Itália segue em crise à espera do programa de governo de Cottarelli
Roma, 29 Mai 2018 (AFP) - A Itália aguardava nesta terça-feira a proposta de governo de Carlo Cottarelli, que deve enfrentar sérios problemas para obter a confiança de um Parlamento dominado por populistas eurocéticos.
Cottarelli, 64 anos, ex-alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) apelidado de "Sr. Tesoura" por seu papel na redução dos gastos públicos em 2013-2014, assume a chefia do 65º governo italiano, após o veto do presidente Sergio Mattarella a Paolo Savona, um Executivo populista que colocaria em risco a permanência na zona do euro.
O novo premier prometeu liderar um governo "neutro", que garanta um manejo "prudente" das contas públicas e tranquilize os mercados e a União Europeia (UE).
No domingo, Mattarella vetou o eurocético Savona como ministro da Fazenda, o que precipitou a renúncia do advogado Giuseppe Conte, encarregado na semana passada de formar o novo governo.
"Vou me apresentar ao Parlamento com um programa que, se obtiver o voto de confiança, prevê apenas a aprovação da lei do orçamento, após o qual se dissolverá (o Parlamento) para a realização de eleições até o início de 2019", anunciou Cottarelli.
No Parlamento, Cottarelli vai enfrentar o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema) e a Liga (extrema-direita), majoritários e que são contra sua nomeação.
"Neste caso, renuncio e meu trabalho será o de conduzir o país a novas eleições para depois de agosto", disse Cottarelli.
Qualquer que seja o cenário, não terá vida fácil diante dos populistas italianos, que venceram as legislativas de 4 de março e que denunciam um golpe de força após a rejeição de seu governo de união.
"Tudo isso não é democracia, é um desrespeito com o voto popular. Trata-se de mais uma sacudida dos poderes que querem uma Itália escrava, empobrecida e precária", declarou Matteo Salvini, chefe da Liga.
"As eleições serão um plebiscito, o povo e a vida real contra as velhas castas e estes senhores do spread!" - disse Salvini
"É muito difícil acreditar nas leis e instituições do Estado", disse Luigi Di Maio, do Cinco Estrelas, cujo partido obteve mais de 32% dos votos nas eleições legislativas de março. "Ok, vamos voltar às urnas, mas se eu conseguir 40% e voltar para o Quirinal com Savona, isso mudará alguma coisa"?
Para a Liga e o Cinco Estrelas Savona, de 81 anos, defensor de um "plano B" para sair do euro, era o único capaz de defender os interesses da Itália diante de Bruxelas.
"A designação do ministro das Finanças é sempre uma mensagem imediata de confiança ou alarme para os operadores econômicos e financeiros", justificou Mattarella, invocando suas prerrogativas constitucionais e a defesa dos poupadores italianos.
Silvio Berlusconi, assim como o Partido Democrata (centro-esquerda), ficou do lado de Mattarella na noite de domingo. Mas os membros de seu partido Força Itália anunciaram que não darão o voto de confiança a Cottarelli.
Cottarelli, 64 anos, ex-alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) apelidado de "Sr. Tesoura" por seu papel na redução dos gastos públicos em 2013-2014, assume a chefia do 65º governo italiano, após o veto do presidente Sergio Mattarella a Paolo Savona, um Executivo populista que colocaria em risco a permanência na zona do euro.
O novo premier prometeu liderar um governo "neutro", que garanta um manejo "prudente" das contas públicas e tranquilize os mercados e a União Europeia (UE).
No domingo, Mattarella vetou o eurocético Savona como ministro da Fazenda, o que precipitou a renúncia do advogado Giuseppe Conte, encarregado na semana passada de formar o novo governo.
"Vou me apresentar ao Parlamento com um programa que, se obtiver o voto de confiança, prevê apenas a aprovação da lei do orçamento, após o qual se dissolverá (o Parlamento) para a realização de eleições até o início de 2019", anunciou Cottarelli.
No Parlamento, Cottarelli vai enfrentar o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema) e a Liga (extrema-direita), majoritários e que são contra sua nomeação.
"Neste caso, renuncio e meu trabalho será o de conduzir o país a novas eleições para depois de agosto", disse Cottarelli.
Qualquer que seja o cenário, não terá vida fácil diante dos populistas italianos, que venceram as legislativas de 4 de março e que denunciam um golpe de força após a rejeição de seu governo de união.
"Tudo isso não é democracia, é um desrespeito com o voto popular. Trata-se de mais uma sacudida dos poderes que querem uma Itália escrava, empobrecida e precária", declarou Matteo Salvini, chefe da Liga.
"As eleições serão um plebiscito, o povo e a vida real contra as velhas castas e estes senhores do spread!" - disse Salvini
"É muito difícil acreditar nas leis e instituições do Estado", disse Luigi Di Maio, do Cinco Estrelas, cujo partido obteve mais de 32% dos votos nas eleições legislativas de março. "Ok, vamos voltar às urnas, mas se eu conseguir 40% e voltar para o Quirinal com Savona, isso mudará alguma coisa"?
Para a Liga e o Cinco Estrelas Savona, de 81 anos, defensor de um "plano B" para sair do euro, era o único capaz de defender os interesses da Itália diante de Bruxelas.
"A designação do ministro das Finanças é sempre uma mensagem imediata de confiança ou alarme para os operadores econômicos e financeiros", justificou Mattarella, invocando suas prerrogativas constitucionais e a defesa dos poupadores italianos.
Silvio Berlusconi, assim como o Partido Democrata (centro-esquerda), ficou do lado de Mattarella na noite de domingo. Mas os membros de seu partido Força Itália anunciaram que não darão o voto de confiança a Cottarelli.
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