de União Nacional, com sede em Trípoli e reconhecido pela comunidade internacional, e um Executivo não reconhecido e radicado no leste do país, ligado a Haftar.
Este marechal ocupou cargos importantes durante o regime de Kadhafi e morou nos Estados Unidos. Seus rivais, em particular as milícias de Misrata, acusam-lhe de querer instaurar um regime militar na Líbia.
Seus inimigos colocam sob suspeita as suas capacidades militares. O ENL sofreu muitas baixas e tem dificuldades de acabar com os extremistas no leste.
O marechal contava com o apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, e desde o começo de 2017 com a Rússia.
O acordo político inter-líbio concluído em 2015 não prevê nenhum cargo para o marechal, apesar de ser um interlocutor indispensável, sobretudo depois de se apoderar de quatro terminais petroleiros no leste, de onde é exportada a maior parte do petróleo líbio.
O ENL não comunicou recentemente um balanço de vítimas. O último conhecido falava em 48 soldados mortos nos confrontos em junho, segundo fontes médicas de Benghazi.
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