Europa denuncia ameaça dos EUA de tarifar automóveis
Frankfurt am Main, 24 Mai 2018 (AFP) - A União Europeia (UE) e o setor automobilístico alemão denunciaram, nesta quinta-feira (24), a ameaça dos Estados Unidos de impor novas tarifas aos veículos em nome da segurança nacional, mais uma medida a despertar temores de uma guerra comercial.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encomendou nesta quinta uma investigação oficial sobre as importações de veículos para "determinar seu impacto sobre a segurança nacional".
Mas, segundo a UE, essa medida é "difícil de entender".
"É muito difícil imaginar que [as importações de carros] criem uma ameaça à segurança nacional", disse nesta quinta-feira o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen.
Antes do anúncio desta quarta-feira, os europeus já estavam à espera da decisão de Washington sobre as tarifas sobre o aço (25%) e o alumínio (10%) importados. Os países da UE ainda estão isentos, mas isso poderia mudar a partir de 1 de junho.
Líder mundial do mercado automobilístico, a fabricante alemã Volkswagen denunciou nesta quinta o que considera "protecionismo unilateral" dos americanos, enquanto a BMW, líder dos veículos de luxo, reclamou "um acesso sem barreiras" ao país, em nome do "crescimento e do emprego no conjunto da economia mundial".
A federação alemã de câmaras de comércio, a DIHK, considerou o anúncio uma provocação.
Da China, a chanceler alemã Angela Merkel pediu "apoio ao livre-comércio", mas sem falar especificamente do setor.
O anúncio de Trump foi feito poucas horas depois dele prometer, em um tuíte, "grandes notícias" para o setor automobilístico americano, que enfrentou "décadas perdendo seus empregos para outros países".
Trump critica especialmente as tarifas europeias de 10% aos carros dos Estados Unidos e dos países de fora da UE, contra 2,5% impostos por Washington aos veículos importados.
Mas o governo americano aplica tarifas de 25% aos caminhões e picapes, contra 14% em média na UE.
- 'Décadas' de erosão -"Há evidências que sugerem que, durante décadas, as importações têm erodido nossa indústria automobilística nacional", disse o secretário do Comércio americano, Wilbur Ross, em nota.
Segundo Ross, nos últimos 20 anos as importações de veículos particulares passaram de 32% a 48% do total de carros vendidos nos Estados Unidos.
Mas as fabricantes alemãs rejeitam esses argumentos e garantem que fabricam mais carros nos Estados Unidos do quem exportam ao país.
Elas também alertam para o fato de as empresas alemãs do setor empregam a 36.500 pessoas no país, às quais se somam 80 mil postos de trabalho das companhias que fabricam material para automóveis.
As ameaças de novas tarifas preocupam especialmente a Alemanha, onde em 2017 os veículos representaram 25% das exportações para os Estados Unidos, quase 29 bilhões de euros e 994.000 unidades vendidas.
ys-afl/pc/age/ll
VOLKSWAGEN
DAIMLER
NISSAN MOTOR
BAYERISCHE MOTOREN WERKE AG
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encomendou nesta quinta uma investigação oficial sobre as importações de veículos para "determinar seu impacto sobre a segurança nacional".
Mas, segundo a UE, essa medida é "difícil de entender".
"É muito difícil imaginar que [as importações de carros] criem uma ameaça à segurança nacional", disse nesta quinta-feira o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen.
Antes do anúncio desta quarta-feira, os europeus já estavam à espera da decisão de Washington sobre as tarifas sobre o aço (25%) e o alumínio (10%) importados. Os países da UE ainda estão isentos, mas isso poderia mudar a partir de 1 de junho.
Líder mundial do mercado automobilístico, a fabricante alemã Volkswagen denunciou nesta quinta o que considera "protecionismo unilateral" dos americanos, enquanto a BMW, líder dos veículos de luxo, reclamou "um acesso sem barreiras" ao país, em nome do "crescimento e do emprego no conjunto da economia mundial".
A federação alemã de câmaras de comércio, a DIHK, considerou o anúncio uma provocação.
Da China, a chanceler alemã Angela Merkel pediu "apoio ao livre-comércio", mas sem falar especificamente do setor.
O anúncio de Trump foi feito poucas horas depois dele prometer, em um tuíte, "grandes notícias" para o setor automobilístico americano, que enfrentou "décadas perdendo seus empregos para outros países".
Trump critica especialmente as tarifas europeias de 10% aos carros dos Estados Unidos e dos países de fora da UE, contra 2,5% impostos por Washington aos veículos importados.
Mas o governo americano aplica tarifas de 25% aos caminhões e picapes, contra 14% em média na UE.
- 'Décadas' de erosão -"Há evidências que sugerem que, durante décadas, as importações têm erodido nossa indústria automobilística nacional", disse o secretário do Comércio americano, Wilbur Ross, em nota.
Segundo Ross, nos últimos 20 anos as importações de veículos particulares passaram de 32% a 48% do total de carros vendidos nos Estados Unidos.
Mas as fabricantes alemãs rejeitam esses argumentos e garantem que fabricam mais carros nos Estados Unidos do quem exportam ao país.
Elas também alertam para o fato de as empresas alemãs do setor empregam a 36.500 pessoas no país, às quais se somam 80 mil postos de trabalho das companhias que fabricam material para automóveis.
As ameaças de novas tarifas preocupam especialmente a Alemanha, onde em 2017 os veículos representaram 25% das exportações para os Estados Unidos, quase 29 bilhões de euros e 994.000 unidades vendidas.
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