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Governo e rebeldes iemenitas listam 15.000 prisioneiros para troca

11/12/2018 21h06

Rimbo, Suécia, 11 dez 2018 (AFP) - Representantes do governo e dos rebeldes iemenitas, reunidos na Suécia para diálogos de paz patrocinados pela ONU, anunciaram nesta terça-feira (11) a criação de uma lista de 15.000 prisioneiros para preparar uma troca.



Guterres, que chegará na quinta-feira a Rimbo, "manterá entrevistas com as duas delegações", do governo e dos rebeldes huthis, e "discursará na sessão de encerramento desta rodada de consultas", informou a ONU nesta terça em um comunicado publicado em Nova York.



Segundo um diplomata, que pediu o anonimato, a visita do secretário-geral busca "incitar a continuar as discussões", as quais poderiam voltar a organizar em janeiro em um local ainda a determinar, talvez no Oriente Médio.



O governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, respaldados pelo Irã, iniciaram na semana passada, na Suécia, uma rodada de negociações para retomar o diálogo, rompido em 2016.



Até agora, todas as tentativas de pôr fim à guerra que deixou 10 mil mortos em quatro anos fracassaram. Além disso, a situação humanitária no Iêmen, o país mais pobre da península Arábica, piora a cada dia.



O acordo sobre a troca de prisioneiros, impulsionada pelo enviado especial da ONU para o Iêmen, o britânico Martin Griffiths, era um dos principais temas sobre a mesa de negociações, mas também o que tinha menos divergências entre os beligerantes.



Iniciadas em 6 de dezembro, na cidade de Rimbo, perto de Estocolmo, as negociações estão previstas para terminar na próxima quinta-feira. "Esperamos que estas negociações tenham constituído uma guinada" para a resolução futura do conflito iemenita, declarou nesta terça um encarregado da ONU, que pediu para ter a identidade preservada.



Askar Zaeel, negociador do governo para a troca de prisioneiros, informou que os rebeldes identificaram 7.487 presos, para os quais pedem a liberdade. O governo pede a soltura de 8.576 detidos.



Zaeel informou à AFP que o governo também exigia dos rebeldes a entrega do corpo do ex-presidente iemenita Ali Abdallah Saleh, assassinado em dezembro de 2017 por seus ex-aliados huthis.



Os rebeldes, por sua vez, anunciaram, sem fornecer detalhes, ter trocado com o governo uma lista de 15.000 prisioneiros dos dois lados.



Segundo um negociador rebelde, Abdelkader Murtada, constam na lista sauditas e emiradense e a troca poderia ser realizada em 20 de janeiro.



Os prisioneiros serão transferidos através dos aeroportos da cidade de Seiyun (centro), controlada pelo governo, e o da capital, Sanaa, sob controle dos rebeldes. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou que supervisionaria a troca.