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Holanda, Austrália e EUA responsabilizam Rússia por queda do voo MH17

Em Haia

25/05/2018 12h16

Holanda e Austrália afirmam que a Rússia é "responsável" pela tragédia do voo MH17 da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil quando sobrevoava a Ucrânia em 2014 - afirmou o governo holandês nesta sexta-feira (15), uma declaração que pode resultar em ações judiciais.

O governo americano também responsabilizou Moscou.

"Apoiamos energicamente as decisões de Holanda e Austrália de responsabilizar a Rússia", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado.

É hora de a Rússia reconhecer seu papel na queda do MH17 e pôr fim à sua caluniosa campanha de desinformação."

O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu à declaração. "É claro que não", descartou ele, ao ser questionado sobre se o míssil seria russo, falando em uma conferência econômica em São Petersburgo nesta sexta-feira (25).

Os dois países, dos quais procediam grande parte das 298 vítimas, "consideram a Rússia responsável por sua participação na queda" do avião comercial da companhia Malaysia Airlines, afirmou o governo holandês em um comunicado.

A declaração foi divulgada um dia depois de a equipe internacional que investiga a tragédia do voo MH17 da Malaysia Airlines ter revelado pela primeira vez que o míssil utilizado para derrubar o avião foi transportado por uma brigada militar russa.

Em dois comunicados distintos, União Europeia (UE) e Otan pediram nesta sexta-feira que a Rússia aceite sua responsabilidade no caso.

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"A UE faz um apelo à Federação Russa para que aceite sua responsabilidade e coopere plenamente com todos os esforços para estabelecer a prestação de contas", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

Em outro comunicado, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também fez um pedido à Rússia para que "aceite a responsabilidade e coopere".

"A derrubada do MH17 foi uma tragédia mundial e os responsáveis devem prestar contas", completou.

A equipe de investigação conjunta concluiu que o míssil "BUK-TELAR que derrubou a aeronave do voo MH17 veio da 53ª Brigada de Mísseis Antiaéreos estabelecida em Kursk, Rússia", afirmou o investigador holandês Wilbert Paulissen.

Os investigadores já haviam concluído que o avião foi derrubado por um míssil BUK de fabricação russa, lançado de território ucraniano controlado pelos separatistas pró-Moscou.

A equipe fez a reconstituição do caminho pelo qual o míssil foi transportado, de Kursk, a 100 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, utilizando vídeos e fotos.

Mas o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que a Holanda não apresentou "nenhum fato" que permita acusar Moscou pela catástrofe do voo MH17.

Lavrov disse que conversou por telefone com o chanceler holandês e afirmou que o ministro das Relações Exteriores do país europeu, Stef Blok, "não apresentou nenhuma prova" de que o míssil que atingiu o voo MH17 pertencesse ao Exército russo, segundo as agências de notícias russas.

"Se nossos sócios decidem, embora falemos de uma terrível tragédia na qual morreram centenas de pessoas, especular com fins políticos, eles que fiquem com suas consciências", completou o chanceler russo.