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Juiz adia julgamento de advogado de Trump

27/04/2018 20h40

Los Angeles, 27 Abr 2018 (AFP) -

Um juiz de Los Angeles concedeu nesta sexta-feira (27) a Michael Cohen, advogado do presidente Donald Trump, o adiamento por 90 dias do julgamento envolvendo a ação da atriz pornô Stormy Daniels, que tenta anular um acordo de confidencialidade relacionado ao presidente.

A decisão do juiz S. James Otero reflete a intenção de Cohen de invocar seu direito constitucional contra a autoincriminação e não testemunhar neste caso no momento, argumentando que poderia afetá-lo na investigação criminal aberta pelo FBI em Nova York.

O adiamento impede a sobreposição dos casos. A próxima audiência está marcada para 27 de julho.

Daniels, cujo nome de batismo é Stephanie Clifford, quer anular o acordo assinado em 2016 para manter silêncio sobre um suposto caso com Trump, ocorrido 10 anos antes, em troca de um pagamento de 130 mil dólares que Cohen tirou de seu próprio bolso.

O presidente nega qualquer relacionamento com a atriz e ter conhecimento sobre este pagamento, embora tenha admitido, pela primeira vez na quinta-feira, que o advogado o representou em um "acordo" com a atriz.

O advogado de Daniels, Michael Avenatti, disse no Twitter que apelará da decisão na próxima semana.

"Justiça atrasada é justiça negada", escreveu.

O escritório de Cohen e o quarto de hotel onde morava temporariamente foram vasculhados pelo FBI, que investiga os "negócios" do advogado, incluindo os 130 mil pagos a Daniels pouco antes das eleições para garantir seu silêncio sobre o suposto romance com Trump.

Fiel defensor do presidente, Cohen foi durante anos o principal advogado da Trump Organization e um dos porta-vozes de sua campanha à Casa Branca.

A imprensa americana assegura que Cohen negociou ou ajudou negociar acordos secretos para enterrar possíveis escândalos envolvendo Trump, que enfrenta vários processos judiciais, além da investigação do procurador especial Robert Mueller.