Reunião com Putin pode ser mais fácil que cúpula da Otan, diz Trump
Washington, 10 Jul 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira (10) que sua reunião com seu colega russo, Vladimir Putin, pode ser mais fácil do que as que terá com seus aliados europeus, pouco antes de chegar a Bruxelas para uma cúpula da Otan.
"Francamente, Putin pode ser o mais fácil de todos. Quem iria pensar nisso?", disse Trump aos jornalistas antes de embarcar no avião presidencial, referindo-se a seu encontro com o líder russo em Helsinque.
Trump chegou no aeroporto militar belga de Melsbroek hoje na véspera da cúpula da Otan, onde é esperado que ele entre em confronto com os outros membros da aliança quanto às despesas da Defesa.
Os gastos militares são o principal ponto de desavenças entre os Estados Unidos e seus aliados. Trump também prometeu "não se deixar ser passado para trás" pela União Europeia, à qual acusa de não fazer o suficiente para apoiar a aliança transatlântica e de se aproveitar dos Estados Unidos em matéria de comércio.
Em Gales, em 2014, os membros da Aliança se comprometeram a aproximar seu gasto militar de 2% do PIB nacional até 2024, um apelo recorrente dos Estados Unidos, e a conter os cortes nas dotações orçamentárias para defesa.
Além dos Estados Unidos, apenas quatro países europeus cumprem essa meta: Grécia, Estônia, Reino Unido e Letônia. Polônia, Lituânia e Romênia poderão fazê-lo em 2018, de acordo com números divulgados nesta terça. Isso significa, no total, oito dos 29 aliados.
Antes de cruzar o Atlântico, Trump voltou a apontar a injustiça para os "contribuintes" americanos que seu país, cujo gasto militar corresponde a dois terços do total da Aliança, pague mais do que seus aliados. "Muito injusto!", tuitou.
O ocupante da Casa branca foi além em um tuíte, assegurando que seus aliados deveriam "reembolsar" gastos de Defesa aos Estados Unidos, cujo orçamento militar representa dois terços do total da Otan.
A cúpula da Otan, que acontece nesta quinta e sexta-feiras, é realizada em um contexto já tenso entre Washington e seus sócios da UE, mergulhados em uma guerra comercial depois de vários desencontros a respeito do programa nuclear iraniano, do Acordo sobre o Clima de Paris, entre outros pontos de atrito.
- 'Senhor presidente' -E, diante de uma Rússia ameaçadora desde a anexação em 2014 da península ucraniana da Crimeia, a UE - por meio do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk - pediu a Trump que "valorize" seus aliados europeus, que gastam "mais" do que a Rússia em defesa e "tanto" quanto a China.
"Senhor presidente, eu lhe peço que se recorde esta manhã, quando nos reunirmos na cúpula da Otan, mas, sobretudo, quando se reunir com o presidente Putin em Helsinque. Sempre vale a pena saber quem é seu amigo estratégico e quem é seu problema estratégico", acrescentou.
Suas palavras se deram após a assinatura de uma declaração conjunta entre a UE - que tem 22 de seus membros na Otan - e a Aliança, na qual ressaltam que a "defensa coletiva" de seus integrantes passa essencialmente pela organização transatlântica.
Essa referência manifesta um princípio fundador da Otan, o qual Washington foi o único a ativar em quase 70 anos, após os atentados do 11 de Setembro. Esse princípio busca apaziguar os temores da primeira potência militar mundial em relação aos planos de se desenvolver o setor europeu de defesa.
Também preocuparia os Estados Unidos o fato de suas empresas ficarem de fora dos projetos de desenvolvimento de capacidades militares na UE, mas, como indicou recentemente uma fonte diplomática, "o dinheiro dos europeus é para projetos europeus".
A embaixadora americana na Otan, Kay Bailey Hutchinson, não pôs em dúvida nesta terça-feira o compromisso de seu país com a defesa coletiva. Trump "voltará a se comprometer com o Artigo 5", acrescentou a representante, especialmente quando o magnata semeou dúvidas a respeito de sua eleição, em 2016.
Além da cúpula dessa organização criada em 1949 para contrabalançar a influência da então URSS após a Segunda Guerra Mundial, todos os olhares se voltarão para a reunião, em Helsinque, entre Trump e Putin. Para a Otan, Moscou é sua principal ameaça.
Diante do "ameaçador" vizinho do leste, os 29 líderes da Otan devem apoiar na cúpula seu plano "30-30-30-30". Nele, até 2020, a Otan espera conseguir mobilizar, em 30 dias, 30 batalhões, 30 esquadrões aéreos e 30 navios de guerra.
"Francamente, Putin pode ser o mais fácil de todos. Quem iria pensar nisso?", disse Trump aos jornalistas antes de embarcar no avião presidencial, referindo-se a seu encontro com o líder russo em Helsinque.
Trump chegou no aeroporto militar belga de Melsbroek hoje na véspera da cúpula da Otan, onde é esperado que ele entre em confronto com os outros membros da aliança quanto às despesas da Defesa.
Os gastos militares são o principal ponto de desavenças entre os Estados Unidos e seus aliados. Trump também prometeu "não se deixar ser passado para trás" pela União Europeia, à qual acusa de não fazer o suficiente para apoiar a aliança transatlântica e de se aproveitar dos Estados Unidos em matéria de comércio.
Em Gales, em 2014, os membros da Aliança se comprometeram a aproximar seu gasto militar de 2% do PIB nacional até 2024, um apelo recorrente dos Estados Unidos, e a conter os cortes nas dotações orçamentárias para defesa.
Além dos Estados Unidos, apenas quatro países europeus cumprem essa meta: Grécia, Estônia, Reino Unido e Letônia. Polônia, Lituânia e Romênia poderão fazê-lo em 2018, de acordo com números divulgados nesta terça. Isso significa, no total, oito dos 29 aliados.
Antes de cruzar o Atlântico, Trump voltou a apontar a injustiça para os "contribuintes" americanos que seu país, cujo gasto militar corresponde a dois terços do total da Aliança, pague mais do que seus aliados. "Muito injusto!", tuitou.
O ocupante da Casa branca foi além em um tuíte, assegurando que seus aliados deveriam "reembolsar" gastos de Defesa aos Estados Unidos, cujo orçamento militar representa dois terços do total da Otan.
A cúpula da Otan, que acontece nesta quinta e sexta-feiras, é realizada em um contexto já tenso entre Washington e seus sócios da UE, mergulhados em uma guerra comercial depois de vários desencontros a respeito do programa nuclear iraniano, do Acordo sobre o Clima de Paris, entre outros pontos de atrito.
- 'Senhor presidente' -E, diante de uma Rússia ameaçadora desde a anexação em 2014 da península ucraniana da Crimeia, a UE - por meio do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk - pediu a Trump que "valorize" seus aliados europeus, que gastam "mais" do que a Rússia em defesa e "tanto" quanto a China.
"Senhor presidente, eu lhe peço que se recorde esta manhã, quando nos reunirmos na cúpula da Otan, mas, sobretudo, quando se reunir com o presidente Putin em Helsinque. Sempre vale a pena saber quem é seu amigo estratégico e quem é seu problema estratégico", acrescentou.
Suas palavras se deram após a assinatura de uma declaração conjunta entre a UE - que tem 22 de seus membros na Otan - e a Aliança, na qual ressaltam que a "defensa coletiva" de seus integrantes passa essencialmente pela organização transatlântica.
Essa referência manifesta um princípio fundador da Otan, o qual Washington foi o único a ativar em quase 70 anos, após os atentados do 11 de Setembro. Esse princípio busca apaziguar os temores da primeira potência militar mundial em relação aos planos de se desenvolver o setor europeu de defesa.
Também preocuparia os Estados Unidos o fato de suas empresas ficarem de fora dos projetos de desenvolvimento de capacidades militares na UE, mas, como indicou recentemente uma fonte diplomática, "o dinheiro dos europeus é para projetos europeus".
A embaixadora americana na Otan, Kay Bailey Hutchinson, não pôs em dúvida nesta terça-feira o compromisso de seu país com a defesa coletiva. Trump "voltará a se comprometer com o Artigo 5", acrescentou a representante, especialmente quando o magnata semeou dúvidas a respeito de sua eleição, em 2016.
Além da cúpula dessa organização criada em 1949 para contrabalançar a influência da então URSS após a Segunda Guerra Mundial, todos os olhares se voltarão para a reunião, em Helsinque, entre Trump e Putin. Para a Otan, Moscou é sua principal ameaça.
Diante do "ameaçador" vizinho do leste, os 29 líderes da Otan devem apoiar na cúpula seu plano "30-30-30-30". Nele, até 2020, a Otan espera conseguir mobilizar, em 30 dias, 30 batalhões, 30 esquadrões aéreos e 30 navios de guerra.
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