Reino de eSuatini, ex-Suazilândia, vota, mas rei mantém poder absoluto
Mbabane, eSwatini, 21 Set 2018 (AFP) - Meio milhão de cidadãos de eSuatini, pequeno reino da África austral que até meados deste anos se chamava Suazilândia, vão às urnas nesta sexta-feira em eleições legislativas criticadas pela oposição como uma "farsa", mas vistas por seus partidários como uma mistura "única" de política e tradição.
Neste país, que é uma das últimas monarquias absolutas do mundo, os partidos políticos estão proibidos de competir em eleições, nas quais os suázis escolherão entre 59 candidatos individuais, a maioria deles leais ao rei Mswati III.
O monarca absoluto tem controle total sobre o governo, o parlamento, o judiciário e as forças da ordem.
Ele também tem o poder de vetar leis, nomear o primeiro-ministro e seu gabinete e, constitucionalmente, está acima da lei.
"O parlamento pode falar o quanto quiser, mas, no final do dia, sabe que existe apenas um chefe", disse um eleitor à AFP, que pediu para permanecer anônimo.
Para outra eleitora, Zodwa Mabuza, "os problemas são oportunidades de emprego, melhores estradas e mais ajuda alimentar para os idosos".
Segundo a oposição, as eleições não passam de uma "cortina de fumaça".
"Os partidos políticos não podem participar das eleições, a mídia é censurada e há falta de liberdade para se encontrar em público, e a domínio absoluto da monarquia é onipresente", disse o partido comunista em um comunicado.
As autoridades eleitorais defendem esse sistema e dizem que ele permite criar um vínculo direto entre o cidadão e seu representante.
"As eleições na eSuatini são únicas", disse Pholile Dlamini, vice-presidente da comissão eleitoral. "Os representantes são escolhidos por seu mérito individual e não por sua afiliação política".
"Este sistema é perfeito para eSuatini, um país moderno que escolheu preservar sua rica cultura e tradições", acrescentou.
- Reprimidos pelo 'mais sabio' -"As eleições são uma farsa, é claro", afirmou Bheki Makhubu, editor da revista mensal The Nation, que ficou preso por 15 meses por investigar abusos do Judiciário.
"O rei tem autoridade executiva sobre todas as coisas, desde que se presume ser o mais sábio de todos nós", continuou ele.
Na quarta-feira, a polícia dispersou com jatos de água centenas de pessoas que protestavam em Manzini, a cidade mais populosa, contra as condições de vida e a corrupção da monarquia.
Na sexta-feira, a ONG Anistia Internacional pediu ao próximo governo de eSuatini "que ponha um fim às violações dos direitos humanos que atormentam o país há quatro décadas".
A fortuna pessoal do monarca é estimada em cerca de 50 milhões de dólares, enquanto dois terços dos habitantes deste pequeno reino montanhoso localizado entre a África do Sul e Moçambique vivem abaixo da linha da pobreza.
Fã de carros de luxo e festas decadentes, Mswati III está casado há quinze dias e tem mais de 25 filhos.
A grande maioria de suas parceiras são muito jovens, e algumas delas foram escolhidas durante uma festa no palácio, na qual jovens virgens dançam com os seios nus em homenagem ao soberano.
Os primeiros resultados da eleição são esperados para este sábado.
bgs-str-bed/pa/jlb/gg/pb/cn
Neste país, que é uma das últimas monarquias absolutas do mundo, os partidos políticos estão proibidos de competir em eleições, nas quais os suázis escolherão entre 59 candidatos individuais, a maioria deles leais ao rei Mswati III.
O monarca absoluto tem controle total sobre o governo, o parlamento, o judiciário e as forças da ordem.
Ele também tem o poder de vetar leis, nomear o primeiro-ministro e seu gabinete e, constitucionalmente, está acima da lei.
"O parlamento pode falar o quanto quiser, mas, no final do dia, sabe que existe apenas um chefe", disse um eleitor à AFP, que pediu para permanecer anônimo.
Para outra eleitora, Zodwa Mabuza, "os problemas são oportunidades de emprego, melhores estradas e mais ajuda alimentar para os idosos".
Segundo a oposição, as eleições não passam de uma "cortina de fumaça".
"Os partidos políticos não podem participar das eleições, a mídia é censurada e há falta de liberdade para se encontrar em público, e a domínio absoluto da monarquia é onipresente", disse o partido comunista em um comunicado.
As autoridades eleitorais defendem esse sistema e dizem que ele permite criar um vínculo direto entre o cidadão e seu representante.
"As eleições na eSuatini são únicas", disse Pholile Dlamini, vice-presidente da comissão eleitoral. "Os representantes são escolhidos por seu mérito individual e não por sua afiliação política".
"Este sistema é perfeito para eSuatini, um país moderno que escolheu preservar sua rica cultura e tradições", acrescentou.
- Reprimidos pelo 'mais sabio' -"As eleições são uma farsa, é claro", afirmou Bheki Makhubu, editor da revista mensal The Nation, que ficou preso por 15 meses por investigar abusos do Judiciário.
"O rei tem autoridade executiva sobre todas as coisas, desde que se presume ser o mais sábio de todos nós", continuou ele.
Na quarta-feira, a polícia dispersou com jatos de água centenas de pessoas que protestavam em Manzini, a cidade mais populosa, contra as condições de vida e a corrupção da monarquia.
Na sexta-feira, a ONG Anistia Internacional pediu ao próximo governo de eSuatini "que ponha um fim às violações dos direitos humanos que atormentam o país há quatro décadas".
A fortuna pessoal do monarca é estimada em cerca de 50 milhões de dólares, enquanto dois terços dos habitantes deste pequeno reino montanhoso localizado entre a África do Sul e Moçambique vivem abaixo da linha da pobreza.
Fã de carros de luxo e festas decadentes, Mswati III está casado há quinze dias e tem mais de 25 filhos.
A grande maioria de suas parceiras são muito jovens, e algumas delas foram escolhidas durante uma festa no palácio, na qual jovens virgens dançam com os seios nus em homenagem ao soberano.
Os primeiros resultados da eleição são esperados para este sábado.
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