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Jornalistas da Reuters serão julgadas em Mianmar por "violação" de segredo de Estado

09/07/2018 06h17

Yangon, 9 Jul 2018 (AFP) - A justiça de Mianmar rejeitou nesta segunda-feira o arquivamento do caso contra dois jornalistas birmaneses da agência Reuters acusados de "violação de segredo de Estado" por terem investigado o drama dos rohingyas.

O juiz responsável pelo caso anunciou nesta segunda-feira que decidiu iniciar o julgamento "em virtude da lei sobre o segredo de Estado".

Wa Lone, 32 anos, e Kyaw Soe Oo, 28, estão detidos de modo preventivo há quase sete meses para audiências prévias ao julgamento.

A Reuters afirma que os dois repórteres se limitavam a cumprir seu trabalho de informar sobre o massacre de muçulmanos rohingyas. A agência havia solicitado a rejeição do caso.

Os dois jornalistas foram detidos em dezembro e acusados de posse de material sensível relacionado a operações de segurança no estado de Rakhine, afetado pela crise dos rohingyas.

Grupos de defesa dos direitos humanos e analistas internacionais criticaram as acusações, consideradas um ataque contra a liberdade de imprensa e um esforço para reprimir a cobertura da crise dos rohingyas.

Durante as audiências prévias ao julgamento, a Promotoria argumentou que os repórteres tentaram obter acesso a "documentos secretos" e deveriam ser punidos.

Os jornalistas afirmam que foram enganados pela polícia.

"Não fizemos nada errado", declarou, indignado, Wa Lone ao ouvir a decisão do juiz.

As operações do exército em agosto de 2017 forçaram mais de 700.000 pessoas da minoria rohingya, que têm a cidadania birmanesa negada, a fugir para Bangladesh.

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