Incerteza no Quênia a dois dias das eleições boicotadas pela oposição
Nairóbi, 24 Out 2017 (AFP) - Os quenianos devem comparecer às urnas na quinta-feira (26) para uma eleição presidencial de alto risco, boicotada pela oposição e organizada às pressas depois que a Justiça invalidou a reeleição do presidente Uhuru Kenyatta.
Em meio a um difícil clima político, marcado por inúmeras manifestações opositoras reprimidas pela Polícia, a Comissão Eleitoral assegura que está pronta do ponto de vista técnico e logístico. A Suprema Corte a havia criticado por sua gestão das eleições de 8 de agosto que foram invalidadas.
No entanto, o presidente da Comissão Eleitoral, Wafula Chebukati, cada vez mais isolado, mostrou publicamente as suas dúvidas sobre a capacidade para garantir a credibilidade das eleições.
Paralelamente, os chamados se multiplicam para que adiem a eleição para depois da data limite de 31 de outubro, prevista pela Constituição.
Esse período de incerteza e tensão, que já afeta a economia mais dinâmica da África do leste, paradoxalmente começou com uma decisão histórica em 1º de setembro.
A oposição impugnou a eleição ante a Suprema Corte, que evocou irregularidades na transmissão dos resultados e invalidou a votação de 8 de agosto, para surpresa de todos.
Visando essa nova eleição, a Comissão Eleitoral empreendeu algumas reformas, mas a oposição considera que a instância continua sendo parcial e está majoritariamente às ordens do partido no poder.
Como consequência, o opositor Raila Odinga, de 72 anos, anunciou em 10 de outubro que se retirava da eleição e prometeu comunicar na quarta-feira (25) a seus partidários o que farão no dia da votação.
A oposição convocou novas manifestações nesta terça (24) e na quarta-feira apesar da proibição do ministro do Interior, que argumenta que a campanha eleitoral oficialmente acabou na segunda-feira (23).
Desde 8 de agosto ao menos 40 pessoas morreram, a maioria pela repressão das manifestações pela Polícia nos redutos da oposição, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
Uhuru Kenyatta, de 55 anos, criticou os juízes da Suprema Corte e insiste desde então que as eleições devem acontecer em 26 de outubro.
O seu governo emendou a legislação eleitoral para oficialmente corrigir os erros evocados pela Suprema Corte. Mas a oposição considera que as emendas oferecem várias formas de falsificar a eleição.
O texto adotado pelo Parlamento ainda não foi assinado pelo presidente Kenyatta.
Nesta terça-feira, o jornal Daily Nation pediu novamente aos responsáveis políticos "racionalidade".
"O Quênia é um ator crucial do comércio regional e um membro respeitado da comunidade de nações, isso não deve ser sujado pelos políticos ávidos de poder", escreveu em um editorial.
Na segunda-feira, 20 embaixadores ocidentais denunciaram a "piora do ambiente político" queniano e pediram a todos os responsáveis políticos que diminuam a tensão.
No Quênia o voto é exercido mais em função do pertencimento étnico e geográfico do que em relação a programas de governo. Esta crise política expõe novamente as profundas divisões sociais, geográficas e étnicas que atravessam o país e seus 48 milhões de habitantes.
Odinga já foi candidato à Presidência em 1997, 2007 e 2013. Pede a organização de um novo processo eleitoral, mas ainda não formalizou a retirada da sua candidatura à Presidência.
O International Crisis Group (ICG) considera que adiar as eleições "ajudaria a evitar uma crise no Quênia", 10 anos depois da pior violência pós-eleitoral da história do país que deixou cerca de 1.100 mortos.
Em meio a um difícil clima político, marcado por inúmeras manifestações opositoras reprimidas pela Polícia, a Comissão Eleitoral assegura que está pronta do ponto de vista técnico e logístico. A Suprema Corte a havia criticado por sua gestão das eleições de 8 de agosto que foram invalidadas.
No entanto, o presidente da Comissão Eleitoral, Wafula Chebukati, cada vez mais isolado, mostrou publicamente as suas dúvidas sobre a capacidade para garantir a credibilidade das eleições.
Paralelamente, os chamados se multiplicam para que adiem a eleição para depois da data limite de 31 de outubro, prevista pela Constituição.
Esse período de incerteza e tensão, que já afeta a economia mais dinâmica da África do leste, paradoxalmente começou com uma decisão histórica em 1º de setembro.
A oposição impugnou a eleição ante a Suprema Corte, que evocou irregularidades na transmissão dos resultados e invalidou a votação de 8 de agosto, para surpresa de todos.
Visando essa nova eleição, a Comissão Eleitoral empreendeu algumas reformas, mas a oposição considera que a instância continua sendo parcial e está majoritariamente às ordens do partido no poder.
Como consequência, o opositor Raila Odinga, de 72 anos, anunciou em 10 de outubro que se retirava da eleição e prometeu comunicar na quarta-feira (25) a seus partidários o que farão no dia da votação.
A oposição convocou novas manifestações nesta terça (24) e na quarta-feira apesar da proibição do ministro do Interior, que argumenta que a campanha eleitoral oficialmente acabou na segunda-feira (23).
Desde 8 de agosto ao menos 40 pessoas morreram, a maioria pela repressão das manifestações pela Polícia nos redutos da oposição, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
Uhuru Kenyatta, de 55 anos, criticou os juízes da Suprema Corte e insiste desde então que as eleições devem acontecer em 26 de outubro.
O seu governo emendou a legislação eleitoral para oficialmente corrigir os erros evocados pela Suprema Corte. Mas a oposição considera que as emendas oferecem várias formas de falsificar a eleição.
O texto adotado pelo Parlamento ainda não foi assinado pelo presidente Kenyatta.
Nesta terça-feira, o jornal Daily Nation pediu novamente aos responsáveis políticos "racionalidade".
"O Quênia é um ator crucial do comércio regional e um membro respeitado da comunidade de nações, isso não deve ser sujado pelos políticos ávidos de poder", escreveu em um editorial.
Na segunda-feira, 20 embaixadores ocidentais denunciaram a "piora do ambiente político" queniano e pediram a todos os responsáveis políticos que diminuam a tensão.
No Quênia o voto é exercido mais em função do pertencimento étnico e geográfico do que em relação a programas de governo. Esta crise política expõe novamente as profundas divisões sociais, geográficas e étnicas que atravessam o país e seus 48 milhões de habitantes.
Odinga já foi candidato à Presidência em 1997, 2007 e 2013. Pede a organização de um novo processo eleitoral, mas ainda não formalizou a retirada da sua candidatura à Presidência.
O International Crisis Group (ICG) considera que adiar as eleições "ajudaria a evitar uma crise no Quênia", 10 anos depois da pior violência pós-eleitoral da história do país que deixou cerca de 1.100 mortos.
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