Pompeo, secretário dos EUA, faz advertência a Maduro: "O tempo para o debate acabou"
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, fez uma advertência nesta quinta-feira (24) à Venezuela de Nicolás Maduro sobre o uso da força nas manifestações realizadas no país e pediu mais apoio internacional para o autoproclamado presidente oposicionista.
"O tempo para o debate acabou. O regime do ex-presidente Nicolás Maduro é ilegítimo", disse Pompeo à OEA (Organização dos Estados Americanos) durante uma reunião extraordinária em sua sede em Washington DC.
O segundo mandato do governo de Nicolás Maduro, iniciado em 10 de janeiro após eleições consideradas fraudulentas pela oposição, não foi reconhecido por grande parte da comunidade internacional.
Os Estados Unidos lideram o respaldo a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, que se autoproclamou presidente interino, junto a uma dezena de países americanos, entre eles Brasil, Colômbia e Argentina.
A posse de Guaidó desatou uma avalanche de reações internacionais, a maioria de apoio, embora a ONU tenha pedido "diálogo" para evitar um "desastre".
A sessão na OEA foi convocada na terça-feira, antes da autoproclamação de Guaidó, para analisar "os recentes acontecimentos na Venezuela", a pedido das missões permanentes de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos e Peru.
A Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo do mundo, está mergulhada em uma grave crise política e econômica, que forçou 2,3 milhões de pessoas a deixar o país desde 2015, segundo a ONU.
A crise provocou a escassez de alimentos e medicamentos, e segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), a inflação em 2019 atingirá 10.000.000%.
No dia em que Maduro assumiu seu segundo mandato, a OEA aprovou uma resolução para declará-lo ilegítimo.
A Venezuela tem sido ameaçada em várias ocasiões de ser expulsa da OEA, mas até agora não conseguiu a maioria de dois terços necessária para concretizar essa medida.
Em meio a essas tensões, Caracas iniciou em abril de 2017 o procedimento de retirada da OEA, que deve ser finalizado em abril de 2019.
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