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Ativistas da "Revolução dos Guarda-Chuvas' liberados sob fiança em Hong Kong

24/10/2017 09h46

Hong Kong, 24 Out 2017 (AFP) - Dois ativistas da "Revolução dos Guarda-Chuvas", que sacudiu Hong Kong em 2014, foram liberados após o pagamento de fiança nesta terça-feira, durante uma apelação do processo.

A condenação de Joshua Wong e Nathan Law em agosto a seis e oito meses de prisão, respectivamente, provocou temores de que Pequim tentaria aumentar o controle sobre a cidade semiautônoma.

"O governo pode prender nossos corpos, mas não pode prender nossos espíritos", afirmou Wong, líder estudantil de 21 anos, que tina apenas 17 quando se tornou um dos rostos da mobilização em 2014.

Wong e Nathan Law, de 24 anos, foram libertados sob fiança até 7 de novembro, data em que o caso será examinado por um tribunal de apelações.

O terceiro ativista do grupo símbolo da "Revolução dos Guarda-Chuvas", Alex Chow, também detido, não teve o caso examinado na audiência de terça-feira.

As pessoas reunidas do lado de fora do tribunal para apoiar os ativistas celebraram a notícia.

Antes da audiência, os manifestantes gritaram frases como "Longa vida ao Movimento dos Guarda-Chuvas" e "Que vergonha a perseguição política".

Em agosto, Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow foram condenados a penas de prisão por seu papel em um protesto ilegal em 26 de setembro de 2014.

Os manifestantes ultrapassaram as cercas de metal e entraram na Civic Square, uma praça localizada dentro de um complexo governamental.

A ação provocou manifestações maiores e dois dias depois teve início o grande movimento para pedir mais democracia, quando a polícia usou gás lacrimogêneo contra a multidão, que se protegeu com guarda-chuvas.

Com a "Revolução dos Guarda-Chuvas", Hong Kong conheceu em 2014 sua maior crise política desde que a cidade foi restituída à China em 1997, após 155 anos de presença britânica.

Os manifestantes bloquearam durante 11 semanas os bairros de escritórios e lojas do centro da cidade para protestar contra um projeto de reforma eleitoral apresentado por Pequim e pedir a instauração de um verdadeiro sufrágio universal.

Apesar da repercussão internacional provocada pelo movimento, Pequim não fez nenhuma concessão a Hong Kong.

O tribunal de apelações se pronunciou em agosto, depois que a Promotoria recorreu contra a decisão de primeira instância. No ano passado, Wong e Law foram condenados a trabalhos de interesse geral e Chow a três semanas de prisão com suspensão condicional da pena.

Segundo os termos do acordo entre China e Grã-Bretanha para devolução da cidade, Hong Kong goza de liberdades não conhecidas na China continental, em função do princípio "um país, dois sistemas", em tese em vigor até 2047.

Muitas pessoas, no entanto, temem a redução das liberdades e uma tentativa de Pequim de renegar o acordo.

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