Trump diz que aliados 'não irão tirar proveito' dos EUA, após saída de secretário de Defesa
Washington, 24 dez 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que os aliados "não irão se aproveitar" dos Estados Unidos, disparando na direção do secretário de Defesa, Jim Mattis, que renunciou ao cargo devido ao retorno das tropas americanas enviadas à Síria.
Trump voltou à carga no Twitter após as críticas que recebeu por sua decisão de retirar as tropas americanas que atuavam na Síria contra o grupo Estado Islâmico, e negou as acusações de que estaria rejeitando os aliados.
"Aos poucos senadores que acham que não quero, nem aprecio, ser aliado de outros países, digo-lhes que estão errados. SIM, EU QUERO", afirmou o presidente no Twitter.
"O que não gosto é quando estes mesmos países se aproveitam de sua amizade com os Estados Unidos, tanto para a defesa militar quanto para o comércio", assinalou. "O general Mattis não via isto como um problema. Eu, sim, e está sendo resolvido."
Mattis, general reformado, era considerado uma voz moderada ante o impulsivo presidente, e, em sua carta de demissão, na semana passada, destacou a necessidade de se respeitar os aliados de Washington.
Neste domingo, o republicano Bob Corker, chefe da comissão de Relações Exteriores do Senado e crítico habitual de Trump, manifestou abertamente sua oposição à retirada das tropas americanas da Síria.
"Estou triste por nosso país. Estou triste pelo dano causado às relações com países que estiveram conosco", disse à CNN.
Também Lindsey Graham, senador geralmente próximo de Trump, questionou com veemência a decisão do presidente americano, antes de estimar, hoje, que Washington poderia reduzir suas tropas na Síria sem abandonar por completo aquele país, "associando-se", por exemplo, à Turquia.
"Associar-se à Turquia para destruir o EI e garantir a proteção dos curdos, que lutaram com tanta valentia, é uma grande vitória", tuitou.
Trump costuma criticar a escassa contribuição financeira dos aliados americanos ao funcionamento da Otan. "OS ESTADOS UNIDOS ESTÃO SENDO NOVAMENTE RESPEITADOS", tuitou hoje o presidente americano.
sct-AB/sdu/dg/yow/lb
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