Odebrecht diz que deu US$ 3 milhões à ex-prefeita de Lima
Lima, 23 Nov 2017 (AFP) - A construtora brasileira Odebrecht entregou 3 milhões de dólares à então prefeita de Lima, em 2013, para uma campanha contra a sua destituição, segundo o depoimento de um representante da empresa divulgado nesta quinta-feira (23) pela imprensa peruana.
A socialista Susana Villarán, que negou as acusações, ficou a ponto de ser destituída por opositores em 2013. De acordo com o depoimento à Justiça, o ex-representante da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, disse que a empresa lhe apoiou a pedido dela. A demanda, contudo, foi feita antes gerente do município (funcionário que gere a administração, um braço direito do prefeito), José Miguel Castro.
"Tomamos a decisão de apoiá-la nesse processo. Nós já tínhamos um contrato assinado com a Prefeitura de Lima de uma concessão urbana de 177 quilômetros, que eram justamente a entrada e a saída de Lima, e tínhamos uma preocupação que, com a saída (de Villarán) acontecesse alguma dificuldade em nosso contrato", disse Barata ao Ministério Público brasileiro, segundo o portal IDL Reporteros.
O depoimento foi colhido no fim do ano passado, mas só foi divulgado recentemente. Ele admitiu que também foi chamado por Villarán.
"Em seguida, recebemos uma ligação da própria prefeita pedindo essa contribuição. Ela afirmou a necessidade e a importância da continuidade", contou Barata, que hoje vive no Brasil. Finalmente, consideraram que era uma pessoa com projeção política, inclusive para a presidência da República.
A Odebrecht admitiu que pagou propinas no Peru a políticos e autoridades em troca de contratos. Contudo, Barata garantiu que o aporte para Villarán não estava condicionado a obras, porque já tinham ganhado uma concessão das vias de Lima.
"Não recebemos nenhum dinheiro da Odebrecht para a campanha, e tampouco teria driblado as normas e a transparência de minha ação por essas concessões. Eu nunca conversei com Barata em uma relação interpessoal. Que ele diga como entregou, a quem, ou quando, eu sou a primeira que quer que saibam bem essas coisas", disse Villarán à IDL.
"A declaração de Barata feita às autoridades brasileiras é falsa", afirmou o ex-gerente Castro.
Nas redes sociais, Villarán reconheceu que, para a campanha contra a destituição, contratou por 436 mil dólares a empresa FX, do brasileiro Valdemir Garreta, que tinha na equipe o publicitário Luis Favre.
Mas Garreta garantiu que recebeu os 3 milhões para assessorar Villarán, segundo seu depoimento, publicado nesta quarta-feira no jornal El Comercio. O publicitário detalhou que 2 milhões pertenciam à Odebrecht e 1 milhão à também brasileira OAS, outra empresa envolvida no escândalo da Lava Jato.
Barata destacou a coincidência de que ambos publicitários também foram assessores da campanha de 2011 do ex-presidente Ollanta Humala, hoje em prisão preventiva por supostamente ter recebido 3 milhões de dólares da Odebrecht.
A socialista Susana Villarán, que negou as acusações, ficou a ponto de ser destituída por opositores em 2013. De acordo com o depoimento à Justiça, o ex-representante da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, disse que a empresa lhe apoiou a pedido dela. A demanda, contudo, foi feita antes gerente do município (funcionário que gere a administração, um braço direito do prefeito), José Miguel Castro.
"Tomamos a decisão de apoiá-la nesse processo. Nós já tínhamos um contrato assinado com a Prefeitura de Lima de uma concessão urbana de 177 quilômetros, que eram justamente a entrada e a saída de Lima, e tínhamos uma preocupação que, com a saída (de Villarán) acontecesse alguma dificuldade em nosso contrato", disse Barata ao Ministério Público brasileiro, segundo o portal IDL Reporteros.
O depoimento foi colhido no fim do ano passado, mas só foi divulgado recentemente. Ele admitiu que também foi chamado por Villarán.
"Em seguida, recebemos uma ligação da própria prefeita pedindo essa contribuição. Ela afirmou a necessidade e a importância da continuidade", contou Barata, que hoje vive no Brasil. Finalmente, consideraram que era uma pessoa com projeção política, inclusive para a presidência da República.
A Odebrecht admitiu que pagou propinas no Peru a políticos e autoridades em troca de contratos. Contudo, Barata garantiu que o aporte para Villarán não estava condicionado a obras, porque já tinham ganhado uma concessão das vias de Lima.
"Não recebemos nenhum dinheiro da Odebrecht para a campanha, e tampouco teria driblado as normas e a transparência de minha ação por essas concessões. Eu nunca conversei com Barata em uma relação interpessoal. Que ele diga como entregou, a quem, ou quando, eu sou a primeira que quer que saibam bem essas coisas", disse Villarán à IDL.
"A declaração de Barata feita às autoridades brasileiras é falsa", afirmou o ex-gerente Castro.
Nas redes sociais, Villarán reconheceu que, para a campanha contra a destituição, contratou por 436 mil dólares a empresa FX, do brasileiro Valdemir Garreta, que tinha na equipe o publicitário Luis Favre.
Mas Garreta garantiu que recebeu os 3 milhões para assessorar Villarán, segundo seu depoimento, publicado nesta quarta-feira no jornal El Comercio. O publicitário detalhou que 2 milhões pertenciam à Odebrecht e 1 milhão à também brasileira OAS, outra empresa envolvida no escândalo da Lava Jato.
Barata destacou a coincidência de que ambos publicitários também foram assessores da campanha de 2011 do ex-presidente Ollanta Humala, hoje em prisão preventiva por supostamente ter recebido 3 milhões de dólares da Odebrecht.
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