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Peru aprova pedido de extradição do ex-presidente Toledo dos EUA

22/03/2018 21h53

Lima, 23 Mar 2018 (AFP) - O governo do Peru deu luz verde nesta quinta-feira (22) a solicitação de extradição dos Estados Unidos do ex-presidente Alejandro Toledo, a quem a Justiça acusa de receber propina milionária da empreiteira Odebrecht.

"Resolve-se aceitar a solicitação de extradição de Alejandro Toledo, formulada pelo primeiro juizado de Investigação Preparatória Nacional da Sala Penal Nacional, e declarada procedente pela Sala Penal Permanente da Corte da Justiça", indicou a resolução suprema publicada no diário oficial.

A resolução pela qual o Peru aprova pedir a extradição tem data de 21 de março e foi um dos últimos atos de governo do presidente demissionário Pedro Pablo Kuczynski.

A Suprema Corte do Peru tinha aprovado em 3 de março pedir a extradição de Toledo, que mora na Califórnia, Estados Unidos. Mas era necessário o aval do governo.

A justiça peruana acusa Toledo dos crimes de tráfico de influências, conluio e lavagem de dinheiro às custas do Estado peruano.

Agora, as autoridades peruanas devem traduzir o expediente de extradição ao inglês para que possa ser recebido pelas autoridades americanas.

A resolução foi firmada por Kuczynski, que renunciou ao cargo na quarta-feira depois que líderes da opositora Força Popular (direita, populista) difundiram um vídeo em que o congressista Kenji Fujimori aparece tentando convencer outro legislador a votar contra a destituição do mandatário em troca de favores políticos.

Toledo, presidente entre 2001-2006, é suspeito de ter recebido propina no valor de 20 milhões de dólares da Odebrecht para ganhar a licitação que construiu uma estrada que ligaria portos brasileiros do Atlântico a portos peruanos do Pacífico, cruzando a Amazônia.

O ex-presidente peruano, que negou ter recebido dádivas da Odebrecht, inaugurou a via em 2006, junto com o então contraparte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também enfrenta acusações de corrupção.

A decisão abre um novo capítulo na saga de um escândalo que também salpicou outros três ocupantes do assento presidencial peruano, inclusive Kuczynski, que foi primeiro-ministro e titular de Economia de Toledo.