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Protestos de 'coletes amarelos' contam com pouca adesão na França

29/12/2018 13h47

Paris, 29 dez 2018 (AFP) - Os "coletes amarelos" voltaram a se manifestar neste sábado (29), no sétimo fim de semana de protestos na França, contra a política social e fiscal do presidente Emmanuel Macron, mas contou com poucas milhares de pessoas mobilizadas antes do meio-dia, embora com alguns incidentes com as forças de segurança.

No meio da tarde, apenas mil pessoas se reuniram em Paris, Marselha (sudeste) e Nantes (centro-oeste). O comparecimento foi maior em Bordeaux (sudoeste) com vários gritos de "Macron, demissão!".

Alguns incidentes ocorreram na capital - com lançamento de projéteis contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e detenções -, em Rouen (nordeste) e Nantes.

Até o momento, cerca de 20 pessoas foram detidas em todo o país.

Iniciado em meados de novembro, este movimento diminuiu durante as últimas semanas: em 22 de dezembro houve 38.600 manifestantes, na semana anterior foram 66.000, enquanto no primeiro sábado de protestos, em 17 de novembro, 282.000 pessoas se manifestaram, segundo dados do governo francês.

Contudo, segundo vários membros deste movimento, surgido de forma espontânea, a desmobilização se deve às festas de Natal e preveem uma forte mobilização em janeiro, apesar das concessões do governo.

"Todos devem entender que não vamos parar", assegurou à AFP Thierry, de 51 anos, um mecânico que denuncia uma divisão muito desigual da riqueza na França.

"Queremos recuperar poder adquisitivo e que nossa palavra conte na tomada de decisões", assegurou Priscillia Ludosky, uma das figuras do movimento após impulsionar uma bem-sucedida petição contra o aumento do preço do combustível.

Em outras cidades, os "coletes amarelos" preferiram não revelar as suas ações para surpreender as forças de segurança.

Alguns "coletes amarelos" também planejaram se manifestar na véspera do Ano Novo, durante a qual são esperadas várias concentrações de manifestantes na Champs-Élysées.

Essa mobilização provocou uma diminuição na chegada de turistas à capital francesa, após a repetição nas últimas semanas de incidentes violentos na famosa avenida parisiense.

Após o início desta mobilização, 10 pessoas morreram acidentalmente e 1.500 manifestantes ficaram feridos, 50 deles gravemente.