Odebrecht pagou US$ 782 mil a consultoria de Kuczynski no Peru
Lima, 14 dez 2017 (AFP) - A empreiteira Odebrecht, processada pelo pagamento de subornos a autoridades e políticos, revelou nesta terça-feira ter pagado 782.207 dólares por consultorias a uma empresa do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, informou nesta quarta (13) o Congresso.
Os dados foram fornecidos pela empresa à comissão parlamentar que investiga o caso Lava Jato no Peru. Um dos pagamentos foi feito quando Kuczynski era ministro do governo do ex-presidente Alejandro Toledo, hoje acusado de receber propina de 20 milhões de dólares da gigante brasileira.
"Um documento assinado por Mauricio Cruz, representante da Odebrecht Peru, destaca que a empresa ligada diretamente a Pedro Pablo Kuczynski prestou serviço de consultoria por 782.207 dólares à empresa do grupo Odebrecht", diz uma nota informativa do Congresso.
A presidente da comissão, Rosa Bartra, explicou que "a consultoria foi realizada entre 16 de fevereiro de 2004 e 28 de julho de 2006, período em que Kuczynski ocupou o pasta do Ministério da Economia e das Finanças e foi presidente do Conselho de Ministros, além de outras consultorias em 2007".
Bartra apontou que a empresa citada, a Westfield Capital, pertence ao mandatário e que forneceu um total de sete consultorias à construtora.
Duas delas são relacionadas à estrada interoceânica, que a Odebrecht admite ter pagado 20 milhões de dólares em subornos para obter a concessão ao então presidente Toledo (2001-2006), contra quem existe uma ordem de extradição dos Estados Unidos.
Em novembro, Kuczynski tinha negado os vínculos com a construtora brasileira, depois que o ex-diretor-executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, disse aos promotores peruanos que o contratou para uma consultoria privada.
No último sábado, Kuczynski admitiu na rádio RPP que realizou uma consultoria por meio da empresa First Capital - empresa de um ex-sócio - para o projeto H2Olmos, um consórcio integrado pela Odebrecht.
Entre 2006 e 2013, a First Capital recebeu mais de 4 milhões de dólares por assessorias à Odebrecht, segundo informações da comissão.
Bartra disse à imprensa que, com toda a informação coletada, espera que o presidente compareça à convocação da comissão investigadora no Congresso. Até agora, o mandatário se negou a se apresentar e preferiu responder por escrito às perguntas que os parlamentares enviaram.
"São quase 5 milhões de dólares que o atual presidente da República teria recebido através das empresas mencionadas", destacou Bartra, do partido opositor Força Popular, que controla o Parlamento.
A Odebrecht admite ter pago 29 milhões de dólares em subornos no Peru entre 2005 e 2014.
As revelações motivaram uma reunião de Kuczynski com seu gabinete. O presidente, que inicialmente se negava a comparecer diante de uma comissão investigadora, mudou sua posição.
"Entregaram à imprensa informação de pagamentos feitos pela Odebrecht, dando a entender que seriam honorários pagos a minha pessoa. Diante disto (...) decidi me reunir com esta comissão", disse o presidente à rádio RPP.
"A renda que obtive como profissional está registrada e tributada. Não há nada irregular".
O escândalo Odebrecht no Peru já levou à prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) e de sua mulher. Eles teriam recebido 3 milhões de dólares para a campanha eleitoral de forma irregular.
A Justiça peruana também solicitou a extradição do ex-presidente Alejandro Toledo, dos Estados Unidos, por envolvimento no caso.
WESTFIELD GROUP
Os dados foram fornecidos pela empresa à comissão parlamentar que investiga o caso Lava Jato no Peru. Um dos pagamentos foi feito quando Kuczynski era ministro do governo do ex-presidente Alejandro Toledo, hoje acusado de receber propina de 20 milhões de dólares da gigante brasileira.
"Um documento assinado por Mauricio Cruz, representante da Odebrecht Peru, destaca que a empresa ligada diretamente a Pedro Pablo Kuczynski prestou serviço de consultoria por 782.207 dólares à empresa do grupo Odebrecht", diz uma nota informativa do Congresso.
A presidente da comissão, Rosa Bartra, explicou que "a consultoria foi realizada entre 16 de fevereiro de 2004 e 28 de julho de 2006, período em que Kuczynski ocupou o pasta do Ministério da Economia e das Finanças e foi presidente do Conselho de Ministros, além de outras consultorias em 2007".
Bartra apontou que a empresa citada, a Westfield Capital, pertence ao mandatário e que forneceu um total de sete consultorias à construtora.
Duas delas são relacionadas à estrada interoceânica, que a Odebrecht admite ter pagado 20 milhões de dólares em subornos para obter a concessão ao então presidente Toledo (2001-2006), contra quem existe uma ordem de extradição dos Estados Unidos.
Em novembro, Kuczynski tinha negado os vínculos com a construtora brasileira, depois que o ex-diretor-executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, disse aos promotores peruanos que o contratou para uma consultoria privada.
No último sábado, Kuczynski admitiu na rádio RPP que realizou uma consultoria por meio da empresa First Capital - empresa de um ex-sócio - para o projeto H2Olmos, um consórcio integrado pela Odebrecht.
Entre 2006 e 2013, a First Capital recebeu mais de 4 milhões de dólares por assessorias à Odebrecht, segundo informações da comissão.
Bartra disse à imprensa que, com toda a informação coletada, espera que o presidente compareça à convocação da comissão investigadora no Congresso. Até agora, o mandatário se negou a se apresentar e preferiu responder por escrito às perguntas que os parlamentares enviaram.
"São quase 5 milhões de dólares que o atual presidente da República teria recebido através das empresas mencionadas", destacou Bartra, do partido opositor Força Popular, que controla o Parlamento.
A Odebrecht admite ter pago 29 milhões de dólares em subornos no Peru entre 2005 e 2014.
As revelações motivaram uma reunião de Kuczynski com seu gabinete. O presidente, que inicialmente se negava a comparecer diante de uma comissão investigadora, mudou sua posição.
"Entregaram à imprensa informação de pagamentos feitos pela Odebrecht, dando a entender que seriam honorários pagos a minha pessoa. Diante disto (...) decidi me reunir com esta comissão", disse o presidente à rádio RPP.
"A renda que obtive como profissional está registrada e tributada. Não há nada irregular".
O escândalo Odebrecht no Peru já levou à prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) e de sua mulher. Eles teriam recebido 3 milhões de dólares para a campanha eleitoral de forma irregular.
A Justiça peruana também solicitou a extradição do ex-presidente Alejandro Toledo, dos Estados Unidos, por envolvimento no caso.
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