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ONU acusa rebeldes do Iêmen de desviar parte da ajuda humanitária

31/12/2018 17h02

Roma, 31 dez 2018 (AFP) - O Programa Mundial de Alimentos (PAM), uma agência das Nações Unidas, acusou nesta segunda-feira (31) os rebeldes huthis do Iêmen de desviar parte da ajuda humanitária destinada ao país em guerra.

Se esse "comportamento criminoso" não parar, o programa pode interromper a sua colaboração com os rebeldes, disse a agência, com sede em Roma.

Grande parte da ajuda destinada aos moradores de Sanaa, capital do país, controlada pelos rebeldes, nunca chegou ao seu destino, indicou o PMA em um comunicado.

Vários relatórios estabeleceram que parte da ajuda, na realidade, é vendida nos mercados da capital depois de ser desviada por uma organização controlada pelos rebeldes e que foi encarregada pelo PMA de distribuir essa ajuda.

Também foram detectados desvios em outras regiões do país controladas pelos rebeldes huthis, apontou o PMA.

"Este comportamento é equivalente a retirar o pão da boca de pessoas famintas", disse o diretor-geral do programa, David Beasley, citado em um comunicado.

A guerra no Iêmen entre os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã, e as tropas leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi se intensificou em março 2015 com a intervenção da coalizão militar saudita junto às forças pró-governo.

O conflito no Iêmen, o país mais pobre da península arábica, deixou ao menos 10.000 mortos desde 2014 e causou a pior crise humanitária do mundo, com cerca de 20 milhões de pessoas à beira da fome, segundo a ONU.